SEM SEGREDOS

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Queridos leitores,

Primeiramente, gostaria de desculpar-me pela demora. Confesso que já estava agoniada para finalizar o capítulo, mas por um pouco de falta de tempo somados à falta de inspiração no momento, acabei demorando mais que o previsto.

Espero que gostem do capítulo.

Não ficou exatamente como eu gostaria, mas vou tentar melhorar no próximo.

Boa leitura.

Obs.: Passagens em itálico indicam transição de tempo (passado ou futuro provável).

*************

Seguia correndo em meio à escuridão num desespero desmedido, tal qual impossibilitava de pensar em chorar pelo que havia visto e vivido. Preocupava-se em apenas manter-se viva. Os pés descalços, machucados pelo frio e pelo impacto, os joelhos ralados pelas quedas, braços exaustos de acenarem por socorro, o rosto vermelho pelo frio intenso daquela noite, olhos lacrimejantes pelo medo, mãos trêmulas pelos acontecimentos, coração descompassado e todo seu ser buscando pela sobrevivência, não por si, mas por ela.

[...]

Niylah soluçava por puro reflexo. Já não sentia mais as lágrimas escorrendo. Seu pensamento era elevado ao mais puro instinto em proteger sua filha. Agarrava o próprio ventre em proteção e tremia a cada xingamento proferido pelo rapaz.

>> Por que demônios você não me disse que ela estava grávida!! Ele esbravejou ao telefone. Era possível ver sua expressão transtornada ao apontar a pistola em sua cara e o medo dela a cada segundo em ver aquele cano preto apontado em sua direção. Um aperto no gatilho e tudo teria o seu fim.

>> Sem pistas, Collins! Sem testemunhas! Não seja covarde e cumpra a merda da ordem que lhe dei. A voz firme encheu os olhos dele de um ódio jamais presenciado. Sua raiva era tamanha que sequer desligou o telefone, mas espatifou-o contra a parede do quarto.

E ele chorou apertando a arma em suas mãos, rangendo os dentes e gritando. Uma aproximação violenta a fez encolher contra seu próprio corpo jogado ao chão do quarto, mantendo seus olhos fechados com força aguardando o momento de sua morte.

Tremia de medo. Temia por sua filha.

- Corra o mais rápido que já correu em sua vida! Não olhe para trás, não pare nenhum segundo sequer, não volte, não peça ajuda. Corra desesperadamente e só pare apenas no lugar que julgar seguro. Não confie em ninguém!

Por poucos segundos ela o olhou nos olhos. Sentimentos pesados de dor e arrependimento esgotavam do jovem homem. Ela não entendia o por quê poupara sua vida.

- CORRA!!!!! Ele gritou levantando-a e empurrando-a quarto afora. Havia descumprido uma ordem direta de Kane e sabia que seria punido, mas não tinha mais a audácia de matar uma mulher grávida.

Não depois de tudo o que descobriu.

[...]

Caiu novamente.

Mas diferentemente das outras vezes, ela não se levantou. Estava exausta depois de correr sem parar o percurso que julgava ser o mais longo de sua vida. Não havia mais forças para se erguer, não tinha mais nada que pudesse ser humanamente possível aguentar. Rastejou até chegar à beira da estrada, onde uma mão caridosa a acolheu.

A última coisa que viu foi o rosto de uma mulher que veio ajudá-la.

Estava salva. Enfim, segura.

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