06 - Quarto do pânico

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Depois de soltar a bomba, Chanyeol apoderou-se da suíte, então tive que usar o banheiro do corredor e sair correndo da água quente para o vento frio, enrolado apenas no roupão felpudo.

O Park estava saindo do banho quando entrei no quarto, usava uma toalha ao redor da cintura, como sempre. Cheguei ao closet antes, trancando-o e indo me trocar para o rubor em minhas bochechas passar. Não gostava de mostrar tanta pele.

— Não chegue perto da cozinha – foi tudo o que ele disse quando fechou a porta do closet recém desocupado.

Bufei jogado na cama, não ligando se o smoking amassaria ou não. Troquei mensagens com Xiumin e olhei superficialmente as redes sociais, estranhando a demora do meu caro marido.

— Morreu aí dentro, foi? – bati na porta que não demorou a ser aberta.

— Se quer alguma coisa, seja rápido e suma – murmurou, parando em frente o espelho e tentando falhamente dar o nó em sua gravata, uma tarefa que eu já o tinha visto repetir dia após dia. Mas diferentes das vezes anteriores, suas mãos tremiam.

Suspirei, chegando perto e segurando o tecido cinza, dando o nó que havia aprendido como fazer ainda hoje.

— Nervoso? – sorri para si, apertando a peça frouxa.

— Deveria? – arqueou as sobrancelhas em sinal de escárnio.

Tal ato fez meu sorriso diminuir para então sumir. O dia havia sido divertido, todas as provocações foram brincadeiras e não houveram brigas. No fundo, eu começava a acreditar que talvez não fosse tão impossível chamar Chanyeol de marido, já que desde o incidente recente estávamos mais próximos e ele até começou a dormir completamente vestido. Mesmo no começo, Chanyeol fez minhas vontades, desde o dilatador nasal, até a surpresa laranja. Contudo, parecia que cada vez que eu tentasse me aproximar, ainda teria um muro de deboche e frieza barrando minha entrada.

— Nem todas as famílias são felizes – murmurou, seu olhar antes desfocado prendeu-se em mim – Obrigado por me ajudar com a gravata.

— Está vendo? Eu te ajudo e você não tem a boa vontade de me pagar um sorvete – acusei, apontando o indicador em seu peitoral.

Um som que eu nunca havia escutado antes escapou dos lábios cheinhos, demorei para perceber que ele estava rindo, mesmo que tenha se findado em segundos.

— Você riu? – sorri desacreditado, jurando ter visto suas bochechas ganharem cor.

— Além de irritante, ouve coisas – revirou os olhos.

— Admite – empurrei seus ombros, rindo.

— Não tenho nada para admitir – se afastou, dando as costas para mim – Nós vamos sair logo, esteja pronto.

Seus passos apressados e as orelhas avantajadas coloridas de vermelho me fizeram pensar que a muralha podia ser invadida, afinal.

***

Assobiei surpreso com o tamanho do palácio que os Park's chamam de casa.

— Devo me ajoelhar perante vossa alteza? – apertei minha gravata ao sair do carro, recebendo um revirar de olhos como resposta.

— Senhores Park – a porta foi aberta quando nos aproximamos por uma ômega de voz doce e trajes de empregada, o cabelo preso em um rabo de cavalo – Seu pai os aguarda.

— Não seria os seus pais? – sussurrei confuso pela falta de menção da mãe ômega que apesar de calada, tornou minha festa de casamento mais fácil, sorrindo para mim e apertando meu ombro ao passar por mim.

Se for egoísta, não caseOnde histórias criam vida. Descubra agora