Capítulo 20-Superior

21 1 0
                                    

— Ele chegou.

— Quem?

— William. Está no andar de pesquisas químicas, e do lado de fora do prédio tem um caminhão lotado com as suas coisas.

— Ele está fugindo. A viagem dele até a Noruega é esta noite. Quando ele chegar lá poderá se esconder impunemente...– Carol levou a mão a cabeça, andando de um lado para o outro enquanto revisava em sua mente conclusões insatisfatórias para aquela situação— Chame a polícia! Onde Jaime está?

— Chegando, mas não sei se estará aqui a tempo.– presumiu o rapaz, ainda observando o pontinho azul na tela do computador se mover pelo mapa virtual da cidade.

— Precisamos atrasar ele. Tem alguma arma aí?

— É o que?!! Arma?! Tá maluca?!– berrou Alex com seu jeito extrovertido e exagerado.

— Um pouco! Querendo ou não eu estou só, tenho que garantir que ele fique lá até Jaime chegar. É só um plano B.– suas palavras pareceram acalmar a mente agitada do rapaz, que titubeou em seus pensamentos enquanto revisava o local.

— Temos a bazuca de choque.– ele levantou os braços em direção ao armamento, estampando um sorriso torto no rosto, tentando ser persuasivo. Mas ele só assustou Carol.

— Eu não vou levar uma bazuca. Tá doido?!– disse serrando as sombrancelhas.

— Okay!– cedeu— Acho que tenho outra coisa.

Andar de pesquisas

— Leve tudo lá para baixo. Tenham cuidado com isso.– William ainda estava trajado com seu elegante terno vinho, seu rosto assustado agora estava a mostra, sem a patética máscara vermelha que usava em sua performance. Ele ordenava os homens enquanto os mesmos levavam pelo andar vazio grandes caixas de madeira, preenchidas com tecnologia e materiais que ele retirava do laboratório.

Carol saiu do elevador ainda apreensiva, secava as mãos suadas pelo nervosismo em sua calça, e andava lentamente em meio as mesas desocupadas do escritório em direção aos ocupantes do andar.

— William?!– chamou ela pacificamente, tendo a atenção do químico. O mesmo se virou já medroso, dando um pulo para trás após a revelação da presença da garota.

— Carol! O---o que está, fazendo aqui?!– ele sorriu sem jeito, sempre aflito e atrapalhado com as palavras.

— Eu pergunto o mesmo. Pensei que já tinha esvaziado todo o laboratório.  O que é isto que estão levando?– indagou, se dirigindo aos homens que ajudavam William a esvaziar os materiais.

— São... Algumas coisas que eu esqueci. Mas está tudo bem! Não precisa se preocupar. O que está fazendo aqui uma hora desse por falar nisso?– ele tentou despistar a garota, inserindo um trejeito galanteador em sua pergunta.

— Eu trabalho aqui. Ao contrário de você agora. E preciso garantir que não esteja pegando tecnologia que não o pertence.– seu tom ficou mais atrevido, cortando o sorriso fingido do rosto do químico.

Carol vai com calma, o cara é um criminoso.– sussurrou apreensivo Alex em seu ouvido.

— Não gosto do jeito que está falando comigo Carol. Até eu oficialmente me retirar desse local eu ainda sou seu superior.

— O que é isso em sua mão?– a garota agora dirigiu sua atenção a uma maleta prateada que William carregava. O mesmo parecia ter muito apreço por ela, e na mesma era desenhado um número de série, ao qual a garota pareceu reconhecer— É um dos protótipos do medicamento que vinha trabalhando, não? Akemi não disse que ficaria com a D.N.A, pois era perigoso demais? Disse que os efeitos foram muito violentos, e que devia ser destruído apropriadamente.

RELÂMPAGOOnde histórias criam vida. Descubra agora