13 - Ano novo

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Notas iniciais: Vale ressaltar que o Baekhyun está nos EUA, que está 13 horas atrasado em comparação ao fuso-horário da Coréia.




POV Chanyeol

24 de dezembro

— Sabe, o ano novo é uma boa época para recomeços...

— Por favor, não comece com isso de novo — interrompi o discurso de Jongdae.

— Chanyeol, ele não está errado, houve uma vida sem...

— Houve uma vida sem ele e eu não tenho dúvidas de que consigo muito bem viver sem Baekhyun, mas droga, eu não quero, vocês entendem isso? Eu só quero ir dormir torcendo para despertar logo desse pesadelo, às vezes eu até desejo que eu esteja em coma, apenas para quando eu acordar, encontrar ele do meu lado, de onde ele nunca deveria ter saído. Eu só quero que ele volte e devolva as cores que levou com ele, que arrume a bagunça que deixou e que substitua cada parte quebrada por uma nova e melhor, isso é algo que só ele pode fazer, não porque minha vida não existe sem ele, mas porque eu não quero ninguém mais — sussurrei, não me lembrava quando havia sido a última vez que tive forças para gritar — Eu não suporto mais aquele apartamento, é frio, cinzento e vazio como tudo tem sido desde a partida dele, eu odeio a porra do meu emprego, o destino que meu pai escolheu por mim e odeio que a única decisão que eu fiz nessa vida, tenha fugido, desistido de mim.

— Isso é um direito seu, Chanyeol, está tudo bem... — Jongin bateu em meus ombros quando fiquei muito tempo em silêncio, seu olhar não era carregado de pena, mas uma tentativa de compreensão.

— Eu vou arrumar a mesa, acho que a comida já está pronta — Jongdae sorriu também, saindo da sala.

Eles não tinham nada para falar, nada que fosse me consolar, mas sabiam respeitar.

Estávamos na casa de Chen por motivos óbvios, havíamos passado a virada do ano ali e agora iríamos jantar e conversar sobre metas como fazíamos todos os anos, porque eles sempre insistiam em comemorar até o final do dia primeiro. Não estava em posição de reclamar, sequer queria, apreciava a animação deles e a tentativa de inclusão, era grato apesar de tudo.

— Jongin, você pode terminar de arrumar a mesa, eu recebi um documento importante e tenho que explicar para o Chanyeol — o mais novo não demorou para fazer o que lhe foi pedido.

— Trabalho no feriado? Essa não era uma regra? — estranhei a decisão repentina dele de quebrar a principal regra da nossa comemoração.

— Acredite, eu não te mostraria se não fosse urgente — pegou o notebook e colocou a minha frente, abrindo em uma pasta de documentos, ou melhor, imagens — Vá para a cozinha depois de ler.

Ele me deixou sozinho na sala, não liguei muito, gostava da ideia de ocupar minha cabeça com algo, entretanto, assim que reconheci a elegante caligrafia, senti meus olhos arderem. Eu reconheceria aquela letra em qualquer lugar, fosse em coreano, inglês ou latim.

Não demorei para perceber que eram cartas...


Algum outro lugar de New York, 24 de dezembro

Caro Chanyeol,

O natal já está tão perto, eu nem me lembrava do feriado, quando morei aqui há alguns anos, o dia de ação de graças servia como um aviso, mas dessa vez só me lembrei pela neve cobrindo o chão e a ansiedade das crianças da creche. Gosto de pensar que esqueci porque não tenho nada para agradecer, esse pensamento é menos doloroso do que a realidade.

Se for egoísta, não caseOnde histórias criam vida. Descubra agora