Capitulo 4

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Depois do almoço, ajudamos a minha mãe com a cozinha e meu pai voltou pro trabalho. Hoje é dia de folga da minha mãe, e como toda folga ela vai trabalhar, ela não consegue ficar parada. Ela vai pra cozinha fazer as encomendas que ela tem, sai cada bolo delicioso. Mas isso é só uma renda extra, ela é enfermeira e ama o trabalho, o que me faz pensar que ela não vai largar o hospital pra trabalhar com confeitaria, por que ela trabalha com os dois juntos e ela ama isso, mesmo às vezes dizendo que tá cansada, por que quando ela não quer, ela não faz nem encomendas e aí tira o o dia pra cuidar dela, ou ficar comigo, ou os dois. Então hoje não é um dia diferente e nem de cansaço, ela me avisa que vai fazer encomendas, enquanto subo as escadas para ir pro meu quarto com a Elo.
- então? Vai ensinar ou vai aprender?- elo diz sentando na minha cama e jogando o corpo pra trás pra deitar espaçosamente.
- Você acredita que nenhum dos dois- deito do lado dela- eu olhei pra ele e achei que ele tava entendendo tudo, então pedi ajuda, mas ele tava lendo Iracema e não é bom de exatas.
- Então você se ferrou? Vai ter que arrumar outro jeito de puxar assunto.
- Foi o que eu pensei na hora, antes de marcar de ir pra casa dele amanhã pra gente estudar juntos, por que duas cabeças pensam melhor do que uma.- dei uma risada e a elo abriu a boca de forma surpresa.
- Você é muito cara de pau Raquel.- ela jogou uma almofada na minha cara.
- Hey, não joga minhas almofadas em mim. E outra, não foi eu que dei a ideia, foi ele mesmo!
- Sério?? Que rápido vocês dois, se conheceram a 5 minutos e já estão assim.
- Amiga o amor é assim- suspirei fundo como se tivesse apaixonada, igual nos filmes.
- Que amor, mané? -  elo caiu na gargalhada e eu caí junto
- Amiga é só uma ficada, você já ficou com caras na balada que você nem lembra o nome
- Na verdade eu nem cheguei a perguntar o nome.
- Tá vendo, é só uns beijos, ou quem sabe, sexo, mas sem compromisso, você sabe que eu não quero nada sério agora.
- Sim, por causa da Itália- elo falou como se já tivesse escutado aquilo várias e várias vezes, por que ela já escutou varias e varias vezes.
- Imagina se eu começo a namorar com alguém e ganho a bolsa, vai ser um sofrimento maior, pior ainda, imagina se eu desisto de ir pra Itália por um amor. Jamais amiga.
- E você tem toda razão, eu não quero nada sério com ninguém, só por que quero ficar solteira, mas o amor não da pra controlar gatinha, quando é amor ele te pega e não solta mais.- elo me abraçou forte para demonstrar a sua teoria, como se ela fosse o amor.
- Beleza, pode me soltar, eu não vou me apaixonar por ninguém. Agora chegar desse assunto de amor- levantei da cama para pegar minhas coisas e começar a ajudar a elo.- vamos estudar, pode pegar suas coisas.

  Estudamos a tarde até 15h e pouco e depois de ter terminado a lista de exercícios, nós ficamos deitadas na cama, Elo mexendo no celular e eu lendo "homo sapiens", um livro ótimo e que me ajuda muito a pensar na humanidade, e acaba me ajudando em redação ou a entender melhor as coisas do mundo, como se tudo fosse se encaixando e se ligando e fazendo sentindo. Vez ou outra a elo me mostrava um meme nos riamos e cada uma voltava para o que tava fazendo. Eu e Elo somos amigas há 5 anos, já temos toda intimidade e o conforto de ficar no mesmo lugar sem deixar o silêncio ser algo ruim, algo descontável, para que a gente tenta arrumar um assunto. Não precisamos disso, ficando tranquila assim, ela é a única pessoa que me sinto confortável pra ficar assim.

Meu celular apitou com a notificação de uma mensagem com um número desconhecido. Desbloqueei meu celular pra ver a mensagem.
"Oie, desculpa demorar pra mandar a mensagem antes, é que eu estava com os meus pais"
Quer dizer que ele não esqueceu de me mandar mensagem, que ótimo. Salvei o número dele e respondi ele.

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