Capítulo 13

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Sara

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Sara

— Você pode me ajudar? Preciso fazer uma ligação. _Era a única coisa que vinha a minha mente, sei que sair vai ser impossível, jamais vão me deixar passar pela portaria. Por hora, preciso sair da rua.

Após vê os dois, lá no quarto, juntos, me senti péssima, usada e idiota, tudo junto, me vesti e sai correndo até encontrar uma mulher fazendo caminhada.

_Claro, venha até minha casa. _Respiro aliviada, pois estava com o ar suspenso de tanto desespero. _Você tá bem? _Ela usa um boné e seu cabelo está em um rabo de cavalo, saindo do boné preto. Sorri.

_Esqueci minhas chaves dentro de casa, preciso de um chaveiro. _Preciso de uma história boa pra ela me dar uma carona pra fora do condomínio. Ela parece acreditar na minha mentira, seguindo andando e sorrindo.

As casas não são luxuosas e extravagantes, aparentam imitar aquelas casas americanas, cercas branquinhas, algumas nem cerca tinham, outras eram cercas de plantas bem aparadas, ainda é cedo, então somente às vezes se passa um carro em direção a saída do condomínio.

_Nunca te vi por aqui, mudou a pouco tempo? _Ela abre a porta e eu praticamente entro correndo, tá difícil pra caralho tentar disfarçar meu receio de ser encontrada, mas aposto que eles estão...devem estar...isso, estão trepando, deixa de ser idiota, não tem problema nenhum falar essa palavra. Que trepem, que ele passe o dia inteiro fodendo com ela e infarte.

_Sim, isso mesmo. _Ela aponta o telefone.

A casa é puro conforto, tudo sinalizada um ambiente familiar feliz, o sofá é creme, o chão é de madeira polida, a escada leva ao andar superior, a casa tem dois andares, é espaçosa, mas daqui consigo vê a cozinha e a sala de jantar, tem muitas janelas, é bem arejada e iluminada.

Tem cheiro de família, de casa com gente feliz, com problemas comuns e rotinas diárias agradáveis, amor, muito dele, por isso ela tem esse sorriso fácil e confiante, por que é feliz, feliz demais, que nem nota o meu medo, minhas mentiras.

_Vou subir, pode ficar a vontade. _Sorri, tão educada, provavelmente nunca esteve em contato com o perigo, pois deixar uma total desconhecida entra em sua casa e ainda me deixar sozinha, sei não.

Vejo alguns brinquedos de crianças pela casa, algumas fotos sobre uma lareira, mas não consigo vê bem de onde estou, deve ser a família, por que é óbvio que ela ia ter uma, é gente boa, nem relutou em me ajudar.

Pego o telefone e fico com ele em punho. Não tenho pra quem ligar, nem sei direito onde estou, Vivi não pode ficar saindo, ainda mais com o Lorenzo. O que faço?

_Te achei. _Solto o telefone e ele cai bem em cima do meu pé, ao ouvir a voz de Nastachêr atrás de mim. _Não faz barulho, vem comigo. _Ela aponta uma arma pra mim.seguro meu pé e massageio o dedão.

_Não vou. _Ela tira a trava da arma, quer me assustar, eu já tô, principalmente por sua cara ameaça, ela quer me matar, mais que tudo.

_Sabe, essa é a casa da Pâmela, uma amiga minha, tem dois filhos lindos. _Se aproxima um passo, pega um pelúcia do chão e coloca em cima do sofá. _Você acha que eu ligo? Matar ela vai ser até bom, a vida perfeitinha dela me dá ânsia.

Engulo em seco, não faria, ela não pode simplesmente matar uma mãe, deixar as crianças sem ela. Escuto um chorinho vindo do andar de cima. A assassina a minha frente sorri.

_Você decide, de uma forma ou de outra você vem comigo. _Estremeço, ouço o barulho de passos no andar de cima. Vou até ela e sigo para saída. Que merda. Ela coloca o braço sobre meu ombro de maneira despojada, como se fôssemos melhores amigas, andamos na calçada. _Você viu? Ele passou a noite inteira com você, mesmo assim me procurou. _Aperta meu ombro com força quando tento me soltar. _Quetinha, relaxe. _Sorri, tá se achando o máximo, fez essa mesma cara de contentamento quando entrei no quarto e a encontrei nua e linda, tudo perfeito, zero defeitos.

_Você acha que eu ligo? Tanto faz, ele pode ficar com você, não tô nem aí. _Viramos a esquina, um casal passa por nós fazendo caminhada, acenam e sorriem.

