Capítulo 12-Espadachim rubro

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Greenmile possuía diversos lugares bonitos. O centro da cidade durante a noite era preenchido pelas luzes Neon, com seus grandes prédios invadindo o céu, levantando uma imagem imponente quando vista de cima. Nos bairros mais afastados, a pobreza já era perceptível, porém ainda sim não era tão evidente como nas cidades que rodeavam a região.

As noites muitas vezes eram ocupadas por um ar vivido, que preenchia a cidade com luz e alegria. Entre os grandes prédios executivos que dominavam a metrópole, sempre havia becos e vielas escuras, contaminadas pela presença da criminalidade.

O tráfico em Greenmile era sutil. Era difícil ouvir o nome da cidade em qualquer tipo de polêmica. Na verdade era difícil ouvir falar de Greenmile em muitas situações. A cidade não se destacava por ser muito ruim, nem muito boa. Sempre vivendo no meio termo, se escondendo nas sombras dos estados onde os holofotes mais se concentravam.

Entre um desses becos escuros onde o mal se espreitava, Jaime observava atento a entrada singela do estabelecimento, chamando a atenção no cenário sortido pela sua fachada clichê com as luzes LED em volta do nome.

O Hiru Yaku era um pequeno restaurante suburbano, escondido entre as caçambas de lixo.

Jaime observava o local, construindo em sua mente seu plano de invasão. Ele meditava em uma já gasta escada de incêndio, quando reparou na pequena janela aberta no segundo andar, acima da porta de entrada.

Jaime havia adquirido um novo melhoramento em seu equipamento. Alex tinha lhe entregado naquela noite seu novo bastão de combate, abastecido com uma nova ferramenta. Além do uniforme, que agora estava mais simples, sendo apenas um colam negro, construído com um material super resistente que revestia seu corpo bem trabalhado. Com um cinto de utilidades, reservando suas volts-arrows, gadgets que Alex havia criado. Jaime agora possuía um poderoso arpão de rapel, introduzido em seu taser. Uma grappling gun compacta, inserida em seu já habitual armamento.

O jovem apontou um dos bastão em direção a janela, e com um comando, o cabo de aço foi disparado ao prédio em sua frente, saindo de dentro do bastão. O mecanismo magnético fincou na parede, dando um sentimento de segurança para Jaime diante a firmeza da corda.

O rapaz pressionou novamente o comando, e rapidamente seu corpo foi puxado em direção a janela quando o cabo contraiu, puxando seu lançador em direção ao destino. Jaime segurou fortemente o bastão, deixando seu corpo ser guiado, e então com uma ágil acrobacia adentrou no prédio, caindo silenciosamente no chão em uma pose confiante.

Jaime levantou lentamente no comodo escuro, forçando seus sentidos, captando qualquer movimento no andar. O jovem controlou a respiração, e focou sua audição em qualquer som que pudesse resoar no local. Porém o único sinal de vida que encontrou foi os singelos barulhos vindos da cozinha, seu próximo destino.

Jaime saiu com passos pausados, silenciosamente até ver a porta da cozinha após a escada. O garoto sacou os bastões de combate no suporte em suas costas, girando as armas na mão enquanto se preparava para entrar no cômodo. Ele já conseguia ouvir a conversação lá dentro, se misturando com os sons do fogo, e o bater das facas na tábua.

Jaime deu um estrondoso chute na porta, entrando majestosamente no local, surpreendendo os cozinheiros. Os ocupantes do local eram na maioria asiáticos, compartilhando características gritantes de sua etnia, gritando em supresa no idioma japonês ao avistaram a entrada do vigilante.

— Movimento tá fraco né rapaziada?– Jaime quebrou o silêncio, com seu humor irônico, enquanto olhava para o restaurante vazio atrás dele— Ah só uma reclamação! Quem é o chefe aqui da cozinha? É que meu biscoito da sorte veio com um frase meio racista, então...

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