espero que a escritora não veja mas caso ela veja, eu não quero confusão, juro que vou apagar depois e eu deixei seus creditos em todos os capitulos, é só um presente pra duas amigas que eu gosto muito.
obrigada, beijos.
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KIMTAEHYUNG
Delegacia.
16 de agosto de 2020, 12:28 a.m.
Parecia que o mundo a minha volta tinha parado.
Nenhum som era ouvido. Nenhum movimento era notado. Talvez eu nem estivesse piscando, de fato.
Minha cabeça parecia estar no mais puro apocalipse. O que diabos aconteceu nessas últimas semanas que me fizeram parar aqui, numa cadeira de delegacia, esperando por um responsável depois de ser algemado e dar um passeio na viatura da polícia?
A vida tem dessas. Umas coisas acontecem rápido demais - tanto que nem notamos muitas vezes -, outras parecem que nunca vão acontecer...
De uma semana pra outra, tanta coisa muda. O meu eu da semana passada jamais imaginaria que o eu dessa semana estaria nessa situação.
Por incrível que pudesse parecer, eu não havia chorado. Ainda.
Enquanto meu foco estava sendo um pôster colado na parede, escrito com letras garrafais "Não use drogas. Drogas não são legais. Aprenda a dizer não!" e um leão feliz estampando o canto inferior direito, eu me perdia num mundo paralelo. Se eu não estivesse em choque, numa ocasião completamente diferente dessa, eu iria rir desse leão idiota. Todos nós sabemos que drogas são ruins, mas não quer dizer muita coisa pra noventa e cinco por cento dos adolescentes dos Estados Unidos.
Mudei meu foco para outro pôster educacional, onde uma onça era a personagem sorridente, mas as letras garrafais diziam "É terminantemente proibido o uso de álcool por parte de menores de vinte e um anos. Não venda e nem faça uso. Seja um jovem bacana!". Tudo bem, a polícia queria utilizar todo o reino felino para induzir adolescentes que iam à delegacia a não fazer coisa errada quando eles estavam ali justamente pelo dito motivo.
Nem todo o reino animal seria capaz de mudar algo que parecia estar impregnado nas veias. Mas, afinal, o que seria das noites monótonas e chatas deles se os jovens não estivessem fazendo coisa errada? Talvez até perdessem o emprego tamanha baixa na criminalidade da cidade.
- Ei, Taehyung?! - A voz levemente alterada me tirou do devaneio junto a uma chacoalhada no braço. Jungkook me olhava com o cenho franzido.
- Quê? - Parecia que tinha areia na minha garganta. Quanto tempo eu fiquei de boca fechada, divagando?
- Tá tudo bem? - Com uma cadeira vazia mantendo a distância entre nós dois, ele se inclinou para me analisar melhor.
- Eu vou ter uma ficha suja, Jungkook. Sem ter feito nada. O que você acha? - Eu não queria que minha voz soasse com tanta rispidez, mas parece ter sido mais forte que eu.
Ótimo, agora eu sentia os cantos de meus olhos e meu nariz arderem, além do desconforto na garganta. Falar em voz alta torna tudo muito mais real.
