Capítulo 7

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Sara

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Sara


A viagem de carro durou horas, minha sorte foi que apaguei, mas acordei com um pesadelo terrível e tentei sair do carro em movimento, sem saber se era sonho ou realidade, minha mente confusa.

⸺ Enlouqueceu? ⸺ Giovani mantinha o braço sobre meu peito, me impedindo de abrir a porta ou sequer me mexer, ainda estava paralisada, tentando afastar da minha mente as cenas ruins, virei meu rosto para janela e empurrei o braço que me mantinha no lugar.

Tentei durante uns dez minutos regular minha respiração. Estava suada e trêmula, mas meu coração ainda saltava em meu peito. Não vai passar nunca, não vou esquecer. Minha vida se tornou um pesadelo.

⸺ Preciso ir ao banheiro. ⸺ Vi uma placa sinalizando uma cidade em poucos quilômetros.

⸺ Aguente. ⸺ Me viro sem acreditar no que disse.

⸺ Vou fazer aqui, estou apertada. ⸺ Vejo sua mão grande apertando o volante.

Ele olha pelo retrovisor e logo para fora da pista, é uma área aberta, não há árvores ou pedras, já é dia e passa alguns carros.

⸺ Rápido, não temos tempo. ⸺ Tudo bem, abro a porta, ele puxa a pistola e aponta para mim. ⸺ Nem pense em fugir. ⸺ Bato a porta com força. Baixo a cueca e faço xixi ali mesmo, ao lado do carro.

Os veículos que passam buzinam ao me vê abaixada, minha raiva é tanta que nem me importo de estar expondo meu traseiro para quem quiser ver. Ouço o barulho característico da sirene dos carros da polícia, me viro e vejo que uma está parando bem atrás do carro de Giovani.

⸺ Ai não! ⸺ Levanto rápido, mas eles provavelmente já viram minha bunda, fico vermelha e visto a cueca, os dois policiais descem e ficam olhando para minhas pernas, subindo o olhar atrevido, me causando ânsia, pois a camiseta preta não cobre quase nada. Dentro do carro Giovani coloca o dedo sobre os lábios me pedindo pra ficar calada. Sorrio pra ele.

⸺ Ei moça, algum problema? ⸺ O que pergunta, coloca a mão na cintura.

⸺ Policiais, me ajudem, fui sequestrada. ⸺ Por minha visão periférica vejo Giovani balançar a cabeça em descrença, do nada, eu disse: do nada, ele acelera o carro e vai embora, me deixando com os policiais.

⸺ Atenção todas as viaturas, temos uma Jeep 4x4, na cor preta, em alta velocidade sentido sul, na rodovia 10! ⸺ Ele grita para o rádio, correm para o carro e me deixam no acostamento.

Eu não acredito!

⸺ Seus policiais de merda, vão se ferrar, espero que ele mate vocês! ⸺ Grito para o carro, mas ele já vai longe. ⸺ Giovani eu quero que você apodreça no inferno! Seu idiota! Babaca! ⸺ Tá bem, não adianta gritar, ele não vai ouvir.

Mas, e agora?

Preciso de uma carona. Mas pra onde eu vou? Fico parada, acho que uns dez minutos, o sol tá fraquinho, não me atrevo a pedir carona, morro de medo de algum psicopata estilo Giovani, só que feio.

Deus, que situação, a culpa é da Vivi. Ela me meteu nessa! Pra que ela tinha que matar a Luciana e o Raul? Custava perdoar os erros deles? Ou do marido?

Ok, vou voltar a pé no sentido contrário, é isso, em algum lugar vai ter uma casa, ou um posto de gasolina, afinal, passa carro por aqui o tempo inteiro. Só que meus pés já estão doendo com as pedrinhas do acostamento e tenho certeza que vou morrer de tanta dor de cabeça.

Vou xingando o mundo durante todo percurso. Que azar do caralho! Sério, eu devo ser a pessoa mais sem sorte do universo. Por que antes eu estava sozinha, mas eu tinha a casa dos meus avós, meus vizinhos, tinha algo, agora, eu não tenho nada. Paro, começo a sentir aquela coisa, que não sei descrever, é um desespero, uma sensação ruim.

