Capítulo 10-Tapete azul

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— Filhos da mãe!!– esbravejou Jaime, largando o jornal na mesa com violência.

Olha a língua.– disse Bilex.

Já eram três da tarde, e Jaime havia passado o dia e a noite inteira no prédio da DNA, especificamente no setor 7, junto de Alex, se alimentando de barras de cereais e comida congelada. Bem mais precisamente ele não havia passado todo o tempo no prédio se contar sua saída para a ratoeira dourada aquela noite. Jaime havia voltado para o prédio aproximadamente uma hora depois de sua saída, sem um arranhão sequer e em completa euforia, ainda preenchido pela adrenalina. Os dois passaram o resto da tarde discutindo como crianças seu feito naquela madrugada, brigando pro coisas fúteis e tirando fotos com o traje para recordação.

Jaime estava sentado, apoiando o cutuvelo nos braços da cadeira giratória, completamente frustrado e infeliz após ler o jornal local. Ele usava uma blusa azul e uma calça jeans simples, olhando fixamente para o canto do recinto.

— Qual é cara... Não precisa ficar tão frustado.– apontou Alex, tentando conforta-lo.

— Sério? Eu acabei de dar o maior golpe contra o submundo do tráfico nos últimos meses dessa cidade. Minha estreia devia ser um maldito fenômeno, não a página 7. Eles nem citam que fui eu!!– Jaime se levantou bruscamente da cadeira, levantando as mãos, tentando conter sua irritação.

— Ok. Antes de ficar bravinho se lembre: você não tem culpa que logo no dia em que você faz sua estreia uma investigação federal entra em vigor. Quero dizer, porra, acabamos de descobrir que o governo tá de complô com a máfia cara, isso é grande. Notícia mundial!– apontou Alex— E outra, a polícia nunca ía deixar a informação, de que um provável vigilante derrubou criminosos vazar. Além de trazer perguntas, eles provavelmente devem estar super intimidados. Digo, um cara qualquer derrota todo um esquadrão de homens armados... Sacanagem!

— Eu não ligo para que merdas o governo anda fazendo Alex, isso é um jornal local, devia cobrir as coisas locais. E a polícia? Pegando o crédito do meu trabalho? Isso é sacanagem.

— Eu não sabia que você queria tanto assim seu momento de fama. Se for assim devia tirar logo a máscara, mostrar para todos o que está fazendo!– falou Alex já incomodado com a reclamação do companheiro.

— Não é isso...– Jaime suspirou— Eu não estou fazendo por fama Ok. É claro que vai além disso. Estou reclamando por bobagem, você tem razão.

Jaime pendeu lado da porta de entrada, apoiando sua cabeça no antebraço, pressionado contra a parede, e encarou o chão cabisbaixo, recuperando a razão e refletindo por alguns minutos.

Jaime pendeu lado da porta de entrada, apoiando sua cabeça no antebraço, pressionado contra a parede, e encarou o chão cabisbaixo, recuperando a razão e refletindo por alguns minutos

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— Está tudo bem cara, é normal querer um pouco de fama, todo mundo passa por algo assim.– disse Alex, se sentando.

É Jaime, está tudo bem. Eu mesmo já passei por uma grande necessidade por fama, até porque quase todos os sistemas do meu modelo são mundialmente conhecidos. A Alexia por exemplo tem até um "corpo". Não é Alex?

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