Eu sabia que não merecia aquele esforço que Arthur estava fazendo por mim. Sei que fui injusta e ingrata com ele.
Talvez tenha depositado meus medos e insegurança nele. Sendo que mal o conheço e ele não fez nada além de querer ser meu amigo. Depositei a raiva que estava sentindo da Nicole, nele. Sendo que ele não fez nada comigo, e sim ela. Foi ela quem desde que cheguei não para de me perseguir. Infeliz coincidência dele ter namorado com ela. Mas ele não é como ela é!
Esperei e continuei a esperar até que ele estivesse ali, bem diante dos meus olhos. E eu pudesse me desculpar pessoalmente.
Porém, quanto mais os minutos passavam, mais eu sentia um frio na barriga, estava enjoada ao pensar em encará-lo.
Mas era o correto.
Após certo tempo em que eu estava sentada ali, muitas pessoas passavam pela entrada do hospital; Pude ver tanta tristeza e alegria também; E me veio em mente que a vida não tem um replay.
Eu nunca ganharei tempo e sim o perco todos os dias.
Eu não poderia mais temer. Deveria enfrentar os obstáculos de cabeça erguida, e como dizia a Dory do Procurando Nemo; ''Continue a nada para achar a solução''.
Talvez mudar de cidade era o necessário para um novo recomeço, onde eu deveria deixar tudo para trás e a partir deste momento, tomar decisões corretas e éticas.
Ouvi um barulho de buzina ao longe. Porém não conseguia identificar de onde vinha o som.
E novamente ouvi tocar, ainda sem encontrar de onde vinha o som da buzina, levantei-me do banco, tentando encontrá-lo.
-Elizabeth? - gritou uma voz masculina.
- Virei para o lado, a uns 20 metros de mim estava ele, sentado na moto sem o capacete, olhando para mim.
- Senti, aquele mesmo frio na barriga de tempos atrás.
- Sorri, respondendo ao chamado dele.
Andei em direção a ele. A cada passo que dava em direção a ele, sentia meu estômago revirar, como se houvessem milhares de borboletas.
- Respira fundo, apenas seja sincera, Liza – balbuciei.
Ao chegar mais perto dele, permaneci um pouco sem graça. Na hora faltavam-me as palavras.
- Oi, Arthur – falei. Ele não me respondeu.
- Bem, Arthur – antes que eu pudesse terminar ele me interrompeu. Pegue o capacete. Vamos para outro lugar – disse ele.
Não estava entende do nada, pensei que iríamos conversar ali mesmo. Pensei enquanto colocava o capacete.
- Vamos para onde? - Perguntei.
Ele não me respondeu...
Me acomodei na moto, segurei firmemente na parte de trás da moto, onde havia o apoio. E ele seguiu com a moto.
- Então Arthur, como foi o seu dia? - Perguntei aleatoriamente. Estava tão sem graça com aquele silêncio, que esta foi a primeira coisa que veio em minha mente.
Na verdade, não esperava que ele fosse me responder, até porque...
Ele havia me ignorado anteriormente.
- Cansativo e estressante. disse ele
Eu estava completamente surpresa. Eu realmente imaginei que ele fosse me ignorar mais uma vez.
- Segure firme em mim - disse ele.
Eu apenas fiquei o olhando, não sabia o que fazer. Uma hora ele falava comigo e na outra pedia que eu segurasse firme nele. Eu realmente não estava entendendo nada.
- Iremos subir agora, segure-se em mim. Caso contrário, você poderá cair - disse ele diante de minha eterna indecisão.
Mordi levemente meu lábio inferior de tanto nervoso que sentia naquele momento, pois toda vez que eu ficava nervosa, eu os mordia, numa tentativa de me acalmar. Mas naquele momento, bem ali, eu não conseguia entender do porquê de eu estar nervosa perto dele.
Deveria ser pelo nervoso e a vergonha que sentia em ter que pedir desculpa..
bem, eu achava que era isso né.
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Não me deixe ir
RomanceRecém-chegada na escola no meio do ano letivo. Elizabeth J. Willians não sabia o que esperar nesta nova jornada em sua vida. Sentia que estava entrando em um covil de bruxos, porém ao mesmo tempo, percebia que ela poderia recomeçar e deixar o passa...