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Márcia Patricia

Um dos seguranças da construtora me trouxe, pois o João Carlos não queria que eu pegasse um ônibus lotado e nem o metrô. Só restou a mim dar o endereço e esperar chegar em casa, e é o que estou fazendo no momento.

Deixo a bolsa pendurada em um doa ganchos atrás da porta, respiro fundo e encaro minha pequena e humilde residência que é composta por: uma cozinha que tem uma pia acoplada com o armário em baixo e em cima, uma geladeira, fogão de duas bocas, e uma bancada que separa da sala, já está tem um sofá-cama na frente têm uma cômoda com minhas roupas, em cima do móvel fica a televisão, o banheiro é ao lado e tem apenas o vaso sanitário e um chuveiro.

Essa é a minha casa.

Pego uma vasilha com comida congelada, passo água em baixo para que solte, depois de solta ponho em uma panela pequena e deixo esquentando no fogão em fogo baixo, resolvo tomar um banho rápido e assim faço, depois de lavar o corpo com água gelada, visto a camisola de todos os dias, ponho a comida no prato e sento no sofá ligando a tv, procuro por algo filme, novela ou algo parecido.

Encontro um filme animado que está começando, como enquanto assisto, depois do longa metragem lavo o que sujei, e vou dormir já que amanhã acordo cedo.

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Acordo antes do despertador, fico deitada olhando para o teto e penso na proposta do João, sei que aqui não têm tanto espaço assim.

Está bem, mal tem espaço para mim, quanto mais para um bebê?
Pensando por alto em seu quarto, são quatro móveis, um berço, um trocador, guarda roupas e uma cômoda, fora a banheira, brinquedos e as coisas pequenas.

Uso os cotovelos de apoio e tento imaginar todos os móveis, uma criança e os brinquedos espalhados pela casa, é um caos tudo que vejo, com essa confusão em mente prometo que durante o período da tarde eu ligo para o número que me foi fornecido.

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Depois de banho tomado, estômago forrado e vomitado tudo o que comi, desço para meu posto de trabalho nos sábados, sim, pois esse é meu único meio de ganhar dinheiro, já que durante a semana estudo, mesmo ganhado pouco mais que duzentos reais por sábado. Esse trocado já paga a conta de luz junto com a de água e dá para comprar o gás, fazer uma boa feira de mês e por sorte sobra algum para comprar algo que eu queira.

Já em frente ao guarda volume, ou guarda sacolas, que fica em frente ao mercadinho de esquina da rua principal, vejo o seu Pedro e dona Antônia.

- Bom dia. - desejo vestido o avental e começo a pegar os pregadores e cartões com números gravados nos objetos.

- Bom dia menina Márcia. - recebo beijo de cada. - Mais um sábado de feira. - dou um sorriso animado.

- Mais um. - arrumo todo meu material de trabalho e espero os feirantes e compradores passarem e deixarem suas sacolas pesadas ou caixas comigo.

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Já anoiteceu e estou ajudando a organizar o mercadinho, pondo as mercadorias não levadas no lugar, repondo o que falta.

Depois de tudo organizado, estamos reunidos perto das caixas, e cada funcionário e donos estão com um copo de refrigerante em mãos. Já tornou tradição essa confraternização depois do expediente.

A Mãe do meu SobrinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora