17 de Abril de 1960

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Mari POV

Depois que John e Paul voltaram de sua viagem, Paul recebeu uma carta de um tal de Senhor Low, um jornalista que queria ajudá-los a divulgar a banda no jornal local, na hora Paul já começou a escrever a carta, todas as vezes que encontrei ele, ele estava escrevendo a carta, ninguém poderia ler até ela ser finalizada. Até que finalmente um dia ele nos chamou para o Jacaranda, o café favorito deles, para ler a maldita carta

Flashback on 

— Só sentem logo para eu ler a carta, isso é importante para nós, para divulgação e talvez futuro — disse Paul

Então para de enrolar e lê logo —John disse

— Ok... "Caro sr. Low" - Paul começou

— Ai que fofo sabe como começar uma carta - John disse rindo

— Cala a boca John, pode continuar Paul - falei e Paul sorriu para mim, fazia muito tempo que ele não sorria para mim

— "Lamento o tempo que demorei para lhe escrever, mas espero não ser tarde demais. Aqui vão alguns detalhes sobre o grupo. Ele é composto de quatro garotos — Paul McCartney (guitarra), John Lennon (guitarra), Stuart Sutcliffe (baixo) e George Harrison (outra guitarra) e se chama... Essa formação pode de início ser vista como aborrecida, mas deve-se levar em conta que, como os meninos têm a capacidade instrumental acima do que se espera para a idade, eles conseguem efeitos surpreendentemente variados. O ritmo básico é o do contratempo, mas recentemente passou a ser acompanhado por uma leve batida no tempo; assim o resultado final lembra o compasso em quatro tempos do jazz tradicional. Isso pode ser creditado à influência do sr. McCartney, que foi líder de uma das melhores bandas de jazz locais (a Jim Mac's Jazz Band) nos anos 1920. A música moderna, porém, é o que dá prazer ao grupo, e, como prova disso, John e Paul compuseram mais de 50 canções, baladas e músicas mais rápidas, nos últimos três anos" — Paul ficou esperando nossa resposta

— Melhor que nada né? — George disse

— Está ruim? — Paul perguntou

— Não, só acho fraco que não tem o nome da banda e também é bem estranho uma banda sem um baterista — disse

— Puts, até a crush falou mal da sua carta — John ficou irritando Paul 

— Menino Stu, pode vir comigo? — Allan Williams, o dono do Jacaranda, veio a nossa mesa chamar Stu

— Senhor Williams foi falar da bagunça de vocês para o mais sensato do grupo — falei

— Achei que você era a mais sensata — John disse

— É porque ele deve ter certeza que eu não cuido de marmanjo — respondi

— Ai que orgulho, está respondendo igual a mim — John finge secar lágrimas que caem de seus olhos

— Então George, como está sendo a vida de aprendiz de eletricista? — perguntei 

— Eu acho bem divertido e a Blacklers é uma loja bem grande, então, acho que a melhor parte é se perder lá dentro — George riu

— E você Paul? Com as provas GCE A-Level chegando, está nervoso? — perguntei

— Eu não aguento mais estudar para essa prova e os meninos me ajudam muito fazendo invejinha para mim, eles ficam aqui bebendo até tarde e eu tendo que voltar cedo para casa para as aulas de manhã cedo

— Deve ter sido o John a fazer isso com você — falei olhando para John

— Eu? Eu sou um anjo — John ficou piscando os olhos bem rápido

— Vocês não sabem para o que o Senhor Williams me convidou — Stu voltou a sentar em seu lugar — Ele quer que eu desenhe para o baile de artes que ele irá promover e também convidou vocês, menos a Mari, para fazerem os carros alegóricos 

— Eu? Fazendo os carros alegóricos que são destruídos no final? Nunca — John virou a cara

— Ele disse que irá nos pagar — Stu disse

— Quando eu começo? — John levantou da cadeira rapidamente 

Flashback off 

Esse dia seria hoje, o baile seria a tarde, mas estávamos fazendo tudo de última hora. Mas você deve estar se perguntando "mas era todos menos a Mari, porque ela está falando como se estivesse fazendo?" Bom... quando um Paul McCartney liga na sua casa com uma voz de desesperado do outro lado da linha é complicado falar um não para o seu desespero, então sai rapidamente da minha casa para poder ajudá-lo. Assim que cheguei percebi que o Jacaranda estava completamente revirado.

— Você chegou, vem comigo ajudar a terminar de pintar esse carro — Paul saiu me arrastando pelo café

Peguei o pincel e comecei a pintar, eu estava bem concentrada no que estava fazendo

— Lembra quando pintamos o Casbah juntos? Sinto falta quando estava tudo bem entre nós — Paul disse

— Por que você fala assim do passado sendo que algo pode ser corrigido agora no presente? — falei

Paul parecia um pouco surpreso com a minha resposta

— Achei que nunca mais olharia para a minha cara

— Eu deveria, mas depois isso irá atrapalhar no meu trabalho

— Sei... tem algo que eu queria te falar. Eu acho que você e o Tom são um casal muito lindo e o que estou falando é de verdade, com ele os seus olhos ficam mais vivos. Eu queria falar isso para você já faz um tempo, mas o ciúmes me cegou

— Está tudo bem Paul, de verdade e obrigada por isso. Podemos voltar a ser amigos ou seu ciúmes vai voltar a atrapalhar?

— Eu prometo que não voltará — demos um abraço, eu sentia falta do Paul, aquele que tinha conhecido em 1957

— Ei, voltem ao trabalho e se abracem depois que conseguirmos terminar isso aqui a tempo — disse John 

Foi um baile muito divertido, a maior parte do tempo eu fiquei ao lado de Paul, como nos velhos tempo (que não são tão velhos, são quase 3 anos de amizade).

— Vem Mari, vamos destruir nosso carro - Paul falou

Parecíamos duas crianças nos divertindo com tudo aquilo, era bom estar com o meu amigo novamente

Two of usOnde histórias criam vida. Descubra agora