Capítulo 16

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Giovani

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Giovani

Meu coração nunca ficou tão acelerado desse jeito, ela ia pular, ia tirar a própria vida. Eu tinha ouvido os gritos, eram assustadores, balancei ela várias vezes e não acordou. Fui a suíte e peguei a seringa com o calmante e quando voltei, Sara estava lá, sentada como se não fosse nada, como se fosse algo simples pular e acabar com tudo.

Ela quer me enlouquecer, tenho certeza, por que só pode ser isso. Coloco o corpo sobre a cama, fecho a janela, meu coração ainda saltando.

_Meu amor.

_Speak in english. _Ordeno, sem voltar meu rosto na direção dela.

_Mas... _Encaro. _Sorry. _Baixa o rosto, volto a olhar para Sara na cama, só então noto um curativo na coxa.

__O que aconteceu com ela? _Aponto a perna.

_Se machucou na rua, tentando fugir. _Tão imprudente, devia ir e deixá-la aos cuidados de Nastachêr. _Ela é maluca? _Isso me enfurece ao ponto extremo.

_Cale a boca. _Digo entre dentes. Ja estou de saco cheio, cansado, a mente a mil, coração prestes a sair da minha caixa torácica e ainda tenho que lidar com tudo isso.

_Eu só não entendo... _Alcanço ela e a pressiono contra a parede.

_Qual o seu problema? Me diz? _Aperto seu braço. _Quando aprendeu a abrir a boca pra falar? Não ouviu quando eu te mandei calar a boca?

_Desculpe. _Acaricia meu peito, de forma de me deixa enjoado. _Só estava com saudades, vamos pra cama.

_Estou indo embora. _Afasto a mão sem nenhum cuidado e solto o braço, alinho minha jaqueta.

_Tão cedo? _Volto a olhar para Sara, ela ia fazer, isso não sai da minha cabeça. _Pensei que ia ficar comigo mais um pouco. _Desvio o olhar da cama.

_Fez o que eu pedi? _Balança a cabeça confirmando. _Prepare uma mala com as roupas que comprou, coloque no carro.

_Tudo bem. _Vai até a porta, para, ela tá pensando demais, qual o problema dessa mulher? _Meu amor, você vai voltar?

_Do que você tá falando? Pra que tanta pergunta? _Ela não se vira.

_Eu só quero saber quando você volta. _Inferno.

_Não sei, vai demorar, talvez seis meses. _Preciso organizar várias coisas. _Va fazer o que mandei. _Ela sai.

Me aproximo da cama, afasto o cabelo castanho do rosto de Sara, o toque é mínimo mas me provoca um estremecimento, afasto minha mão, fecho meu punho. Vai demorar pra acordar, provavelmente estaremos na Itália, assim é melhor.

Terei que tomar cuidado com ela lá, ainda mais agora, não tenho o apoio de Mancini, estarei iniciando uma pequena guerra sozinho, Piemonte é próximo da Toscana, conheço a cidade como a palma de minha mão, logo consigo tomar o controle, é só esmagar os ratos.

_Esta feito. _Saio dos meus desvaneios, o plano já está traçado, já consegui alguns aliados, não confiáveis, mas necessários. _Fique comigo ao menos uma última vez.

_Não tenho tempo. _Afasto a mão dela assim que tenta me abraçar. _Assim que puder volto pra te vê. _Não é uma promessa, pois nunca fiz, pra nenhuma delas.

Pego Sara da cama e sinto o cheiro dela, usa os produtos de Nastachêr, mas percebo o cheio próprio de sua pele e ele me embriaga, me deixando duro. Desço as escadas com Nastachêr logo atrás, entro na garagem, ela me ajuda a acomodar Sara no banco de trás.

_Eu podia ir com você. _Fecho a porta e abro a do motorista.

_Seu lugar é aqui. _Entro aperto o botão da porta da garagem e logo saio, sem me despedir. Consegui um local próximo, e o jatinho já me aguarda.

Dirijo por cerca de trinta minutos, e adentro numa estrada de terra vermelha. Após dez minutos, chego a um campo aberto, paro o carro ao lado do jatinho, entrego a chave a um peão que toma conta daquela terra, pego Sara, ele apanha a mala, entro no jatinho e coloco ela na cama do mesmo.

