Capítulo Dezessete

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__ Coloque sua cabeça para trás. __ instrui Vengeance a sua companheira, na banheira.

GRÁVIDA. DELE. É difícil acreditar; nunca ousara sonhar por tanto; e não consegue evitar esse sentimento que expande seu peito em cada respiração: satisfação, plenitude de extrema felicidade.
Ajoelhado do lado de fora, recusou-se a entrar para se dedicar, exclusivamente, a mima-la; sem distrações. Embora sua jornalista houvesse insistido, de forma ferrenha.
Vestida em um roupão branco, feito para o seu tamanho, e não o dela, como na primeira vez em que a possuiu na floresta, traz-lhe nostalgia, parece ter sido em outra Era. Já não acha o traje feio, como antes. Nesse instante, a torna perfeita vestida com ele. Talvez por ser tão delicada, tão frágil, tão aos seus cuidados. Tão sua. Como um pequeno presente, feito especialmente para si.
Sentados ao pé da cama, um carrinho com comidas, entregue pelo refeitório, a sua frente; quis ser ele mesmo a alimenta-la. Fica satisfeito que não há objeção da parte dela; às vezes ela dá risadinhas, quando estende uma porção no garfo até sua boca.

__ O que foi? __ insiste em saber.

__ Você. __ responde ela.

Ele a olha, esperando mais explicações. 'Isso não é uma resposta'.

__ É que você é tão sério nisso, __ ela sinaliza para os pratos a frente com os olhos. __ tem concentração de um lapidador de diamantes ou de alguém que tenta abrir um cofre, e não me alimentando.

__ Tenho que cuidar de você. É minha companheira.

__ Amém por isso.

Ambos escutam batidas na porta; se estivessem em sua cabana, não haveria tanta interrupção. Depois dos acontecimentos de ontem, não poderiam voltar pra casa, ainda.
Vengeance solta um grunhido por serem incomodados cedo, enquanto alimenta sua fêmea.
Ao abrir a porta, Justice, Fury e Slade estão a sua espera.

__ O que vocês querem? __ Vengeance enfatiza.

__ Viemos cumprimenta-lo pela boa notícia. __ Explica Justice.

__ E aí, Ven? Meus parabéns... __ diz Slade.

__ É. Ficamos sabendo. Parabéns, meu amigo. __ Fury dá uns tapas em seu ombro.

__ Podemos entrar? __ Justice pergunta.

Vengeance abre a porta, deixando que passem...

***
Valentina permanece no quarto; e Vengeance sai para atender a porta com "cara de poucos amigos". Ela pula para sobremesa como se tivesse cometendo um delito, paquera a torta de limão desde que Vengeance apresentou as opções. Reflete sobre o quanto adora essa versão fofa dele, de homem dedicado. Toda vez que dava a comida em sua boca, tinha essa vontade louca de se jogar em cima dele e agarra-lo, como uma libidinosa lunática; só não o fez porque desperdiçaria toda essa refeição com aroma divino; se não pela fome, então pela gula, que agora atribuía a seu status de mulher grávida.
Vozes, volta e meia, ultrapassa a barreira da porta do quarto. Após comer todo o pedaço de torta, se levanta e vai espiar.
Todos param quando chega a sala de roupão enorme. 'Argh. Poderia parecer mais infantil nesse traje? Ao menos, estava coberta. Exageradamente coberta'.

__ Oi. __ sorri sem jeito com tantos pares de olhos em cima dela.

Vengeance a puxa pelo cotovelo; a leva para o sofá, e a coloca no colo. Seus braços a cercam pela cintura, possessivo.

__ Bem, como estávamos dizendo a Vengeance, precisamos fazer um relatório sobre tudo o que aconteceu ontem em sua antiga casa. __ Justice recomeça. __ A justiça humana pede que o faça, embora não seja obrigatório, porque agora é uma de nós.

__ Eles sabem disso?

__ O quê? Que é uma de nós? __ Justice pergunta e Valentina afirma com a cabeça. __ Não. Mas é uma questão de tempo, não acha?

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