Capítulo Nove

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'Fugi'. É triste admitir, mas sua presença na cozinha essa noite, foi uma prova definitiva que seria vencido à sua vontade. Não está disposto a arriscar.
A segunda noite sob o mesmo teto definiu ao que seria reduzido. Precisou um dia inteiro para sucumbir na metade da madrugada seguinte. Está parado, como um idiota faminto, em frente a porta do quarto da jornalista. Todo seu corpo tremula de necessidade. O corpo todo a quer, se rebelando contra a mente, que resiste com bravura, mesmo quando sua testa se apoia na madeira que os separa; e suas garras arranham o verniz, para encontrar o silêncio atrás da porta, com exceção da respiração tranquila, pontuando seu repouso.

A mente se entrega, imaginando a forma pequena e voluptuosa da fêmea sobre a cama. Estaria nua sob o roupão como na última vez?
Humilhante saber que a razão estende uma bandeira branca em rendição, porque o corpo a quer. Bastante.
E a teria.

Valentina tem um sono leve. Na questão de seus sentidos, ligados em seu anfitrião, o negócio entra em um caso crítico.
O rangido da porta, ao se abrir, a tira do sono num instante. A perfeita forma escura, do homem sem camisa, em calça de moletom na entrada, faz duvidar que esteja realmente acordada.
Um pouco grogue, tenta levantar-se, apoiando-se nos cotovelos. Mal tem tempo de entender o motivo de sua aparição; se agrada em vê-lo, sim; entretanto, duvida que o homem ao passar o dia todo fugindo estivesse de fato ali.
Ele faz uma aproximação decidida, parando ao pé da cama. A forma de seu corpo é muito maior e mais ameaçadora nos limites escuros do cômodo; talvez sua percepção houvesse aumentado, uma vez que só o contorno dele é visível.
Esse homem a sua frente dá um show ao tirar a única peça de roupa que veste: a calça.
A falta de iluminação é uma desgraça. Não consegue ver a parte desnuda que lhe promete satisfação; e seus movimentos metódicos ao se pôr de joelhos e alisar seus pés, subir para as panturrilhas e, por trás, nos ligamentos dos joelhos, causa, apenas, uma breve impressão antes de ser puxada por ele.
Num arfar, está a beira da cama, de pernas abertas, com ele entre elas.
O movimento repentino a coloca em posição, como deve ser a intenção.
A facilidade o favorece, uma vez que a camisola é o único item cobrindo seu corpo. Não que esperasse uma visita clandestina no meio da noite. É só o costume de ficar o mais a vontade possível. Não dormia totalmente nua porque seu pai sempre dizia: '__ Esteja preparada pra correr em qualquer ocasião, nunca se ponha mais vulnerável do que já é'.
Pai de duas mulheres, seu pai as preparou sobre a eminência dos perigos. Ainda hoje, Valentina acha que, por ter sido militar, quase a vida toda, foi a forma que seu pai encontrou de expressar seu amor e importância com a segurança de suas filhas.
Sendo assim, ali está ela, parcialmente vestida; camisola enrolada centímetros abaixo dos seios, suas partes sensíveis a mercê.
Vengeance se dobra sobre ela, o braço tomando seu corpo com o abraço em sua cintura; suspende-a e morde a lateral de suas curvas.

__ Aaahh...!!! __ a expressão variável de sentidos entre dor e cócegas; reações instantâneas, provocam arquejos e arqueamento.
Nervos entrando em colapso.

__ Por que me provoca? __ certamente, essa acusação parte dele.

'Como responder a isso, se todo seu ser acredita no contrário?'
O tempo faz os olhos de Valentina se acostumarem a escuridão. Vislumbra o brilho dos olhos dele, a única coisa visível desde o princípio; e, os fortes traços do físico desse homem, tornam-se mais aparentes.
Põe suas pernas sobre os ombros; os braços firmam em suas coxas; a mão direita fica em seu ventre; os dedos da mão esquerda abrem seus lábios vaginais, caminho aberto para a boca quente dele, que toma conta de tudo.

__Aahhhhnn... __ a sensação não é deste mundo.

Uma língua feroz e ousada, como tudo nele, eleva os sentidos dela para um novo patamar. A mão em seu ventre muda para seu seio em um aperto forte; seu mamilo desponta por entre os dedos daquela mão grande.

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