Os pilotos já estão na cabine, assim que o peão desce o comissário de bordo fecha a porta e logo a coisa começa a andar na pista clandestina. Sento em uma poltrona ao lado da cama, em uma mesinha eu coloco todo meu material tecnológico e aguardo a liberação para poder usá-lo. Pousaremos em Turim em cerca de quinze horas, e lá darei início a tudo.

Logo o comissário avisa que estou liberado para usar o celular. Ligo para Luca, Lúcio odeia usar aparelhos eletrônicos, ele é o gêmeo introspecto e violento, isso não é ruim, só que as vezes ele perde o controle, só o gêmeo o acalma.

_Sou eu. _Digo assim que ele atende. _Estou indo para Turim. _Vou direto ao ponto.

_Então é verdade? _Ouço um gemido do outro lado da linha, aposto que estão torturando alguém, é o que ele mais fazem, sentem raiva e se liberam assim.

_Sim, ele te contou? _Tento vasculhar os dados que preciso na internet, mas está difícil.

_Ele deixou algo no ar, está furioso. _Imagino que sim, não tiro a razão dele. _Você não podia fazer isso agora, veja, ele tá surtado, a esposa ligou e ele ficou bem pior.

_Ligou pra ele? _Louca, ela quer provocar, enlouquecer, Mancini perdeu o rumo com essa mulher, sabia que isso ia acontecer, mas ele não houve, a sanidade dele se esvaiu assim que saiu daquele hospital no Brasil e nos fez revirar todo país atrás daquela mulher.

Olho pela janela, mas está escuro, o vidro desta reflete o corpo de Sara sobre a cama, fecho meus olhos e volto a atenção para a tela do computador.

_Eu não tive escolha, agora já estou até o pescoço nisso. _Recebo um e-mail de um dos meus aliados em Turim e sorrio. Uma reunião foi marcada. Agora sim. Entrarei com grande estilo.

_Ele está indo para o Brasil, mesmo sem a autorização do médico. _Tolo, eu encontrei várias pistas, mas nenhuma me levou até Viviane. _Lucio vai com ele, então estou a sua disposição.

_Agradeço, preciso de armas. _Recosto melhor na poltrona de couro e cruzo minhas pernas, meus olhos sempre se voltam para cama, mas desvio rápido. _Eu tenho um apartamento em Turim, a vila só estará pronta em duas semanas.

_Você conseguiu recupera-la? _Sim, a algum tempo, mas eu não disse a nenhum deles, eu só recuperei, porém não tinha nada em mente, não tinha plano ou sequer desejo de retornar, só achava que precisava ter a vila.

_Leve as gêmeas, quero que estejam lá quando eu chegar. _Ele bufa, eles não mantém nenhuma amante, acham perca de tempo, são viciados em prostitutas, o que dá quase no mesmo. _Eu me casei no Brasil.

_O QUÊ?! _Grita, meus olhos já estão sobre ela de novo, minha esposa, minha, somente. Percebo um sorriso de canto em meus lábios. Inferno. _Como assim?

_É uma longa história, faz o que eu pedi, leve elas, e me consiga as armas. _Ele fala com o irmão, ouço quando conta o que acabei de dizer.

_Foi aquela morena? A Nastachêr? _Curioso, parece uma mulher sondando atrás de fofoca.

_Não, a amiga de Viviane. _Ele xinga, a ligação está no viva voz.

_Mas ela foi usada. _Sim, mas isso não é problema, eu matei os responsáveis.

_Isso não importa, está apagado, agora ela é minha esposa. _Digo ríspido, para que não toquem mais nesse assunto. Levanto, sento a beira da cama, acaricio o rosto de Sara. _Posso contar com você, pra proteger ela, enquanto enfrento o que sobrou da minha família?

_Claro que sim, estou ansioso por isso, te encontro em algumas horas. _Desligo, ela geme um pouco.

_Shiu, dorme, ninguém vai te machucar. _Em um impulso beijo seus lábios, me afasto quando percebo que estou fazendo isso.

Será que o que Mancini tem, pega? Por que estou sentindo que estou fora de mim, e isso não é bom.

[DEGUSTAÇÃO] Um Italiano Pra Chamar de Meu (Spin-off Perigo)Onde histórias criam vida. Descubra agora