Capitulo 12

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Depois de almoçarmos no MC Donalds, passamos no ateliê da minha tia. Eu ainda não tinha ido lá, só tinha visto algumas fotos que ela me mostrou de como queria que ficasse, mas eu não tinha visto nada do ateliê.

É um lugar pequeno, tem uma porta de vidro enorme. E tá ficando tão lindo, do jeitinho que tia Débora sempre sonhou. Tinha uma estante de caixotes, um em cima do outro, pintados de branco e lixados para que o fundo de madeira aparecesse um pouco. Minha tia disse que na estante vai ficar algumas caixas organizadoras, com pedrarias, renda, coisas para decoração. Do outro lado sem encostar na parede, tinha uma mesa grande, com uma máquina de costura azul bebê, uma cadeira branca com, tipo uma capa para cadeira, felpudo, todo peludinho, muito fofo, também na cor azul bebê.

Tinha dois manequins, aqueles que sempre vemos nos filmes sem cabeça, nem braço, nem pernas, só o tronco. Branco, os dois. Um de cada lado. Tinha um tapete no meio do ateliê, também felpudo e fofo, branco. Minha tia escolheu fazer tudo fofo e com cores claras, tipo branco e azul bebê. E combinou muito com tudo. Ainda não estava completamente pronto, mas o sonho já estava se concretizando.

- tia tá lindo demais- eu disse olhando para ela que estava com um sorriso enorme que estampava em seu rosto.

- Realmente, eu vou fazer muitas roupas aqui- Barbie disse- mas você vai fazer roupas suas e deixar para vende? Tipo sua marca de roupas?

- Sim!!!- ela diz toda empolgada- eu não ia falar, por que ia fazer surpresa, mas você perguntou e eu não consigo guardar segredo, então, simm!!! Eu vou fazer minha marca de roupa!!!- ela fala saltitando e sorrindo com muito empolgação. É contagiante ver sua alegria, impossível não se animar com seu sonho e se orgulha da minha tia. Eu imagino que não tenha sido nada fácil descobrir que seu noivo estava a traindo. Ela tenta ser durona, mas eu já vi chorar e disfarçar quando cheguei perto. Ver o seu olho brilhando vendo tudo que ela sempre sonhou se realizando, não tem preço.

- Eu quero ser a modelo viu- eu disse abraçando-a

- Eu também quero!- Barbie disse empolgada

- Imagina que incrível nós duas de modelo com as roupas maravilhosas da minha tia Débora! Incrível!- eu falei empolgada.- já tem nome para sua marca?

- Amélia- ela diz sorrindo. Amélia era o nome da minha avó, mãe dela. Ela era costureira e por não terem muito dinheiro e tia Débora sempre ter sido vaidosa e querer ter roupas belíssimas, ela aprendeu a costurar com a vovó Amélia para fazer suas próprias roupas, que ela mesma desenha. Foi impossível segurar a emoção, meu sorriso era enorme e meus olhos estavam marejados.

- Não poderia ter escolhido melhor, vovô Amélia estaria muito feliz e orgulhosa de você.- eu disse

- Da gente, de todas nós.- tia Débora completa.

- Vovó Amélia devia ser muito especial, até eu que não conheço estou com vontade de chorar- Barbie disse sorrindo nos fazendo rir.

- Ela era uma mulher incrível, eu nunca conheci alguém tão boa quanto ela- eu disse sorrindo e lembrando de seu sorriso doce.

- Chega de choro, são muitas emoções- tia Débora disse enxugando algumas lágrimas que escorreram pelo seu rosto- cadê sua mãe? Ela voltou para o hospital? Achei que estava de folga hoje.

- Ah ligaram pra ela pedindo para ir cobrir um enfermeiro que passou mal.- isso é verdade, eu não menti.

- Ah sim. Bom, vamos voltar para casa então?

- Claro, vou chamar um Uber- Barbie disse pegando o celular para chamar o Uber.

                                   
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