06 - Recompensa

277 20 7
                                    


  o despertador de Eric tocou fazendo-o levantar, calçar os pés, tirar o pijama, colocá-lo, enfim, para lavar, e ir ao banheiro tomar banho.

Ele tinha um sorriso fofo em seu rosto, não mostrava os dentes, mas torneava suas bochechas e aumentava o rosa de seus lábios conferindo um ar floral ao seu rosto.

O garoto tomou banho, secou-se indo, logo, vestir-se e pentear-se.

Ele vestia uma suéter rosa pastel com uma camisa social branca por baixo fechada até o último botão. Seu cabelo estava devidamente penteado e alinhado, como sempre, e ele usava, ainda, uma calça sarja preta e uma sapatilha, a cadarços, marrom quase ocre.

Desceu a escadaria rapidamente indo em direção à mesa da cozinha, onde já estava sua māe. Ela entregou-lhe um pouco de mingau de aveia em uma pequena tigela branca que tinha a
silhueta cartoonizada de um ursinho. Ele gostava da textura do mingau, por isso sempre comia.

A mulher de cabelos cor de mel observou, então, o menino que revelava uma expressão reluzente.

ㅡ Aconteceu alguma coisa? ㅡ Ela perguntou com um leve sorriso desconfiado, enquanto levava uma xícara de café até a boca.

ㅡ Hmm...nāo. ㅡ Eric respondeu com os olhos perdidos na toalha da mesa. Ele levou uma colher de mingau até sua boca e engoliu parecendo pensar em algo que o fez sorrir minimamente.

Nem ele sabia direito, talvez fosse por ter dormido bem aquela noite.

ㅡ Eu acho que vou tentar fazer uma pós graduaçāo. ㅡ A mulher disse cortando um pedaço de pão e olhando em seguida o garoto.

ㅡ Mamāe? ㅡ Ele levantou os olhos surpreso.

ㅡ Eu estou ficando pra trás, querido! Meu diploma de pedagogia não vale mais o que valia antes. ㅡ Ela olhou nos olhos do garoto e em seguida respirou fundo levantando-se e colocando a xícara e o pires na pia.

Eric olhou de novo a toalha de mesa, voltando, após, os olhos à sua māe que observava algo pela janela. Talvez só estivesse pensando.

ㅡ Nāo se preocupe! ㅡ Ela disse. ㅡ Ficará tudo bem!

Ela virou-se e andou até o menino.

ㅡ Você parece feliz...continue assim. ㅡ A mulher acariciava os cabelos do garoto que a olhava nos olhos sem conseguir dizer uma palavra. ㅡ É mais que o suficiente pra mim.

O menino sorriu maior e escondeu o rosto no abraço de sua māe em seguida.

Do outro lado da cidade, os raios de sol já clareavam, também, enormes prédios e robustas casas anúnciando a alvorada. Iluminava e envivecia o jardim da mansão Queiroz, azulava as águas da piscina recém limpa e adentrava às enormes janelas dispostas por todos os inúmeros cômodos da frondosa construção branca que denotava singularidade ao local.

Perpassando as cortinas finas e alvas das altas e estreitas janelas de vidro era possível ver uma extensa mesa de refeições que, fazendo jus ao nome, era abastecida por uma mulher de baixa estatura, com um uniforme de empregada branco e cinza, que vez ou outra vinha segurando alguma bandeja. Ela parecia ter uma certa pressa, como se estivesse esperando que alguém chegasse para sentar-se à grande mesa.

Em minutos a pedra da mesa já estava recoberta de bolos, previamente cortados, tortas com coberturas de frutas, pequenas cestas de pães pequenos e algumas jarras de suco e um bule de chá que parecia ter sido presente da rainha inglesa.

Querido DiárioOnde histórias criam vida. Descubra agora