Two of us

5 de setembro de 1959

Mari POV

Eu nem acredito que aceitei o encontro com Thomas, mas se não aceitasse minha mãe me mataria. Na verdade queria um encontro com Paul, mas ele nem olha para mim e pelo que acho ele está apaixonado por alguém, mas sempre é algo passageiro, espero que Dot também seja. Bom, estou me arrumando para o encontro com Thomas com, obviamente, o vestido que minha mãe escolheu. O objetivo dela hoje era me fazer parecer mais velha, já que Thomas é 8 anos mais velho, e conforme ela: eu não posso parecer uma menininha de 17 anos, então o mais velha que posso parecer melhor. Sinceramente estava me sentindo muito estranha com esse vestido mais colado, eu estou acostumada com vestidos rodados, mas com esse eu mal caminhava, também fui obrigada a colocar saltos, eu nunca usava eles, mas Thomas era muito mais alto que eu e eu não poderia parecer muito menor que ele, tudo palavras da minha mãe. Ouvi umas batidas na minha porta e em seguida ela foi aberta revelando Margareth

— O senhor Headeston está a esperando - Margareth disse

Me olhei mais uma vez no espelho para ter certeza se estava tudo bem.

— Tenho certeza que o senhor Headeston irá te achar linda tanto por fora quanto por dentro - Margareth foi até a mim e colocou as mãos em meus ombros e sorriu - vai dar tudo certo

— Obrigada Margareth - lhe dei um abraço - vamos logo

Descemos as escadas e Thomas estava conversando com meu pai enquanto literalmente minha mãe estava babando por Thomas, totalmente nojento.

— Ai está ela e totalmente linda - meu pai chegou e pegou minha mão me ajudando a descer o resto da escada - bem, espero que os dois se divirtam e Thomas, cuide bem da minha menina

— Eu irei senhor Campbell, não se preocupe - ele sorriu para meu pai, tenho que concordar com o porque minha mãe está babando por Thomas

Nos despedimos e Thomas me conduziu até seu carro e abriu a porta para eu poder entrar. Ele deu a volta e entrou do lado do motorista

— Eu achei que seria melhor irmos em uma lanchonete para almoçarmos. Provavelmente seria o lugar que você se sentiria mais confortável do que um restaurante chique e caro - ele disse dando partida no carro e deixando a mansão para trás

— Seria perfeito, mas não do jeito que estou, vou parecer que me perdi no caminho para o restaurante chique

— Isso eu tenho que concordar, quer passar em uma loja para comprar algo mais adequado?

— Eu adoraria

Thomas me levou até uma loja simples para poder comprar um que seria mais minha cara, eu acabei escolhendo um azul bebê e fui obrigada a tirar a maquiagem já que não combinava nada com meu vestido, assim que sai do provador, Thomas tinha mudado suas roupas também para parecer menos sério, com uma calça jeans e blusa preta.

— WOW, tenho que admitir que você está muito mais bonita que antes - eu fiquei vermelha com o comentário

— Você também, por mais que fique bonito também com um terno - e ele lançou novamente aquele sorriso matador

Thomas pagou nossas roupas e voltamos para o carro para seguirmos nosso caminho para a lanchonete. Não demorou muito para chegarmos lá. Estacionamos e ele foi abrir a porta do carro para mim e depois me deu seu braço para me conduzir para dentro. Sentamos na terceira mesa e a garçonete já veio nos atender e ficou me ignorando enquanto babava em Thomas. Pedimos coca-cola para os dois, Thomas pediu um hamburguer e eu uma batata frita

— A garçonete me encarando não foi legal, ainda mais quando estou em um encontro, me desculpe

— Não foi nada Thomas - ele levou as sobrancelhas

— Me chame de Tom apenas, vamos fazer isso o mais fácil para nós dois, ok? - eu acenei - então, Mari, me conte sobre você

— Hm - fiquei pensativa por um tempo - eu sou fotógrafa de uma banda

— Sério? Isso é bem legal e diferente, qual o nome da banda?

— Eles ainda não tem um novo definido, faz pouco que eles voltaram como uma banda

— Você ganha algo com isso?

— Só ganho experiência - nós rimos e nossos pedidos chegaram na hora. Ficamos meio quietos comendo e então terminamos

— Que você acha de dançarmos?

— Dançar? Na frente das pessoas?

— Qual o problema? Confia em mim Mari, vai ser legal. Escolhe a música - nos levantamos e fui até a jukebox e escolhi "Stupid Cupid", que era minha música favorita do momento. Tom pegou minha mão e começamos a dançar, nem percebi que a música tinha terminado, nós paramos e rimos e recebemos muitos aplausos até que parei quando vi aqueles olhos, era Paul e ele estava com Dot em uma mesa na diagonal com a nossa, ele parecia um pouco decepcionado, eu abanei para ele, mas ele simplesmente voltou a conversar com Dot. Eu e Tom sentamos e pedimos mais uma coca-cola.

— Fazia muito tempo que eu não me divertia, obrigado Mari por esse dia - ele tocou minha mão e senti um olhar em cima de nós e era Paul

— Eu amei o dia também Tom, deveríamos fazer isso mais vezes

— Com certeza, só você para fazer minha estadia em Liverpool melhor

Acabei desviando meu olhar para a mesa de Paul e não gostei do que estava acontecendo, Paul estava beijando Dot e para piorar a música que estava tocando no fundo era "There Goes My Baby" e estava nessa parte da música:

Just wanna know

Does she love me

Does she really love me

Or is she just playing

Me for a fool

Senti meus olhos enchendo de lágrimas

— Tom? Podemos ir embora? Não estou me sentindo muito bem

— Claro, vou só pagar a conta

Nos levantamos e fomos até o caixa para Tom poder pagar a conta e fomos para o carro

— É ele que você gosta né?

— Do que você está falando?

— Aquele menino que você viu beijando, é ele que você gosta, não é? - eu olhei assustada para Tom

— Como você sabe?

— O jeito que você olhou para ele entregou tudo. Ele é um idiota por fazer isso com uma mulher como você, linda e especial. Qualquer homem que for seu um dia vai ser muito sortudo de te ter ao lado - eu fiquei vermelha

— Isso não é verdade, eu não sou tudo isso

— É sim, isso e muito mais do que imagina

— Obrigada por tentar me animar

— Estou sempre disponível

Tom me levou para casa e me deu seu telefone para que sempre que quisesse sair ou conversar ele sempre teria um momento para mim. Subi para o meu quarto e não me senti mais chateada com o beijo de Paul e Dot, Tom me ajudou a ver que Paul não gosta de mim, eu sou só sua amiga. Eu deveria fazer como Paul: esquecer disso e focar em uma pessoa nova como Tom, era isso! Eu iria seguir em frente e esquecer de Paul.