Olho ao redor, nada, só asfalto e mato alto. Meu Deus, eu estou sozinha no mundo! O ar entra com dificuldade, procuro algo, alguma coisa, não sei, tem que ter, as lágrimas já me dominam, não vou aguentar, tenho certeza, dói demais, eu nunca mais fiquei assim, a bebida não permite. Preciso. Deve ter algum caco de vidro por aqui.

Começo a procurar entre as pedras, soluçando alto, gemendo, falando coisas sem sentido.

Preciso... Preciso...

⸺ Ei gatinha, precisa de ajuda? ⸺ Não me importo com a voz, eu preciso achar, continuo procurando. ⸺ Eu sei o que é isso, eu tenho algo que pode ajudar a passar, você quer? ⸺ Ergo meu rosto, e vejo nas mãos do cara sentado na moto, uma cápsula de cocaína. ⸺ Eu te dou, se você me chupar.

⸺ Sim. ⸺ Preciso... Preciso que a dor passe, que a angústia suma. Levanto e vou até ele, tento pegar, ele afasta a mão para o outro lado, mantenho a atenção na cápsula, já tinha usado algumas vezes, mas era muito caro, então eu preferia comprar vodka.

⸺ Primeiro você me chupa, tá ligada? ⸺ Desvio o olhar da droga e o encaro, ele está sujo, tem uma barba mau cuidada e com molho de tomate em algumas partes, seu sorriso expõe dentes faltando, é magro, sinal claro de que faz uso constante, de todo tipo de droga. ⸺ Eu quero sua boca aqui. ⸺ Sua mão suja vai até o membro ainda dentro da calça e aperta de forma repugnante.

Eu preciso... Preciso...

⸺ Eu... ⸺ Sinto vontade de vomitar, mas nem tenho nada em meu estômago, nem mesmo água. Não posso fazer isso. Limpo meu rosto. ⸺ Desculpe, eu... eu só estou perdida. ⸺ Me afasto, ele puxa meu cabelo e me arrasta para dentro do mato.

⸺ Acontece, sua vagabunda, que eu não te dei escolha. ⸺ Grito de dor.

⸺ Me solta! ⸺ Luto contra o aperto, uso minhas unhas, mas elas são curtas e não fazem muita diferença.

Ele está alto pela droga, me arrasta de qualquer jeito, sinto as pedras rasgando minha pele. O desespero tomando conta.

Me acerta um tapa bem no ouvido e eu fico surda e tonta. Joga meu corpo no mato, e minha mente me mostra cenas daquele dia a três meses atrás, um, depois outro, depois mais um, eles não paravam.

Choramingo.

⸺ Não, não, por favor... ⸺ Eu chorava e implorava, mas eles continuavam a invadir minha carne, machucando meu corpo de todas as formas possíveis e impossíveis, eu nunca tinha ficado com ninguém e perdi minha inocência de forma bruta e cruel. ⸺ Me solta. ⸺ Lembranças de presente e futuro se confundem, não me permitindo raciocinar direito.

⸺ Não se faça de santa, eu sei que você vai gostar. ⸺ As mãos dele puxam a cueca que me cobre e tocam minha intimidade sem nenhuma cerimônia. ⸺ Delicia, muito gostosa. ⸺ Prende minhas mãos acima da minha cabeça quando tento acertar o rosto do infeliz. ⸺ Quanto mais você lutar mais eu fico excitado, sente só. ⸺ Ele despe parcialmente a calça e mostra o membro duro, o encostando em minha coxa.

⸺ Pare... Pare... ⸺ Não consigo mais gritar, já estou rouca. Minha cabeça gira, o pânico toma conta de mim. ⸺ Por favor... ⸺ Alcança meu peito e aperta, levanta a camiseta e suga meu seio, tentando entrar em mim, sinto a bile na minha boca e quero me afogar com ela. Não vou aguentar passar por isso de novo.

O estrondo é alto demais eo líquido que cai sobre mim é muito quente e viscoso. O peso do corpo domaldito me sufoca, logo vejo acima de mim, como se fosse um prédio, Giovani eele não está nada feliz por salvar minha pele de novo.

[DEGUSTAÇÃO] Um Italiano Pra Chamar de Meu (Spin-off Perigo)Onde histórias criam vida. Descubra agora