Capítulo 1

2.5K 402 164
                                    

Giovani

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Giovani

Mi amore, resta qui. ⸺ Chama assim que levanto e começo a pegar minhas roupas largadas de forma aleatória pelo chão. Se mexe na cama e descobre o corpo nu, expondo as belas curvas de seu corpo perfeito, sua pele morena como ébano foi o que me atraiu ao primeiro olhar, o fogo em suas veias e a entrega eram claras e nítidas, mas pra mim era só mais uma.

No. ⸺ Antonella, é uma das tantas amantes que mantenho, sabe como sou, e mesmo assim insiste, isso me irrita, não tenho muita paciência, mas ela é a mais recente, ainda precisa aprender, que não sou algo exclusivo para ela.

Visto a roupa e saio do quarto do apartamento que ela vive, indo embora sem me despedir. Tive que vim direto do aeroporto clandestino, estava no meu limite, mesmo assim não contínuo satisfeito, talvez as gêmeas consigam amenizar, ou Jô, vou pensar nela e ver qual caminho tomar na estrada. Ir ao Brasil não é mais uma atividade prazerosa e sim um martírio.

Desço do elevador direto no andar da garagem, subo em minha moto e acelero. Eu tenho tentado de tudo pra não pensar, mas não adianta. Maldita Viviane, porque insiste em me enviar ao Brasil?

Sempre que estou lá sinto vontade de pegar aquela mulher e sacudir ela até que entre juízo em sua mente. Sei que o que ela passou não foi fácil, mas viver daquele jeito, sem se importar com nada. Devia ter ficado aqui, junto da amiga, mas não. Todas brasileiras são cabeças duras, e exige tato, coisa que nunca tive.

Meu celular vibra em meu bolso e o ignoro, acelero ao máximo e o motor ronca, desvio dos carros, costurando no trânsito, devo ter sido flagrado em várias câmeras, mas resolvo isso mais tarde, gosto da velocidade para liberar adrenalina.

Enquanto dirijo a imagem dela me vem à mente, seu corpo completamente nu e machucado, o medo estampado em seu semblante, a evidência clara de vida destruída, demorei muito, falhei. Freio a centímetros da faixa de pedestres, quase causando um acidente.

Retiro o capacete e respiro fundo, pisco para as lembranças sumirem da minha mente, falhei, pela primeira vez em minha vida e isso está me perseguindo, por isso não me nego a ir, a ir cuidar dela, mesmo que a distância. Isso me irrita, pensar me irrita.

O carro atrás de mim buzina alto, me viro e vejo um playboy dentro de uma bela Ferrari amarela, me olha com deboche. Não estou em um bom dia cara.

⸺ Sai da frente seu tapado. ⸺ Diz em italiano forçado, deve ser um turista folgado. ⸺ Que foi? Perdeu alguma coisa? ⸺ Era o que faltava.

Desço da moto e ele do carro, é forte, totalmente musculoso, sua camisa regata expondo suas tatuagens, vejo a marca dos Di Martini, está totalmente confiante, pelo visto é meu dia de sorte. Puxo a pistola e dou dois tiros em seu peito, ele cai aos meus pés, me agacho e observo a vida abandonando seu corpo. Sorrio.

As pessoas ao redor olham horrorizadas, vou até um rapaz que está com o celular apontado para mim, tomo o aparelho e o seguro com minha mão livre, enquanto dígito rápido no celular pequeno, instalando um aplicativo com vírus, destruindo todos seus dados e mandando para o espaço sua conta nas nuvens.

⸺ Me dê um motivo para não te dá um tiro também? ⸺ Pergunto em italiano, ele não entende, repito em inglês, ele responde gaguejando. Nesse meio tempo uma viatura chega ao local, fica parada receosa ao lado do veículo.

⸺ Não quero morrer... Por favor... ⸺ Devolvo o aparelho totalmente inutilizado, sigo para minha moto com a pistola em punho.

Passo por eles e fingem não me vê, aquela região inteira pertence a Mancini, nenhuma lei se mete nos negócios dele. Subo em minha moto e dirijo com uma mão, fazendo uma volta no meio deles e seguindo cantando pneu.

Meu celular continua vibrando, paro em um acostamento e atendo.

⸺ Si.

