Capítulo 8-Um pouco de azul e ação

23 3 0
                                    

Jaime havia passado horas em frente ao monitor, revisando o mais recente projeto para o novo taser de combate que criou com Alex. Durante aquele tempo no setor -7 ele aprendeu diversas coisas sobre seu teórico propósito na D.N.A. Bilex se provou de grande ajuda quando os dois começaram a desenvolver o projeto, deixando evidente o complexo sistema que compunha seu funcionamento.

O jovem passou a tarde toda com apenas café e biscoitos, e nem percebera o entardecer, já que obviamente não entrava luz no porão do edifício. Jaime aprendeu muito sobre a tecnologia disponível para eles lá, além do grande talento que Alex tinha com engenharia e mecânica. Estava maravilhado pelos inúmeros gadgets e armamentos que guardavam, e imaginava uma utilidade para cada um.

Alex voltou ao salão após sair para verificar arquivos, e levou um tremendo susto ao ver Jaime ainda trabalhando, fissurado e solitário no grande salão.

— O que está fazendo aqui?– perguntou ele duvidoso— Está tarde, todos os engomados do 2° andar se mandaram cara, hora da gente vazar. Acabou por hoje.

— Ah, claro, claro...– Jaime hesitou enquanto olhava ao redor, ainda desnorteado com o que iria fazer a seguir— Aaahh... Pra falar a verdade, eu não sei muito bem como eu vou chegar em... "Casa"! Sabe eu acabei de me mudar e...

— Ué, pensei que o cara lá em cima ía te levar.– revelou Alex descontraído enquanto arrumava suas coisas.

— Que cara?– perguntou confuso.

— O motorista. Ele tava lá no saguão, perguntou se você já tinha saído. Seu chofer!– Alex abriu um sorriso infantil, debochando da mordomia do companheiro.

Jaime ergueu as sombrancelhas em surpresa, sempre confuso e atrapalhado sobre o que fazer. Após recolher suas coisas e seguir para o saguão, Jaime se despediu de Alex e avistou o chofer que o levou a D.N.A aquela manhã. O homem estava parado em frente ao portão de entrada, enquanto as luzes da companhia apagavam a medida que os funcionários se retiravam.

— Senhor Saikyou.– se apresentou o motorista enquanto Jaime se aproximava apreensivo— Pronto para voltar para casa?

— O que é isso? Choun não quer que eu fuja?– perguntou Jaime indignado, arrumando sua postura para intimidar o homem que a primeira vista possuía uma clara vantagem física.

— O senhor Choun o aguarda na residência Garden, vim aqui apenas para conduzi-lo de volta. O caminho não é fácil, e por enquanto que o senhor não possui um carro, eu o escotarei até a mansão.– o chofer continuou firme enquanto encarava Jaime expressar seu desgosto e frustração como uma criança emburrada.

Após uma hora novamente atravessando a cidade até a residência Garden, Jaime finalmente desceu do carro e se espreguiçou. Já era tarde da noite, o céu estava escuro e poucas luzes estavam acessas na casa. O jovem entrou cuidadoso na sala de estar, onde Choun desfrutava de uma xícara de chá já vestido para cama junto de Yun. Ele encarou a chegada do garoto com desgosto diante sua presença.

— Como foi o dia?– perguntou Choun simpático, observando o garoto se aproximar acanhado.

— Confuso. Na melhor das hipóteses. Eu ainda não entendi muito bem o que você quer que eu faça lá.

— Eu só imaginei que gostaria de estar pronto não? Para limpar a cidade.– disse Choun meio debochado enquanto virava sua atenção para xícara de chá.

— Não sei muito bem se sua ajuda é tão verdadeira assim.– julgou ele levantando o rosto.

— Vá se trocar e coma alguma coisa garoto. Amanhã precisa trabalhar.– Choun concluiu, apertando seus olhos finos enquanto ria baixinho, ignorando a frustração de Jaime diante a falta de respostas.

RELÂMPAGOOnde histórias criam vida. Descubra agora