_Bom dia Sr. e Sra. Fialho. _Ela conhece todo mundo nessa merda, claro que ia me achar fácil, deve ter acesso as câmeras, vi varias, devia ter previsto isso. Sou tão idiota, burra, não tem como fugir daqui, estou presa. _Não seja mentirosa, mas não tem importância, ele já me garantiu que nunca vai me deixar.

Claro que não vai, olha essa mulher. Perfeita, eu estou totalmente destruída, ela está com a pele linda e sedosa, os cachos perfeitos te dando um ar exótico. Aposto que tô com uma cara de merda.

_Então me deixa ir, eu só quero ir embora, assim você tem ele inteirinho pra você. _Ela abre a porta e me empurra com tudo pra dentro, caio no chão.

_Era tudo o que eu queria, mas não posso, ele nunca me perdoaria. _Coitada, ela está totalmente apaixonada por ele. _Graças aos céus você é pessima na cama. _Ele disse isso? Que tremendo filho da puta. Me comeu a noite inteira sem pausa, me deixando dolorida e ainda tem a audácia de sair falando que sou ruim? Certo, não tenho nenhuma experiência com sexo, mas... é foda saber que fui ruim.

Levanto com cuidado, prestando atenção nos movimentos dela. Me odeia, mas eu não tenho culpa. Podia ter me entregado a Mancini, aos gêmeos, mas não, insistiu naquela merda. Começo a sentir que o odeio por isso, por me colocar nessa situação.

_Olha, eu não tenho culpa, eu não queria isso, você mesma viu. _Ela ri.

_Não seja mentirosa. _Segura meu braço e me arrasta escada acima, assim que chegamos no quarto ela me empurra para dentro, perfeito, virei saco de pancadas de amante mau amada. Começo a rir, ela não vai me matar, se pudesse já teria feito.

_Tadinha de você, tendo que ser sempre a amante, perdendo de ser a esposa pra alguém como eu. _Levanto rápido e me afasto assim que percebo o quanto ela está furiosa.

Gente, essa mulher deve ter o que? Um e oitenta? Por aí, eu tenho apenas um e sessenta, sem comer nem sei mais quantos dias, com sono, nem unha tenha pra arranhar ela, tô ferrada, a mão dela é pesada pra cacete e dói, só tenho minha língua afiada mesmo, mesmo com medo não me calo, isso é minha perdição.

_De que adianta ser esposa e nunca ser suficiente? Ser uma fraca, uma nada. _Finjo que suas palavras não me atingem. _Quem é você? Ninguém, nunca vai ser ninguém, ele tem pena, sim, é isso, está evidente. _Desvio meu olhar. Pena, será? Faz sentido.

_Tudo bem, não tem problema, eu já sei de tudo isso. _Sorrio, mesmo sem ter nenhum tipo de alegria dentro de mim. _Mas sou eu que vai pra Itália com ele, eu, entendeu? Quando ele vai voltar? Me diz? Você sabe? Posso não ser boa na cama agora, mas aprendo, logo ele não precisa de amante nenhuma, o que você fizer posso fazer também. _Minto, por que não quero que ele toque em mim nunca mais, foi bom? Foi maravilhoso, mas não dá. Bingo, vejo o olhar dela fraquejar. _Coitada de você, não tenho raiva, tenho pena, por que vai ficar aqui, sendo aquela que ele come quando vem ao Brasil, quais os motivos pra ele voltar mesmo? _Continuo, ela queria me machucar, eu entendo que minha única arma contra ela é o ataque ao seu ego, ela o ama, com desespero.

_Cale a boca! _Surta, aponta a arma pra mim. _Você não sabe de nada, ele volta, sempre volta. _Meu coração acelera, prendo a respiração, eu tô fodida, literalmente cutuquei a onça com vara curta.

Que me mate, ninguém vai se importar, só a Vivi mesmo, mas ela vai se ajeitar logo com o Mancini e ele a faz feliz, então, tudo bem.

_Volta nada, tu vai vê só, quer apostar? _O barulho de tiro me deixa meio surda, minha perna queima e eu grito. Logo ela me puxa pelo cabelo, me arrastando, isso mesmo, eu tinha caído de dor, ela me arrasta pelo cabelo, seguindo no corredor, dói, dói demais, grito e choro, ela abre um porta.

_Vai ficar aí. _É um closet pequeno, ela quebra a lâmpada com a coronha da arma e o vidro cai sobre mim. _Espero que goste. _Bate a porta e fecha. Aperto a perna, urrando de dor.

Não dá pra vê um palmo a minha frente, é escuro demais e eu, morro de medo de escuro.

[DEGUSTAÇÃO] Um Italiano Pra Chamar de Meu (Spin-off Perigo)Onde histórias criam vida. Descubra agora