Capítulo Doze

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Vengeance sai cedo pela manhã, como sempre. Antes da chegada da jornalista; antes de sentir seu cheiro arrebatador; antes de se render e tornar-se escravo dessa fêmea mais uma vez.
Quis se misturar com a natureza, se embrenhar na mata e, em consequência, encontra Leo, que apesar de preferir a zona selvagem, é tranquilo em suas atitudes e convivência, desde que não ameace seu território.

__ Olá, Ven. Faz um tempo que não te vejo por aqui. __ Leo fala, com seu traje frequente: um short adaptado para passagem do seu rabo e camiseta; esse último é um artigo pouco utilizado sobre o tronco cheio de cicatrizes. Vengeance acredita que a preferência do macho é estar totalmente nu.
Vengeance acha que essa é a parte mais selvagem em Leo, apesar de ser um Espécie bem assustador a primeira vista. O corpo marcado por cicatrizes, pouco se sabe sobre sua história em cativeiro, coisa que Leo nunca comenta; sabe-se, apenas, que era isolado dos outros. Leo também lida com todos os animais selvagens da Reserva. Se encarrega do bem-estar de toda espécie animal do território.

__ Estive ocupado.

__ Assim eu soube. Parece que te encarregaram de uma tarefa. __ comenta.

Isso o aflige. É apenas uma tarefa. Uma maldita tarefa.

__ É. __Vengeance responde sem vontade.

__ E cadê a fêmea? A deixou sozinha?

Vengeance não gosta da pergunta do outro macho.

__ Meus cães cuidam dela. Não permitiriam a aproximação de ninguém sem um ataque seguido de uma morte certa. __Vengeance diz em tom de ameaça.

O macho Espécie ri. __Tenho certeza que sim.

***
Vanni pega seu bebê do carrinho, depois de passar um tempo respondendo as perguntas de Valentina. Ele fez um barulhinho anunciando que acordara e precisa de atenção.

__ Essa é a razão do meu viver. __Vanni fala com os olhos apaixonados para bebê que acaba de pegar. Valentina acha um primor. Parece ter dois meses e espreguiça nas mãos de sua mãe que o segura de pé, dando uma visão completa do bebezinho lindo com bochechas rosadas e redondas. De olhinhos fechados, faz biquinho. Um ser pequeno e perfeito.
Um anseio se instaura nela.

__ Como está sendo essa fase para você?

__ A realização de um sonho. Sempre quis ser mãe; e ele é muito calminho.

__ Posso segura-lo? __Valentina pede.

__ Claro.

Ela o pega com cuidado e sente o perfume bom de criança.

__ Parece de brinquedo. __ diz fascinada, não resiste e encosta seu nariz na bochecha do bebê e, pela primeira vez, vê seus olhinhos se abrirem e se encanta.

__ Tão lindo. __declara ela.

__ É. Eu sei. Beth e eu não paramos de dizer isso. Fica difícil dizer se as bochechas são naturalmente rosas ou por excessos de beijos constantes.

Valentina dá uma risadinha. __ Quem é Beth?

__ Minha amiga. Somos como irmãs. Quando pensamos que estava grávida, avisou-me que isso aconteceria. Nem imaginava a dimensão da sua promessa. Toda vez que vem nos visitar, traz um mundo de presentes, além de... você sabe, de cumprir fielmente sua promessa de enche-lo de beijos. Confesso que faço o mesmo. É um bebezinho muito amado.

__ Posso entende-las totalmente. Não é mesmo, coisinha mais linda do mundo? __ Valentina brinca com a criança de olhos marrons e redondos e cílios grandes.

Vanni suspira de satisfação. __ Também dizemos isso a ele o tempo todo.

Valentina encosta, mais uma vez, seu nariz na bochecha redonda e corada, não resiste a demanda e dá uma sucessão de beijinhos ali.
Faz perguntas sobre a criança e o início do seu relacionamento com um Nova Espécie. Mal acredita que Daniel tem duas semanas e três dias. 'Como pode isso?', pensa e verbaliza a pergunta.

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