PARK JIMIN
Sala de jantar, mansão dos Park. Chicago, Illinois.
18 de agosto de 2020, 07:02 a.m.
- Bom dia, Henrietta - cumprimentei a governanta assim que ela passou por mim, me dando seu típico sorriso acolhedor ao que fazia uma breve reverência, voltando para a cozinha. - Bom dia, mãe e pai - cumprimentei-os assim que me sentei na mesa de vidro, repleta das mais variadas comidas postas para o café da manhã.
- Bom dia, querido - minha mãe respondeu, espetando um pedaço de mamão com o garfo e o levando à boca.
- Bom dia, filho - meu pai disse assim que desviou os olhos do IPad, onde devia olhar as notícias do dia. - Dormiu bem?
- Claro - menti, sorrindo forçado enquanto cortava um croissant. A verdade era que, além dos atuais problemas na Sangue, eu estava com problemas em meu relacionamento com Hoseok, que ainda não estava em bons lençóis desde que ele descobriu meu envolvimento na gangue.
Nós estávamos juntos, mas ele ainda estava extremamente chateado comigo, dizendo que eu tinha escondido metade da minha vida dele e que, pra alguém que dizia o amar tanto, eu não estava agindo de acordo.
O problema é que ele acha que eu escondi metade da minha vida, mas talvez seja mais que isso, já que eu nunca cheguei a lhe contar onde moro e quem exatamente são meus pais.
Hoseok me via com meus usuais jeans justos e surrados, tatuagens e piercings expostos e um coturno tão desgastado quanto os pneus da minha velha Triumph Bonneville Speedmaster, mas não fazia ideia de que, em meu closet, mais da metade das coisas era puramente Gucci.
Que só o jogo de talheres que usávamos em jantares organizados pelos meus pais para seus amigos da elite custavam mais que todo o seu guarda-roupas.
Eu não queria que ele pensasse que eu sou o filhinho de papai riquinho, tampouco queria que pensasse que sou um gangster perigoso, mas seria complicado explicar pra ele essa dualidade da minha vida.
O caso era que: quando se tem uma vida de alto padrão, é necessário se ter uma vida secreta, ou você sufocaria nesse antiquário repleto de relicários.
Quando eu estava no ensino fundamental, a imagem que eu tinha de gangues me enchia os olhos. Me deslumbrava de um jeito absurdo. A ideia de fazer parte de uma me fazia ter a sensação de ser um deus. Dono do mundo todo.
Mas a realidade me bateu forte como um gancho de esquerda, e eu vi, com o tempo, que aquilo não era brincadeira. E eu percebi isso tarde demais, quando já não tinha volta.
Porém, se me perguntassem se eu faria diferente, se eu escolheria outro caminho que não entrar para a gangue, eu negaria. Eu amo minha família, e ela vale todo o sufoco. Morreria por eles, assim como sei que eles morreriam por mim.
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pão
Fanfictionespero que a escritora não veja mas caso ela veja, eu não quero confusão, juro que vou apagar depois e eu deixei seus creditos em todos os capitulos, é só um presente pra duas amigas que eu gosto muito. obrigada, beijos.