Vinte

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Quarta-feira, 28 de setembro.


Eu não conseguia me lembrar da última vez que tinha ficado tão ansiosa. Tinha fumado já meia carteira de cigarros desde a hora que tinha desligado o telefone de manhã até a hora em que entrei no café. Estava tamborilando os dedos na mesa, nitidamente nervosa quando a vi chegar. A maquiagem mais leve, nada de batom ou olho borrado. Os cabelos estavam diferentes, parecia apenas um roxo desbotado nas pontas. Ela carregava um sorriso tímido nos lábios e eu senti meu coração acelerar. Levantei para cumprimenta-la e senti as pernas bambas. Ela me deu um beijo gostoso na bochecha e sentou. Seu perfume suave já estava cravado em minha mente. Voltei a me sentar sentindo frio na barriga.

 Voltei a me sentar sentindo frio na barriga

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-Estou feliz que tenha atendido ao telefone. – Ela falou me olhando nos olhos, mas logo desviou o olhar.

-Vou te confessar que atendi sem ver quem era. – brinquei

-Eu imaginei e acho que foi por isso que te liguei tão cedo. Não queria que tivesse tempo de pensar. – Ela corou levemente, ainda desviando os olhos.

-Eu aceitaria de qualquer jeito, DemiDemi. – Provoquei e ela soltou um riso fraco

-Eu senti sua falta. – Ela falou olhando para baixo. Se antes já estávamos mais ou menos desconfortáveis, depois dessa fala até o casal da mesa ao lado poderia perceber nosso desconforto.

-Eu também senti. – Admiti.


Por alguns segundos eu só quis poder olhar para ela. Nossas trocas de mensagens passando por minha mente, finalmente dando um rosto a tudo aquilo. Não a Demi bêbada e fora de si, mas a Demi real. Tímida e linda.


-Me desculpe pelo outro dia. – Ela mordia os lábios de maneira nervosa

-Estão prontas para pedir? – A garçonete interrompeu e eu pude respirar normalmente pela primeira vez desde que tinha entrado ali.


Rapidamente fizemos nosso pedido e eu aproveitei para tomar fôlego. Demi me tirava o ar e a concentração.


-Porque sumiu por tantos dias? – Perguntei de maneira objetiva.

-Eu prometo que vou te explicar tudo, só preciso de alguns dias, ok? – Ela me olhou nos olhos por mais do que 10 segundos pela primeira vez e me senti sem chão.

-Eu tenho paciência. – Falei em tom de brincadeira tentando descontrair.

-Então você desculpa, por seja lá o que eu fiz no Alice? – Ela continuava a morder os lábios, esperando minha resposta.

-Sim. – Sorri. – Você não deveria estar trabalhando? – Estava tão nervosa que não tinha me tocado de que era meio da tarde num dia de semana.

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