Capitulo 2

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O caminho inteiro até a festa a Elo me contava sobre o Leandro, que ela sempre fica em festas, mas disse que ele veio com um papo de coisa séria e ela não quis nada e agora eles não estão se falando, e ele vai estar na festa e Eloiza está nervosa com isso. Enquanto ela falava do Leandro eu pensava nos olhos castanhos, dono do sorriso mais bonito que eu já vi, Henrique. Não me lembro de ficar tão encantada com alguém, como fiquei por ele, também nunca fiquei tão determinada em ficar com alguém como estou pra ficar com ele.
Chegamos na festa e Elo me puxou para fora do carro, toda empolgada.
- é aqui amiga- ela disse animada indo em direção a casa.
- Eu percebi isso, amiga- segui ela até a porta da casa.
Ela abriu a porta da casa e nós entramos. O som estava alto e tinha varias pessoas espalhadas pela sala, algumas dançavam com seus copos de bebidas na mão, outras estavam com uma tentativa fracassado de tentar conversar e mais alguns se pegando. Uma festa bem normal da nossa idade. Fui até a cozinha com a Elo e pegamos nossa bebida. Eu cumprimentei algumas pessoas que conheço e fomos para o jardim da casa. O som estava alto, mas mais baixo do que na sala, estava dando pra conversar. Eu e Elo sentamos com o nosso grupo de amigos, que já estavam em uma roda conversando. Cumprimentei a todos e Elo só acenou para todo mundo sentando ao meu lado. Papo vai papo vem decidimos jogar filha da puta, é um jogo com baralho e é a mesma regra do truco, mas pode jogar quantas pessoas quiserem. Elo estava embaralhando as cartas quando eu vi o Bruno, ele me viu tbm, eu acenei alegre.
- galera, pode ir jogando sem mim, eu já volto.- falei levantando e indo em direção do Bruno que continua com um sorrisão e eu retribui.
- Oiii, não sabia que tinha voltando do seu intercâmbio, não me mandou mensagem nenhuma sua vaca insensível!- dei um abraço forte nele
- Eu sei, eu queria chegar de supresa amanhã na escola, mas quando soube da festa, bom vc me conhece
- É eu sei, não perde uma. - nós rimos
- Mas eai, como foi sem mim todo esse tempo? Alguma novidade? Deu pra alguém novo? Usou camisinha? Fala sério eu não quero ser tia tão cedo.
- Cala boca, eu não dei para ninguém- ele me olhou sério como quem não acredita- novo, não dei para ninguém novo- nós rimos alto- e eu usei camisinha
- Que ótimo, mas falando sério eu não sei o que vc vê nesse Matheus, ele é tão sem graça, ele deve ter mel no pau.
- E só sexo Bruno, sem sentimentos, é pra quando eu tiver com vontade, é bom para nós dois.
- Justo, queria ter tbm um PA, deve ser ótimo ter alguém na carência.
- Não vou negar,é ótimo mesmo, e tem muitos caras loucos pra dar pra você naquele escola.
- Ah minha querida, no Brasil não há homens pra mim!- ele fez um biquinho e eu ri, olhei pra baixo e vi sua unha com alongamento pintadas de azul metálico, estavam lindas de verdade, sei que aqui não é momento, mas como já disse eu sou curiosa pra caralho.
- Bonitas suas unhas, adorei a cor
- Ah muito obrigada- ele deu a mão para eu ver melhor
- Desculpa perguntar, seus pais viram?
- Minha mãe viu, meu pai ainda não me viu, então eu não ouvi o surto dele- ficamos em silêncio, um silêncio desconfortável- mas estamos em uma festa, não é hora de falar de coisa triste, bora dançar vadia.
- Demoro pra chamar- fico feliz dele ter quebrado o silêncio e me chamado pra dançar, acho que é disso que eu preciso.
O Bruno é meu amigo desde o início do ensino médio, ele entrou na escola bem tímido, sentou atrás de mim, começamos a conversar e não paramos mais, ele é uma ótima pessoa, e não merece o pai que tem, ele é militar e muito conservador, e o Bruno... bom o Bruno é o Bruno, e eu duvido que continue sendo Bruno por muito tempo, sei que vai ser uma barra pesada para ele passar e por isso eu vou tá do lado dele todo o processo, mesmo ele não falando ainda que aquele corpo não é dele.

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Cheguei em casa um pouco depois da 00h, a porta estava aberta eu entrei e tranquei a casa, meus pais já estavam no quarto, imagino que não estavam dormindo, mas não iria atrapalhar seja lá o que eles estejam fazendo, então mandei mensagem pra minha mãe avisando que cheguei e fui pegar água pra levar pro meu quarto.
Entrei no meu quarto e fechei a porta, chegou uma mensagem da minha mãe dizendo "ok, bjs" coloquei meu celular no criado mudo e fui tomar um banho antes de deitar pra dormir, eu odeio dormir sem tomar banho, principalmente voltando da rua e de uma festa. Eu amo me sentir limpa, cheirosa, com a pele macia, de banho tomado, sinto que nasci de novo.
Terminei o banho e coloquei meu pijama, fui fechar a janela do quarto e percebi que do meu quarto da pra ver o quarto do meu novo vizinho maravilhoso, Henrique. Ele estava deitado do mesmo jeito que estava hoje antes de eu ir pra festa, calça de moletom e sem camisa, deitado ali naquela cama de casal tão solitário.
- calma gatinho, e por pouco tempo que vc tá solitário nessa cama enorme.
Fechei a janela do meu quarto e fui dormir, por que amanhã é um novo dia e eu ainda tenho aula, mas finalmente a sexta chegou!

Eu acordei com despertador e vi que estava atrasada e precisava correr, se não meus pais não vão deixar eu sair dia de escola, corri para o banheiro pra lavar o rosto e escovar os dentes, troquei de roupa o mais rápido e em menos de 10 minutos eu estava pronta. Peguei minhas coisas e fui pra cozinha, meus pais estavam tomando café.
- bom dia família- dei bom dia e deixei minha mochila na poltrona da sala pra preparar um pão com queijão pra mim.
- Bom dia princesa- meu pai beija minha testa.
- Bom dia filha- e é a vez da minha mãe beijar minha testa.- seu pão com queijão já tá pronto, a gente percebeu que se complicou com o horário hoje.
- Obrigada pelo pão mãe- falei pegando o pão e dando um mordida- e desculpa pelo atraso hoje, não vai acontecer mais, eu juro.
- Espero que não, não queremos proibir você de sair durante semana.- meu pai disse levando a xícara dele para a pia- vamos eu vou levar você.
- To indo- coloquei o resto do pão na boca e dei um beijo na minha mãe- tchau mãe, até depois.- peguei minhas coisas e fui para o carro com meu pai pra ir pra escola.

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