Capitulo 4

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Mas que raio? Ouch.

Sentia algo parecido com dor. Sentia dor. Porque dor?

Mesmo antes de abrir os olhos sabia que me encontrava numa cama só pelo facto de me sentir quente e fofinha. Sorri e abri os olhos mas rapidamente arrependi-me. Como se a minha cabeça estivesse a explodir.

Talvez estivesse a exagerar, mas doía na mesma.

Levantei-me e reparei que vestia a mesma roupa de/que ontem. Ontem. No bairro alto quando entrei naquele bar e perdi a Emmalyn. Lembrava-me de encontrar um rapaz mas perdera-me no meio de um puxão de Emmalyn. Deus...

Onde estava Lyn? Olhei para o relógio e horifiquei-me com as horas. Os números brilhantes mostravam ser onze e quarenta e seis. Bolas, era assim tão tarde? 

Fui para a casa de banho e lavei a cara com sabão e água. Olhei-me ao espelho e encontrei me no meu melhor estado: o meu cabelo encarnado estava despenteado dirigindo-se para todos os lados, os meus lábios cheios e as minhas sobrancelhas despenteadas. Era incrível como só as sarda conseguiam parecer iguais a toda a hora. Concluindo; tinha não só ar de quem acabava de acordar como também ar de quem se mexeu infinitamente na cama a noite toda. credo.

Voltei ao quarto para ir buscar a minha escova de dentes para obviamente lavá-los. Após ter os dentes lavados e pelo menos melhorado um pouco o meu aspeto fui até à cozinha na esperança de encontrar Emmalyn. Onde se meteu esta rapariga? Como que a ouvir-me a porta de entrada cede quando se ouve um click. Lyn limpa os seus vans cinzentos no tapete castanho antes de entrar dentro de casa. Quando fecha a porta olha para mim e dá um mini saltinho. Deus do céu, estou assim tão mal?

- Credo, podias ter-te mostrado presente - disse ela baixando as mãos que levou ao peito. Passou por mim e entrou na cozinha com um saco de pães. Lembrava-me vagamente de a ver vomitar mas agora parecia estar bastante melhor que eu - tens fome certo? Comprei pão.

Parece que quando ela pronunciou a palavra fome o meu estômago respondeu-lhe. Assenti então.

- Pareces ter melhor aspeto que eu - não resisti a guardar para mim enquanto me sentava numa das cadeiras brancas da cozinha.

Lyn dirige-se ao frigorifico e retira a manteiga, o doce de tomate, fiambre e o queijo antes de falar: - Bem, eu não bebi.

Oi? Nem eu. A não ser que contem com a cola. Não conta certo? Mas mesmo assim via vomitar.

- Mas vomitas-te - decidi dizer.

Fez uma careta enquanto se parecia recordar - nem me digas nada. Vi um rapaz a vomitar e não resisti a seguir-lhe o passo - disse pousando a comida - foi tão nojento.

Compreendi. Todavia não disse mais nada. 

Quando se sentou senti-a a fitar-me. Olhei para ela e encontrei os seus olhos a brilhar numa cor de mar selvagem - quem era aquele rapaz? 

Rapaz? Algo me estava a escapar e não era só a página de um livro - Bolas, também eu ando com estas metáforas agora. 

- O que queres dizer com isso? - levanto as sobrancelhas agora penteadas - Que rapaz?

Lyn abre mais o sorriso que tem espetado na cara. Só me apetecia arrancá-lo e fazê-la falar.

- O rapaz que beijas-te ontem.

Estas palavras bateram-me na cara como um carro desorientado. Beijei um rapaz? Lentamente começava a recordar-me. Vê-lo no bar; ele ajudar-me a procurar a Lyn; sorrir-me com aquelas covinhas adoráveis; puxar-me pela multidão com os dedos enrolados no meu pulso; ver Lyn vomitar e aproximar-me dele e... Deus - beijá-lo. Ao rapaz do comboio.

Desperta-me || PausaOnde histórias criam vida. Descubra agora