[14] Power Ranger

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KIM TAEHYUNG

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KIM TAEHYUNG

Country Club Illinois. 

18 de agosto de 2020, 09:11 p.m. 

É estranho... 

Você acha, por um momento, que é capaz de conhecer todos a sua volta, aqueles que são próximos a você, mas, então, descobre que tudo não passava de uma mentira. 

Mas eu penso: era uma mentira criada pelos outros ou foi eu mesmo que a havia criado em cima da imagem que eu queria ter deles? 

Não acho justo apontar o dedo pra alguém, por eu achar que a conhecia, sendo que ontem mesmo eu estava me questionando quem diabos eu sou.

É fácil pensar isso. 

Só não é fácil controlar o impulso e os ânimos. Antes de raciocinar tudo, eles tomam a frente e agem por si só.

– Taehyung... – O tom de voz de Rosé soava temeroso, e eu continuava estático em meu lugar, até o momento em que ela tentou tocar meu braço e desviei de seu toque em reflexo, vendo a dor atravessar seu olhar. – Taehyung, eu... E-Eu... – Entre os gaguejos, sua respiração estava esbaforida. 

O colar brilhante em seu colo subia e descia com sua respiração de quem parecia ter corrido uma maratona. Os pequenos diamantes cravejados brilhavam conforme as diversas luzes dos lustres dispostos pelo salão refletiam nele e em seu brinco não menos brilhante.

Assim, tão de perto, era possível ver o quão impecável ela está. A sombra mesclada entre dourado e preto valorizava seus olhos cor castanho escuro, assim como o gloss cor de pêssego valorizava seus lábios. Completamente diferente da minha Rosé. Da Rosé que eu achei que conhecia. A Rosé de rabo-de-cavalo com os cabelos compridos numa total bagunça que ela não fazia questão de prender com presilhas ou grampos, que limitava sua maquiagem numa máscara de cílios e que só trocava seus tênis MaryJane pelas chuteiras quando íamos treinar futebol americano, e não se importava em ter grama e terra em seu cabelo e roupas. 

Essa não é a minha Rosé. 

Talvez eu nunca tenha tido uma Rosé...

– Jung e Kim, vocês dois precisam começar a circular imediatamente com essas taças, ou a coisa ficará feia para ambos! – O organizador falou num tom nada contente. – Andem! Circulando, vamos! – Bateu palminhas, como se nos incentivasse. 

Piscando rapidamente e fechando minha boca, voltei a mim. Pigarreando e arrumando a bandeja sobre minha mão. 

– Tae, por favor... – Rosé suplicou. O tom de seus olhos clareando conforme marejavam e seu nariz começava a ficar vermelho.

– Vamos, Hobi – chamei Hoseok atrás de mim, lambendo meus lábios e tentando focar em não perder esse emprego. 

Eu não posso surtar. Não posso gritar. Não posso chorar. Não posso fazer nada enquanto estiver trabalhando.

pãoWhere stories live. Discover now