Capitulo 6

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Depois de estudarmos o pai do Henrique insistiu que eu ficasse para o jantar, disse que ia fazer lasanha ao molho branco, não qualquer lasanha ao molho branco, mas A LASANHA, que segundo ele, é a melhor lasanha que vou comer na minha vida. A mulher dele, Loren, parece que não gostou muito da ideia, já que não se manifestou em nenhum momento.
   
    Depois do Henrique ajudar ele em insistir para que eu ficasse, eu acabei cedendo e mandando mensagem para os meus pais pedindo para jantar aqui. Eles comemoram, me fazendo rir, com a permissão dos meus pais. Com a ajuda do Henrique, colocamos a mesa e ficamos na cozinha conversando até a lasanha, que estava no forno, ficar pronta.

Carlos estava me contando sobre sua escolha de faculdade e como foi o curso de arquitetura pra ele. Ele disse que decidiu o que queria fazer por que se mudou e começou acompanhar a sua mãe em lojas de decoração e ajudar ela não detalhes da nova casa, ele diz que o pai dele brigou com sua mãe por achar que ela estava tornando-o gay, e ele não aceitaria um filho gay. Nós rimos do Carlos imitando seu pai o repreendendo por contar que vai seguir esta profissão e depois o imitando todo orgulhoso por levar a primeira namorada em casa. Não era pra ser engraçado, é realmente triste saber que tem gente que pensa assim, mas o modo leve como Carlos conta a história, nos faz rir até chorar.

A lasanha ficou pronta e assim pudemos começar a comer. Carlos me deu o primeiro pedaço, eu concordei com a cabeça e coloquei minha mão sobre meu peito em forma de agradecimento e pra que visse que fiquei honrada. Depois de todos estarem com a lasanha no prato, e brindarmos eu coloquei a primeira garfada na boca. E eu não pude esconder minha cara de satisfação, eu nunca comi uma lasanha tão gostosa.

- É a melhor lasanha que já comi na minha vida- eu dei um gole no meu suco- que meu pai não me escute dizendo isso.- nos rimos.

- Seu pai cozinha?- Carlos perguntou.

- Sim, ele adora cozinhar e cozinha muito bem.
Minha mãe faz doces, sobremesas de dar água na boca.

- A torta estava deliciosa mesmo.- Henrique afirmou.

- Realmente, a Loren gostou tanto que de madruga eu a procurei na cama e não encontrei, quando fui atrás ela estava aqui na cozinha assaltando a torta toda.- nos rimos, Loren riu mas o repreendeu com os olhos, eu percebi. Ela não parece ser muito sociável.

- Estava uma delicia mesmo, eu tive que fazer o dobro de exercícios no dia seguinte- Loren disse. Já entendi o por que ficou brava com a confissão de seu marido, se preocupa muito com o corpo e quer que pensem que é natural, que não comi muito. Devia ter percebido pelo seu prato, tinha metade de um pedaço de lasanha. Não sabe aproveitar a vida, com uma lasanha maravilhosa dessa, aquilo é o que sobraria se eu pudesse comer direto na tigela.

- Você está em ótima forma, Loren.- eu disse com um sorriso simpático.

- Obrigada querida, eu faço o meu melhor.

- E faz mesmo, fica praticamente o dia todo na academia- Henrique disse rindo.

- Eu já disse pra ela que ela é perfeita de qualquer jeito, gorda ou magra, mas ela gosta de fazer academia.- Carlos disse pegando na mão dela. Ele é um fofo com ela, sempre pegando na mão, dando beijo no rosto, abraçando. Me lembra os meus pais. Esses 4 fazem toda aquela teoria de que o amor vai embora depois do casamento.

- Ah meu bem- ela diz envergonhada.

- E vocês dois? Estão ficando? É assim que fala hoje em dia né?- Carlos questionou rindo e eu congelo na mesma hora, engulo meu pedaço de lasanha em seco, eu tenho certeza que estou vermelha nesse exato momento.

- Pai?- Henrique o repreende. E imagino que esteja tão constrangido quando eu, por que vejo em seus olhos o desespero de querer sair dali agora e em suas bochechas um pouco coradas, não tanto quanto as minhas, tenho certeza.- não estamos ficando.- ele responde enfim, e eu queria que a resposta fosse outra, mas a verdade é essa, ainda é esse.

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