Capítulo 16-Caindo feio

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Jaime pousou no terraço do pequeno prédio indústrial, comprimindo o corpo enquanto rolava pelo piso. O jovem chegou no alto da construção graças ao arpão em seu bastão, ao qual começou a usar como uma forma de estilingue, para lança-lo pelos ares, assim o locomovendo pela cidade.

Relâmpago se levantou naturalmente, observando o cenário silencioso. Do telhado Jaime podia observar toda aquela área da cidade, que se embaçava atrás da fina garôa que começava a cair, assim como toda extensão do terreno que cercava o prédio, onde velhos instrumentos de construção e contêineres vazios ocupavam o cenário apático. Estava tudo escuro, quieto, vazio... O rapaz estranhou no primeiro momento, mas logo deixou sua apreensão se esvair, enquanto seguia para a porta de entrada do interior da construção.

— Esse é o último lugar?– perguntou Jaime pelo comunicador.

Não. Ainda falta uns 3 ou 4.

— Sinceramente, eu já estou cansado. É toda vez a mesma coisa. Eles atiram em mim, eu bato neles, amarro o chefão e então dou o fora.– falou em birra, quase como uma criança entediada— Pensei que seria mais legal.

Está reclamando ainda? Está até sendo fácil.– apontou Alex— Além disso, você não devia estar tão chato assim. Você não saiu ontem? Foi para gandaia, curtir a vida... Bom agora que relaxou é hora do trabalho.

— Foi mal aí chefe.– Jaime começou a descer as longas escadas metálicas, com passos leves para que não chamasse a atenção.

Eai, como foi? Rolou alguma coisa interessante...? questionou Alex curioso, fazendo Jaime dar um sorriso envergonhado com a intromissão inconveniente do colega.

— Está me perguntando se eu dormir com alguém Alex? Não acha isso meio intrusivo não?

Foi mal aí cara, eu só achei que a nossa amizade permitia esse tipo de compartilhamento. Se eu dormisse com alguém certamente eu te contaria. revelou ele— E estou perguntando também por uma questão profissional. Eu vi em um lugar que fazer sexo deixa a pessoa..."lenta". Tipo, te deixa um pouco acomodado, deixa as pernas bambas.

— Sério que está citando uma fala de "Creed" como argumento?

Não. Estou citando uma fala do Rocky Balboa, é bem mais confiável.

Jaime parou próximo a porta de emergência no primeiro andar, e prescionou sua cabeça contra a parede de concreto, tentando ouvir qualquer coisa que saísse do outro lado.

Nada.

O jovem recuou para trás, ainda confuso e temeroso, enquanto se questionava se sua dedução estava correta ou precipitada.

— Alex têm certeza que esse é o endereço certo?– sussurou, ainda encarando a porta.

Sim. São da mesma empresa dona dos outros prédios. Tá mais do que na cara que é de fachada.

— Estranho...– murmurou confuso.

Jaime empurrou a porta, dando de cara com um cenário sortido e abandonado. Não havia uma alma se quer no local, apenas mesas de metais vazias e sujas, ainda com os rastros de fuga pelo chão. O rapaz rodeou o cenário coberto de dúvida, ainda boquiaberto com a inesperada situação do local. O grande salão era apenas iluminado pela luz da lua que entrava pelas grandes janelas que rodeavam o local, e a única coisa que ainda preenchia o lugar eram equipamentos abandonados e caixas vazias.

— Está completamente vazio.– exclamou Jaime estupefato.

Como assim?

— Acho que eles sabiam da minha vinda, e foram embora. Levaram tudo, as drogas, os carros, o dinheiro... Tudo! Os desgraçados deram no pé!– Relâmpago colocou as mãos na cintura, contemplando a cena deprimente de sua derrota.

RELÂMPAGOOnde histórias criam vida. Descubra agora