Carlos João
Ver meu filho pelo vidro me traz sentimentos que nunca imaginei sentir, sinto a necessidade de mudar o mundo para esse pequeno, de mudar o pensamentos das pessoas e deixar o mundo melhor.
- A Márcia está demorando. - meu irmão fala ao meu lado, fiquei feliz e com raiva ao ver o envolvimento deles.
- Deve está nos preparativos finais para ela sair. - não consigo tirar os olhos do pacotinho azul claro, vejo os outros bebês e noto que eles são maiores. - Tem alguma coisa errada com o Antônio. - decreto o medindo com o olhar.
- Errada como? - João fica ainda mais perto.
- Olha aquela menininha ali. - aponto. - Ela é maior que o Antônio.
- Aquele bebê também. - João aponta para outro, mal olho para outro e a enfermeira que o trouxe o leva de volta.
- Para onde vão levá-lo? - me seguro ao máximo para não bater no vidro e acordar os recéns nascidos.
- Acho que fazer os exames obrigatórios. - viro o rosto para a voz ao meu lado. - Primeiro filho?
- Sim.
- O meu também. - aponto para o berço que estava ao lado do meu filho. - Scott Darvill. - estende a mão.
- Carlos João. - aceito seu cumprimento. - João Carlos. - indico meu irmão.
- Prazer e parabéns pelo filho. - sorri feliz e volta olhar seu filho.
- Vou ver se consigo noticias da Márcia. - meu irmão se vai e o homem ao meu lado estranha a atitude.
- Desculpas, mas não deveria ser você a ir?
- Ele é o esposo da mãe de meu filho.
- Como? - passo a explicar por cima todo o rolo e vejo seu rosto se transformar em caretas a cada palavra proferida por mim. - Ao menos seu filho vai ser amado. - bate em meu ombro. - Vou ver minha esposa e mais uma vez parabéns. - se vai pelo corredor.
Olho para os bebês dormindo enrolados em seus cobertores verdes azulados e rosas, me perco os olhando imaginando meu Antonio nos braços lhe ensinado varias coisinhas no dia a dia, ver seus primeiros passos em minha direção, suas primeiras palavras ou qualquer coisinha que ele aprenda apenas o quero em meus braços. Sei que fiquei longe por três meses, sendo que eu sabia que o João ia suprir minha falta, sei que prometi a minha mãe que estaria ao lado da Patricia em todas as horas, entretanto estava ficando impossível ver meu irmão todo carinhoso com a mulher que carregava meu filho em seu ventre.
Precisa ficar longe antes que fizesse alguma coisa que me arrependesse no segundo seguinte, e só tenho a agradecer a Mada por isso, ela veio no momento certo me mostrando o quanto precisado estava por uma valva de escape, de um novo rumo da minha vida.
Parei um pouco para pensar se realmente minha vocação era seguir os passos dos meus pais, se era o que eu realmente queria para minha vida, com essas dúvidas passei estes três meses fazendo testes e mais testes de vocação online e em algumas faculdades da cidade e pela ironia do destino todos ião para arquitetura e engenharia, com os resultados em mais foquei no pré vestibular e agora é aguardar a data do vestibular chegar.
- Senhor Carlos? - sinto um toque em meu ombro.
- Sim. - viro o corpo em direção a voz.
- A doutora Fátima quer falar com o senhor sobre a paciente Márcia. - o enfermeiro termina de falar e um arrepio desce pela minha espinha.
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A Mãe do meu Sobrinho
RomanceSinopse e elenco disponíveis. Postagens iniciadas e atualizações de novos capítulos nas sextas ...