JEON JUNGKOOK
Carroça do Taehyung, meio da estrada.
22 de agosto de 2020, 8:33 a.m.
– Então, pequeno grande Calvin... – Falei assim que finalmente consegui ligar a caminhonete e saí da garagem descoberta da casa de Tae, dirigindo pela rua vazia, típica de um domingo. – Seremos só você e eu pelos próximos minutos. – Afivelei o cinto de segurança, me ajeitando no banco esburacado. Espero não pegar tétano... – Sobre o que quer conversar? – Ora olhava para a estrada à minha frente, ora para o pequeno garotinho ao meu lado.
– Ahm... Não sei. – Deu de ombros. Os pequenos pés, calçados com um par surrado de All Star Converse amarelo, bem longe de encostar no chão do carro. – Logaritmos? – Sugeriu, sorrindo animado. – Bhaskara?
– Bem... Acho que poderíamos conversar sobre algo mais, não sei – dei de ombros –, divertido. – Fiz um muxoxo. – Mais descontraído, sabe?
– Tem razão. – Assentiu, fazendo uma expressão pensativa ao que mexia os pezinhos. – História da Europa no século XIV, então? – Encarei-o, tentando entender se ele falava sério ou se estava tirando uma com a minha cara. Mas sua expressão séria não deixava dúvidas de que ele não estava brincando.
– Ahm... Bem... – Pigarreei, tentando pensar rápido em algo. – Que tal brincarmos de "eu vejo com os meus olhinhos". – Sugeri, dando tapinhas mentais em minhas próprias costas. Isso, uma brincadeira bobinha há de servir. – Você sabe brincar? – Olhei-o enquanto parava em um sinal amarelo do semáforo.
– Não. Como se brinca? – Me encarou de volta de um jeito completamente sério, como se fossemos falar sobre um assunto de extrema importância e que merecesse sua total atenção. Como se estivéssemos tratando de negócios.
Eu ainda me perdia nas nuances do Calvin prodígio, que quer falar sobre química orgânica e leis de Newton, para o Calvin criança, que me chama de Junghulk e dorme com um tigrezinho chamado Haroldo.
– É assim: uma pessoa olha pra qualquer coisa presente à nossa volta e diz, por exemplo, "eu vejo, meus olhinhos, uma coisa azul", então, a outra pessoa tem que descobrir o que a outra viu que tem essa cor. Entendeu? – Assentiu. – Beleza, então, eu vou começar, pode ser? – Anuiu novamente, os pequenos olhos âmbar reluzindo na animação de um típico garoto de nove anos. – Eu vejo, com meus olhinhos, uma coisa... Hm... – Batuquei os dedos no volante, acelerando quando o sinal mudou para verde. – Vermelha.
– A fita presa no espelho retrovisor da Charlene. – Respondeu como se fosse óbvio ao que lhe encarei incrédulo. – Não me leve a mal, Junghulk, mas você é muito ruim em jogos, aparentemente.
– Como é que é? – Arqueei uma sobrancelha.
– Ou isso, ou você subestima minha inteligência. – Cruzou os curtos braços na frente do peito. – Eu sou muito inteligente. – Bateu com o indicador na têmpora algumas vezes. – E elegantemente fashion, claro. – Arrumou a gola da camisa amarelo pastel. – Minha vez! – Avisou, sem dar espaço para que eu pudesse me defender. – Eu vejo, com os meus olhinhos, uma coisa preta. – Chutei todas as coisas pretas possíveis ao que passava pelos cruzamentos até avistar a cafeteria.
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pão
Fanfictionespero que a escritora não veja mas caso ela veja, eu não quero confusão, juro que vou apagar depois e eu deixei seus creditos em todos os capitulos, é só um presente pra duas amigas que eu gosto muito. obrigada, beijos.