Jaime pousou no terraço do pequeno prédio indústrial, comprimindo o corpo enquanto rolava pelo piso. O jovem chegou no alto da construção graças ao arpão em seu bastão, ao qual começou a usar como uma forma de estilingue, para lança-lo pelos ares, assim o locomovendo pela cidade.
Relâmpago se levantou naturalmente, observando o cenário silencioso. Do telhado Jaime podia observar toda aquela área da cidade, que se embaçava atrás da fina garôa que começava a cair, assim como toda extensão do terreno que cercava o prédio, onde velhos instrumentos de construção e contêineres vazios ocupavam o cenário apático. Estava tudo escuro, quieto, vazio... O rapaz estranhou no primeiro momento, mas logo deixou sua apreensão se esvair, enquanto seguia para a porta de entrada do interior da construção.
— Esse é o último lugar?– perguntou Jaime pelo comunicador.
— Não. Ainda falta uns 3 ou 4.
— Sinceramente, eu já estou cansado. É toda vez a mesma coisa. Eles atiram em mim, eu bato neles, amarro o chefão e então dou o fora.– falou em birra, quase como uma criança entediada— Pensei que seria mais legal.
— Está reclamando ainda? Está até sendo fácil.– apontou Alex— Além disso, você não devia estar tão chato assim. Você não saiu ontem? Foi para gandaia, curtir a vida... Bom agora que relaxou é hora do trabalho.
— Foi mal aí chefe.– Jaime começou a descer as longas escadas metálicas, com passos leves para que não chamasse a atenção.
— Eai, como foi? Rolou alguma coisa interessante...?– questionou Alex curioso, fazendo Jaime dar um sorriso envergonhado com a intromissão inconveniente do colega.
— Está me perguntando se eu dormir com alguém Alex? Não acha isso meio intrusivo não?
— Foi mal aí cara, eu só achei que a nossa amizade permitia esse tipo de compartilhamento. Se eu dormisse com alguém certamente eu te contaria.– revelou ele— E estou perguntando também por uma questão profissional. Eu vi em um lugar que fazer sexo deixa a pessoa..."lenta". Tipo, te deixa um pouco acomodado, deixa as pernas bambas.
— Sério que está citando uma fala de "Creed" como argumento?
— Não. Estou citando uma fala do Rocky Balboa, é bem mais confiável.
Jaime parou próximo a porta de emergência no primeiro andar, e prescionou sua cabeça contra a parede de concreto, tentando ouvir qualquer coisa que saísse do outro lado.
Nada.
O jovem recuou para trás, ainda confuso e temeroso, enquanto se questionava se sua dedução estava correta ou precipitada.
— Alex têm certeza que esse é o endereço certo?– sussurou, ainda encarando a porta.
— Sim. São da mesma empresa dona dos outros prédios. Tá mais do que na cara que é de fachada.
— Estranho...– murmurou confuso.
Jaime empurrou a porta, dando de cara com um cenário sortido e abandonado. Não havia uma alma se quer no local, apenas mesas de metais vazias e sujas, ainda com os rastros de fuga pelo chão. O rapaz rodeou o cenário coberto de dúvida, ainda boquiaberto com a inesperada situação do local. O grande salão era apenas iluminado pela luz da lua que entrava pelas grandes janelas que rodeavam o local, e a única coisa que ainda preenchia o lugar eram equipamentos abandonados e caixas vazias.
— Está completamente vazio.– exclamou Jaime estupefato.
— Como assim?
— Acho que eles sabiam da minha vinda, e foram embora. Levaram tudo, as drogas, os carros, o dinheiro... Tudo! Os desgraçados deram no pé!– Relâmpago colocou as mãos na cintura, contemplando a cena deprimente de sua derrota.
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RELÂMPAGO
ActionDOOM universe apresenta... Jaime Saikyou teve uma infância difícil. Órfão e desprotegido, teve que aprender sozinho como sobreviver nas ruas de Greenmile, entre a pobreza e a guerra de território das gangues. Após passar por um adolescência conturba...