A Escolha Errada 2 [ MORRO ]

Capítulo 74

Um mês depois...

MANUELA NARRANDO

Já se completou um mês desde que o K2 morreu, a favela não é mais a mesma coisa sem ele, na verdade, nem o Bruno é igual o que era antes, sempre chega em casa drogado, se não é drogado é bêbado, agressivo, na verdade, ele virou um escroto, depois de tantas brigas, o nosso "casamento" ficou desgastado, então eu decidi não morar mais com ele, foi difícil, ele não queria aceitar obvio, mais eu não vou deixar que o ocorrido no meu passado, possa se repetir novamente, eu simplesmente não mereço mais sofrer, mas claro, só demos um tempo, não terminamos ainda, então ele continua sendo meu.

Mais fora isso estou bem, Lívia continua na sua escola, Bia doida como sempre, e eu estou quase parindo mas mesmo assim, o Bruno não toma jeito e quer me fazer de otária, saindo de rolê, mentindo, enfim, minha vida foi de bom pra ruim graças a ele. Confesso que tem dias que eu sinto um frio na espinha, um medo que não sei explicar, hoje acordei com umas dores no pé da barriga, como se fossem cólicas, mais acho que não é nada demais, já faz dois dias que o Bruno não me manda uma mensagem, não me procura não sei, algo esta errado, mais também não me importo.

Resolvo então tomar um banho quente, pra vê se minhas dores diminui, logo em seguida já sai do meu banho, porque nada esta adiantando, acho melhor eu ligar pra minha ginecologista pra que ela possa me orientar o que fazer, e se devo ou não ir para o hospital, termino de me secar, quando escuto o meu celular tocar, deixo a toalha no chão, caminho até o meu criado mudo, pego o meu celular, desbloqueio o mesmo, e me deparo com um sms?

Sms torpedo:

Preciso que você me encontre hoje a noite na entrada do morro

vamos sair pra jantar, só eu e você e mais ninguém, bjs BN

Na mesma hora meus olhos reviram, falando no capiroto, ele ressurge das cinzas, pra ele não ter me mandado uma mensagem no meu whats e ainda por cima por um numero desconhecido, é porque ta sendo rastreado pela policia de novo, não sei se devo ir, ele não merece minha atenção, faz tempo mas talvez esteja na hora de acabar com esse nosso relacionamento e cada um seguir o teu caminho. Sinto meus olhos encherem de lágrimas, não consigo conte-las, sinto meu rosto ficar úmidos pela minhas lágrimas, vai ser melhor assim, aliso minha barriga, vai ser melhor pra você e sua irmã.

oito horas da noite...

Termino de colocar minhas sapatilhas, passo meu perfume, jogo meu cabelo de lado me olho no espelho, melhor que isso? impossível, penso comigo mesma, caminho até a sala

__ Bia sua doida, coloca a Lívia pra dormi as 21h, nenhum minuto a mais, nenhum minuto a menos, ta me entendendo? - beijo a testa da Lívia que come seu chocolate enquanto assisti tv

__ Ta bom piranha, mais posso saber aonde a senhora vai toda perfumada desse jeito? - ela me olha com cara de deboche

__ Vou resolver minha vida, é só isso que você precisa saber - mostro a língua

__ Vou querer lanche mamãe - diz falando com aquela voz meiga

__ Irei pensar no seu caso bebê da mamãe, mais já sabe, quero as 21h você dormindo ok? - sorrio pra ela

__ Ta bom mamãe, a senhora que manda - diz mergulhando a colher no seu chocolate e em seguida colocando na boca

Caminho ate a porta, abro a mesma, sinto as mãos da Bia segurar meu braço

__ Você não vai levar o celular não piranha? - diz estendendo o mesmo pra mim

__ Não precisa, não irei demorar - faço pouco caso - eu já volto vaca, cuida da minha princesa - dou um beijo na bochecha dela

__ Miga, não vai, me deu um aperto no meu coração agora - diz colocando a mão no seu peito

__ Para de drama, a mamãe mais gostosa da favela vai voltar, pode acreditar - sorrio, abro a porta, olho pra trás e mando beijo.

Sem pensar duas vezes, não olho pra trás, saio na rua, e vou descendo essa ladeira maravilhosa, se eu pudesse, de vez ta andando, eu iria rolando, reviro meus olhos com esse pensamento bobo, comprimento alguns moradores que ainda estão na rua, passo em frente ao restaurante do Seu João, que saudade que tenho de trabalhar aqui, sorrio ao me lembrar das trapalhadas que era no começo quando entrei, de quando o Bruno vinha pra me encher a paciência, de quando as "amantes" do Bruno se mordia de raiva de mim, oh época boa.

Chego na ponta da entrada do morro, atravesso a rua, me sento no ponto de ônibus, não sou obrigada a ficar em pé esperando a lindeza aparecer, mas uma coisa é certa o MEU Bruno pode fazer o que quiser, mais eu sempre vou amar. Quando precisa fica cheio de gente nesse ponto de ônibus, mais justo hoje não tem ninguém, reviro meus olhos.

Estava viajando nos meus pensamentos, quando sinto um pano molhado com algum produto muito forte, atingir meu rosto, ao inalar esse cheiro me fez perde a consciência e simplesmente apagar ali, naquele ponto de ônibus, sozinha e agora vulnerável.

FIM DA NARRAÇÃO