De volta ao pov do Baekhyun
— Tudo bem, Sr. Park? Parece irritado com algo – Jongin comentou, amenizando meu mau humor com sua voz grossa, porém doce, totalmente diferente da voz do motivo da minha raiva.
— Não é nada, Kai – chamei pelo apelido que inventei em uma de nossas conversas, suspirando em resposta ao olhar cético dele – Parece que Chanyeol e eu voltamos ao zero, ou melhor, abaixo de zero – bufei, olhando para a paisagem através do para-brisa.
— Por que você acha isso? Pensei que estavam indo bem – virou à esquerda em vez de ir reto, escolhendo o caminho mais distante para que pudéssemos conversar.
— Eu também, mas desde... – me cortei rapidamente, nada sai do quarto do pânico – desde a semana passada ele não conversa mais comigo, no máximo me avisa que vai chegar tarde e só.
— Ele deve estar ocupado com a empresa, Chen comentou que iriam receber um cliente importante em breve.
— Chen é... Jongdae, certo? – acenou positivamente, ainda que sorrisse divertido – Você conhece o Chanyeol melhor do que eu, sabe muito bem que ele não é de chamar as pessoas por apelidos – cruzei os braços – Na verdade, como é ser amigo de Park Chanyeol? É tão irritante e desgastante e elimina cada sentimento feliz?
— Meu deus, Baekhyun, o que se passa pela sua cabeça? – riu incrédulo, sem desviar a atenção do tráfego – Eu entendo que você ainda não confie totalmente nele, mas Chanyeol é uma boa pessoa e, como todos nós, ele tem seus defeitos e uma porcentagem de ignorância, entretanto, isso não muda o que há em seu interior. Ele não é um monstro e eu realmente não acredito que estou tendo que explicar isso para o marido dele.
— Ele não me deixou explorar a fundo ainda... Como eu posso saber? Adivinhando? Tarô é verdadeiramente interessante, mas eu não sei nada sobre previsões – murmurei, chateado pela ironia que escorria por suas palavras.
— Uma semana longe e a saudade já o cegou, Sr. Park? Você não o conhece há tanto tempo, porém isso não justifica – estacionou o carro em frente ao campus – Park Baekhyun é a pessoa mais curiosa que já conheci na vida e considerando que eu sou amigo do Jongdae, isso significa bastante. Certeza de que não o conhece nem um pouco? – segurou meu pulso delicadamente quando tentei sair – Chen e eu já vimos ele machucado antes, nós já colocamos os curativos nele porque aquele garoto mimado provavelmente colocaria o band-aid errado, então se dessa vez ele apareceu cuidado e não surtou ou quebrou nada por raiva do pai... Há uma razão.
— Eu não estou entendendo... Vou me atrasar para a aula, tchau, Jongin – bati a porta ao sair do carro, bufando. Não queria escutar, estava sendo injusto por culpar Chanyeol, não que eu achasse certo descontar em Kai, mas eu acho que merecia mais do que uma explicação vinda de um amigo. Eu desejava ouvir aquelas palavras saindo da boca do alfa orgulhoso.
Me afundei nas lições e palestras pelo resto do dia, fugindo ao máximo do turbilhão emocional em minha cabeça, se eu quisesse me formar com a minha turma, teria de me concentrar nas aulas, sem exceções, ainda que tenha que afugentar cada um dos pensamentos que tenha nome, sobrenome e 1,85 de altura.
— Baek – levantei o olhar do caderno para a origem da voz. Xiumin me encarava com as sobrancelhas arqueadas, apoiado contra a carteira à minha frente – A aula acabou há uns dez minutos – olhou no relógio em seu pulso – Seu marido finalmente cansou e te expulsou? – brincou.
— Haha, não – guardei meus materiais espalhados pela mesa no estojo e joguei os cadernos e livros na mochila junto, em seguida colocando a bolsa nas costas – Nós acabamos de sair da época de provas e meus resultados não foram tão bons assim.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Se for egoísta, não case
Fiksi PenggemarEnsinado desde cedo como se portar, liderar e administrar uma empresa, Park Chanyeol já estava a frente do negócio da família aos 22 anos. Satisfação e ambição era tudo o que sentia ou o que imaginava significar aquele vazio interminável em seu peit...