Capítulo 8

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Sara

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Sara


Parece um déjà vu, exatamente a mesma coisa, o jeito furioso como ele me encara. Tirando o homem de cima de mim, enquanto ainda soluço e choro por isso e por tudo. Sento na grama, tem sangue em meu rosto e em parte do meu cabelo, a camiseta está rasgada, expondo meu corpo.

Me parece ser o mesmo dia, vou me arrastando ainda no chão, para longe, meio confusa, ainda pedindo pra parar baixinho.

⸺ Levanta! ⸺ Ordena, olho para os lados, tento me localizar, tento trazer minha mente de volta para o presente. ⸺ Você nos atrasou e trouxe mais problemas. ⸺ Segura meu braço e puxa, me arrastando em direção ao carro.

⸺ Me solta!

⸺ Era o que eu devia fazer, era o que eu queria FAZER! ⸺ Grita contra meu rosto. ⸺ Você é totalmente irresponsável, veja o que fez. ⸺ Aponta o corpo sem vida do homem, o tiro certeiro no meio da testa.

⸺ Eu não fiz nada. ⸺ Me debato, meu choque inicial se dissipando e a raiva tomando conta de mim, ele aperta mais, meu braço já está bem dolorido e com marcas.

⸺ Fez sim, tudo que fez a colocou aqui, nessa maldita situação. ⸺ Como assim? Tudo bem, eu agi feito louca com a polícia, mas com esse cara, eu não tive culpa, ou tive? ⸺ Estou cansado de ter que me envolver com você, em tudo!

⸺ Então some! Pega o carro e vai embora! ⸺ Contrai o maxilar, se afasta um pouco, pensa, volta e me arrastar sentido ao carro, abre a porta, pega algo dentro da mochila, logo vejo ser algemas, prende meus pulsos atrás das minhas costas e me joga deitada de barriga para baixo no banco de trás. ⸺ Me solta seu filho da puta! Eu te odeio.

⸺ Cale a boca, se você continuar falando vou colocar uma mordaça, e te juro, você não vai gostar. ⸺ Bate à porta com força. Meu corpo está pegajoso e o cheiro metálico do sangue me deixa enjoada. Tento sentar, mas não consigo, acabo caindo entre o vão dos bancos do carro. ⸺ Perfeito, agora vai assim, ninguém mandou você se mexer.

⸺ Essa coisa tá me cortando. ⸺ Resmungo, tentando levantar de novo, uso meus joelhos e finalmente consigo me pôr sentada no banco. Espera só, preciso de um plano.

A roupa rasgada não cobre nada do meu corpo, a boxer tinha ficado perdida em algum lugar, juntamente com o corpo, como se ambos não fossem nada, descartáveis. Ele é perigoso. Minha mente me alerta.

Vivi me disse tantas vezes que homens bonitos não valem nada, que usam isso para nos usar da forma que preferir. Veja ela e Mancini, eles casaram, tudo bem, mas algo ele fez e por isso ela fugiu de novo, então é igual a esse outro. Todos são canalhas.

⸺ Eu disse pra ficar calada! ⸺ Me encara pelo retrovisor.

Eu geralmente resmungo baixo enquanto penso, mostro pra ele minha língua. Nesse instante passamos por uma viatura parada de forma desajeitada, mais à frente vejo o corpo do policial e do outro lado da pista mia um.

Meu. Deus!

O carro passa em alta velocidade e ainda tento olhar para trás e ver se eles estão vivos, mas tenho certeza que não. Matou, vai me matar também. Olho para as coisas no banco de trás a procura de algo que possa me ajudar a fugir, mas só tem uma mochila com algumas roupas. Droga, eu tô ferrada.

Tenho que esperar a oportunidade certa, é isso, sim, vou esperar, ele vai achar que estou de boa, aceitando tudo que me impõe, mas aí, quando ele menos esperar, eu fujo, e vou encontrar a Vivi. Mas se eu for pra Itália, já era, Vivi não vai pisar os pés lá tão cedo, talvez nunca mais volte, eu não tenho nenhum dinheiro, Mancini não vai me ajudar.

