Na hora eu não conseguia dizer nada, fiquei um tanto quanto chocada.
Então foi por isso que a enfermeira disse que o filho do doutor tinha deixado minha mochila com as enfermeiras.
- Bem, estudamos na mesma escola, por isso nos conhecemos – respondi.
- Ah sim. Então são amigos? - Perguntou ele.
Levei minha mão na cabeça – Bem, mais ou menos – respondi.
- Entendi. Respondeu ele.
- Então Elizabeth, eu fiz mais alguns exames e não deu nenhuma alteração diferente. Tive que suturar uma parte da sua cabeça, levou 6 pontos. Acho que a enfermeira lhe informou, não é? Fora alguns poucos ossos cicatrizados, não observei nada demais. Sua pressão hoje subiu devido a algum estresse com alguém? Pedirei que evite isso nesses dias. Eu gostaria de deixá-la aqui em observação até amanhã cedo, mas pelo que vi você deve querer logo ir embora. Pedirei que caso tenha algum sintoma venha novamente ao hospital. Deixo aqui prescrito os cuidados com o curativo e as medicações que deverá tomar pelos próximos dias. Agora são 20:00 horas, não quero te liberar muito tarde. Mas quero que siga corretamente as recomendações que deixei. Sou o diretor do hospital, então me verá sempre por aqui. Qualquer coisa me procure. E como é amiga do Arthur, vá um dia lá em casa nos visitar. Ficaremos felizes em recebê-la. Desejo uma ótima recuperação para a senhorita. - disse ele.
- Estou ciente doutor, e pode deixar, seguirei a risca as suas recomendações. NÃO vejo a hora de receber a minha carta de alforria. (Me refiro ao documento que consta minha alta hospitalar). E muito obrigado por seus cuidados doutor – respondi sorridente.
Elizabeth após receber a alta, foi trocar de roupa pois ela estava com o pijama do hospital.
- Irei de ônibus mesmo, o importante é chegar em casa o mais rápido possível – pensei.
Eu não poderia chamar minha mãe, porque não quero preocupá-la. Jimmy está no curso. Eu tinha que me desculpar pelo o que eu disse mais cedo ao Arthur. Não deveria ter dito aquilo.
Preciso fazer isso ainda hoje - pensei.
Acionei o botão da enfermagem... Prontamente veio uma enfermeira.
- Helena, o doutor Alexandre ainda se encontra no hospital? - Perguntei.
- Sim, acho que sim.Mas porque? Ele estava passando a ronda nos pacientes. - respondeu a enfermeira.
Eu o aguardei até que ele pudesse finalizar a ronda. Como não poderia ficar mais no quarto, me retirei até a lanchonete.
Após uma longa hora de espera, ele apareceu na lanchonete.
- Doutor, você poderia me passar o número do Arthur? Por favor. - perguntei.
- Está tudo bem? -perguntou ele.
- Sim, está tudo ótimo. - respondi
- Só um instante, irei verificar aqui no celular. - respondeu;
Aguardei até que ele encontra-se o número.
- Anote aí – disse o doutor.
- Pode falar, respondi.-
Após ele passar, eu salvei o contato do Arthur, agradeci ao doutor e fui embora.
Ao chegar na porta de entrada do hospital, onde haviam alguns bancos.
Pensei e pensei, eu sentia muito medo, parecia que meu coração iria sair pela boca. Mas sabia que precisava fazer aquilo, não deixar passar..
'' Oi Arthur, boa noite. Aqui é a Elizabeth, tudo bem? Você pode vir ao hospital?Preciso falar com você. '' Após digitar, eu não tinha força e coragem para enviar. Permaneci olhando para a mensagem.
- Eu preciso fazer isso. Me ajude Deus... – falei comigo mesma.
E após dizer isso, enviei a mensagem.
Aguardei por alguns minutos.
Meu celular toca..
Naquele momento meu coração gelou outra vez. Era aquele mesmo número.
Desliguei sem atender a chamada.
...
'' Oi, estou no trabalha ainda. O que você quer? - respondeu Arthur pelo torpedo.
Tomei coragem e enfim liguei para ele.
Ao ouvir cada toque sem que ele atendesse a ligação, sentia meu estômago revirar dentro de mim.
- Alô? respondeu ele.
- Me espere aí no seu trabalho, irei aí. Preciso falar com você. - falei.
- Sente-se mal pelo o que disse? Quer se desculpar? - respondeu ele ironicamente.
- Sim, quero fazer isso. Mas pessoalmente, preciso te ver e dizer olhando para ti. -respondi gentilmente.
- Você está onde? Perguntou ele.
- Estou no hospital. Irei pegar o ônibus e daqui a pouco chego aí. Por favor, não vá embora. - falei.
- Você ainda está aí? Você viu a hora Elizabeth? São 8 e meia da noite. Amanhã nós conversamos. - respondeu ele friamente.
- NÃO, EU PRECISO DIZER ISSO HOJE. Por favor, estou te pedindo. Sei que não mereço isso. - respondi.
Houve um silêncio..
- Aguarda aí, irei te buscar. - respondeu ele antes de desligar o telefone.
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Não me deixe ir
RomanceRecém-chegada na escola no meio do ano letivo. Elizabeth J. Willians não sabia o que esperar nesta nova jornada em sua vida. Sentia que estava entrando em um covil de bruxos, porém ao mesmo tempo, percebia que ela poderia recomeçar e deixar o passa...