⸺ Venha até a vila. ⸺ Luca pede e desliga. Acelero para lá, subindo a colina em alta velocidade. Percebo logo de cara que tem alguma coisa errada. Tem alguns corpos dos seguranças na entrada.

Paro a moto e corro para dentro com a arma em punho. Se atacaram a casa mais uma vez pode ter acontecido o pior com a família Mancini. Luca acena com a cabeça para dentro do quarto principal.

Mancini está deitado na cama de casal, um enorme curativo no peito, com alguns aparelhos hospitalares ao lado da cama, sua cara não é a das melhores.

⸺ Finalmente. ⸺ Sua voz está embargada, deve estar chapado de medicamento.

⸺ Quem foi? ⸺ Se mataram a Vivi, Mancini vai surtar.

⸺ Ela fugiu, descubra onde está. ⸺ Ele coloca a mão no peito e tenta não demonstrar que está com dor.

Capo. ⸺ Me aproximo. ⸺ O que aconteceu aqui?

⸺ Viviane... ⸺ Geme. ⸺ Me deu um tiro e fugiu. ⸺ Paraliso, fico chocado pela primeira vez na minha vida.

⸺ Acho que não entendi. ⸺ Está muito confuso.

⸺ A essa hora ela já está no Brasil. ⸺ Fecha os olhos e respira. ⸺ Me apagou por cerca de oito horas, ligou para Luca e avisou que eu precisava dele.

⸺ Ela atirou? Viviane? Tem certeza? ⸺ Abre os olhos e me olha com raiva.

⸺ A queima roupa. ⸺ Bem, ela tem aquele jeito sanguinário, mas atirar no marido, assim, é algo surreal. ⸺ Verifique o cofre. ⸺ Vou até o closet, digito a senha e está vazio.

⸺ Não tem nada. ⸺ Conto, ele resmunga e soca o colchão. ⸺ Quanto tinha no cofre?

⸺ Cerca de trinta mil euros. ⸺ É uma boa grana, Viviane é esperta, vai conseguir sumir facilmente. ⸺ Ela levou minha arma também.

⸺ Os homens mortos lá fora...

⸺ Matou eles? ⸺ Confirmo. ⸺ Não acredito nisso! Entre em contato com o piloto do jatinho. ⸺ Pego meu celular e envio uma mensagem. Não há resposta, ligo e nada, entro em contato com um dos nossos responsáveis pelo aeroporto clandestino no Brasil, ele conta que encontrou o piloto e copiloto mortos, junto com o comissário de bordo.

Capo, o que fez? ⸺ Ele dá um sorriso de canto.

⸺ Ache-a e traga de volta. ⸺ Se ela atirou no marido, o que fará comigo? ⸺ Ela não vai te matar, está com medo de uma mulher com um bebê?

⸺ Claro que não. ⸺ Ela iria direto para casa da amiga, mas não vai ficar muito tempo, o relógio está contra mim.

⸺ Não posso ir agora, encontre-os para mim, traga-a mesmo que seja preciso arrastá-la. ⸺ Bem, acho que será exatamente assim, vai ser complicado. ⸺ Não acredito que fugiu, atirar em mim não foi suficiente. ⸺ Resmunga, coloca a mão sobre o curativo.

⸺ Vou hoje mesmo. ⸺ Digito rápido em meu celular, arrumando um outro jatinho. ⸺ Você ligou para o celular dela? ⸺ Questiono já tentando acessar o localizador do aparelho.

⸺ Ela deixou tudo, não levou sequer as roupas de Lorenzo. ⸺ Sorri, não entendo por que ele ri em uma situação tão séria. O que fez? Estaria mantendo uma amante? Não, duvido, a última ela fez questão de matar com um tiro, não vacila ao puxar o gatilho. ⸺ Pegou apenas o dinheiro. ⸺ Sorri de novo, parece ter gostado, não sei, eles são estranhos.

⸺ Esperta. ⸺ Concorda com a cabeça, se posicionando melhor entre os travesseiros, uma enfermeira entra e observa os aparelhos que o monitora, Mancini afasta a mão dela quando toca nele.

⸺ Traga minha famiglia de volta Giovani. ⸺ Disfarça bem o desespero. Eles são completamente loucos um pelo outro, vê-los juntos me causava desconforto.

⸺ Si capo.

[DEGUSTAÇÃO] Um Italiano Pra Chamar de Meu (Spin-off Perigo)Onde histórias criam vida. Descubra agora