⸺ Droga. ⸺ Resmungo baixinho, meus pulsos queimando devido as algemas, mas a dor é boa, me faz esquecer outras coisas e ter algo em que me concentrar também ameniza tudo. ⸺ Giovani.

Silenzio. ⸺ Mantém os olhos na pista, olho o velocímetro e vejo o quanto estamos indo rápido. Ele é maluco.

⸺ Giovani... ⸺ Insisto. Eu estou com fome, com sede e nua. Que falta me acontecer?

Caspita! ⸺ Acho que ele não pensa que eu não entendo italiano, reviro os olhos. Espero, ele não vai me dar atenção.

⸺ Giovani, eu estou com FOME! ⸺ Ele breca o carro do nada e eu caio com tudo na parte da frente do veículo. ⸺ Cacete, seu filho de uma puta! ⸺ Uso meus pés para chutá-lo, segura e me puxa por ele. ⸺ ME SOLTA! ⸺ Continuo chutando, mas ele é forte e eu continuo presa com as algemas.

⸺ Gostou? ⸺ Me segura pelo cabelo e puxa meu rosto em direção a ele. ⸺ O que você tem? Por que faz isso comigo? ⸺ Não entendo nada com nada, é louco. Seus olhos percorrem meu corpo, que tá nu, essa porra, que raiva, isso é tão humilhante. ⸺ Se sua intenção é me enlouquecer, não vai conseguir. ⸺ Não consigo mais me debater, assim que sua mão grande agarra meu peito eu solto um gemido.

Que merda é essa que ele tem nas mãos? Eu não quero sentir, eu não quero que meu corpo reaja.

Desvio o rosto, acho que se eu não olhar para ele, para seus olhos cheios de desejo, eu talvez não sinta nada e o despreze. É tão estranho, pois ele é o único homem que me toca e eu não sinto medo ou repulsa, mesmo ele sendo um cavalo.

⸺ Eu vou foder com você aqui, quem sabe assim você cala a maldita boca. ⸺ Não consigo não ri. Sua boca chega a meu seio e passa a língua no mamilo rijos. Segura meu pescoço e me faz olhar pra ele, seus olhos encarando minha boca. ⸺ Diga que me quer.

⸺ Nunca. ⸺ Sorri, toma minha boca com violência, introduzindo a língua quente, meu corpo reage, eu simplesmente não entendo. Mantém a mão apertando minha nuca e cabelo, enquanto sua boca explora a minha, os gemidos que saem de mim são totalmente independentes.

Se afasta um pouco, avalia meu corpo sujo com alguns respingos de sangue. O que ele tá pensando? Esse homem é maluco, um tipo louco de psicopata, mas eu não tenho medo, e isso me assusta, por que até agora, ele não foi nenhum pouco bom comigo.

⸺ Diga. ⸺ Aperta meu pescoço, eu chego bem perto, a centímetros de seus lábios, o sorriso de canto em seus lábios dizem o quanto ele é autoconfiante e acha que já me tem nas mãos. Coitado. Estou quase, mas ele não precisa saber disso.

⸺ Não. ⸺ Sorri abertamente, e é lindo, mesmo o sorriso não sendo de felicidade nem nada do tipo, é só um sorriso do tipo, ok, veremos.

⸺ Primeiro você vai tomar um banho. ⸺ Desliza a mão do meu pescoço para meus seios, fecho meus olhos, comprimo meus lábios. ⸺ Depois veremos se você vai continuar a se negar pra mim.

Foda! Por que ele não me come de uma vez?

⸺ Pobre Giovani, não consegue ouvir um não? ⸺ Abro meus olhos e o olho com desdém, continua sorrindo, e só isso, já me deixa com um frio de ansiedade do tamanho do mundo inteiro.

Porra meu, você não facilita minha vida!

⸺ Não, não faz parte do meu dicionário, logo você aprende. ⸺ Me empurra contra o banco, desfazendo o sorriso e ligando o carro.

Tudo bem, acho que irritei a fera, veremos quem vai sair vencendo nessa.

[DEGUSTAÇÃO] Um Italiano Pra Chamar de Meu (Spin-off Perigo)Onde histórias criam vida. Descubra agora