[24] Vem Quá

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JEON JUNGKOOK

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JEON JUNGKOOK

Festival de caridade. Chicago, Illinois.

12 de setembro de 2020, 6:47 p.m.

Euforia.

Segundo o dicionário, há duas definições patológicas para.

Primeiro, é um estado caracterizado por alegria, despreocupação, otimismo e bem-estar físico, mas que não corresponde nem às condições de vida, nem ao estado físico do objeto.

Segundo, sintoma comum a várias patologias e a algumas intoxicações (álcool, drogas), que se acredita contribuir para explicar a dependência.

Com mais experiência do que gostaria de admitir, a euforia do álcool e de drogas são as que mais conheço. Noites e mais noites mergulhado nessa euforia momentânea. E era só isso. Momentânea.

A sensação de estar flutuando na fumaça translúcida e brilhante com um cheiro bom e frutado de cor roxa. Tão sem sentido quanto se eu fosse tentar explicar essa euforia. Só sei que costumava ser boa. Ótima, na verdade. Porque eu não tinha muitas coisas prazerosas na minha vida. Então, qualquer euforia que me viesse, fosse na forma que fosse, eu agarraria e não soltaria mais.

Porém, ainda que fossem usos para curtição, não posso negar que a parte de isso me causar mal a ponto de me matar mais rápido que a velhice me era considerado como bônus. Prazeroso e mortal.

Embora não chegado ao ponto de dependente, eu observo os ditos cujo e já não os culpo mais. Talvez eles só queiram euforia. E queiram morrer, também. Queiram o prazer uma última vez. Torcendo secretamente pela última vez ser a próxima. Se aumentar a quantidade, quão maior é a euforia e quão mais rápido a morte vem?

Só que a última vez não chega. Porque secretamente também se deseja viver. Se deseja um motivo, ou até mesmo uma desculpa, para tentar uma vez mais.

Nunca acreditei que pudéssemos mudar por alguém. E ainda não acredito. Oponham-se o quanto quiserem. A frase "quero ser melhor pra essa pessoa" não me soa correta, desde que parte do mesmo ponto de outra pessoa querer nos mudar para a própria satisfação. O ponto é aprender a sermos melhores para nós mesmos, porque nós merecemos, afinal de contas. Sem falar que nossa euforia não é responsabilidade de outrem. Que direito temos de jogar essa responsabilidade que cabe a nós mesmos? É muita pressão sobre alguém que se diz amar muito...

Há momentos específicos em nossas vidas que é tudo tão escuro, como o fundo de um oceano. A superfície tão longe do alcance, que qualquer aparição de bote salva-vidas nos é bem-vindo. O problema é que em momentos como esse, quando se está afogando, corre-se o risco de afogarmos nosso salvador junto de nós, tamanho desespero. É involuntário e não proposital, mas acontece.

pãoWhere stories live. Discover now