Capítulo 13

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Chegamos em um estabelecimento, aparentemente calmo e grande, muito grande…. Dá para ver claramente uma pequena casa em um mar de contêiner. Para entrar passamos por um grande portão de ferro, oxidado pelo tempo, parece ter uns três metros. Andamos um pouco até a pequena casinha que parecia perto… A porta de entrada é de vidro transparente, todos nós entramos, Ava como sempre pulou na nossa frente feito um canguru, as vezes me pergunto “qual é o problema dela?”
– Boa tarde!- sai uma voz atrás da mesa que está no centro da sala, é uma moça, ela se levanta meio desajeitada, arrumando a blusa suja de poeira – Sou Lua! O que vocês desejam?
Lua? Quem tem um nome desses?
– É sou Lana, praz…. – antes de terminar minha frase Ava começa a grita seu nome… Até canta seu nome…
– AVA!!! SOU A-V-A!! AVAAAAAA!!!!
– AVA! CALA A BOCA!! Você fumou o que? – deferente de mim a Demi não tem muita paciência com ela… Bom, pelo menos ela parou de grita rsrsrs
– Ah… Ok! Então Lana, como posso te ajudar? – Lua se aproxima para perto de mim.
Lua parece uma daquelas mulheres com personalidade forte, sua aparência diz muito, seu cabelo curto, pele morena bronzeada, seu rosto parecer ser sofrido pelo tempo.
– É… A alguns anos compramos um contêiner… Eu poderia ver ele? – estou um pouco nervosa e isso é bem aparente.
– Hum… Preciso do nome do cadastrado e você coloca o dedo ali, só para checar sua digital, para ter o seu registro. – Ela dar uma piscada quando diz – Sabe, caso der merda, estas coisas.
Ela mexe no seu computador que é bem antigo, ultrapassando para época. Coloco meu dedo em uma bola que parecer de metal, acender uma luz, como se estivesse escaneando meu dedo.
– É…. Vamos la…– seus olhos se estreitam como se não conseguisse ler a tela na sua frente – É, você é Lana Martins, neta da Amelia Martins.
Confirmo com a cabeça sem falar nada, Lua dar uma última olhada na sua tela e diz – Ok! Tudo certinho, ele está no lote 615, eu levo vocês até lá. – ela anda até uma porta azul que está atrás da mesa, todos nos a seguimos silenciosamente, passando pela porta me deparo com uma cidade de contêiner… A tantos uns empilhados nos outros… Andamos por uns 10 minutos o local é muito, mais muito maior do que eu imaginava. Como sempre Ava não para de reclamar o quanto está cansada por andar tanto, bem… Ela é gordinha e com 1,60 de altura eu acho, se ela não andasse pulando talvez não ficasse cansada tão rápido.
– É isso ai, chegamos! Sorte sua que o seu é aqui em baixo, nem precisamos subir com as plataformas – Lua aponta para cima mostrando o mundo de contêiner que existe aqui, a luz do sol não bate no chão, os contêineres parecem apartamentos/ prédios, a nossa fonte de luz são as luzes velhas, algumas não funcionam e as que servem são muito fracas, quase não ilumina nada.
Lua olha para mim mostrando um pequeno painel, indicando para que eu coloque minha mão.
– Vamos Lana! Não morde – Ava não para de pular, sua curiosidade é assustadora… Só de pensar que posso saber mais do que deveria me causa calafrios…
Coloco minha mão no painel, ele encacha perfeitamente com minha mão… Faz a mesma coisa da bola metálica, escaneando minha mão direita imediatamente todo o contêiner se iluminar com linhas azuis por alguns segundos e logo se apagam, em seguida a portas de ferros se abrem...
– EU ENTRO PRIMEIRO!!! – Ava pula na minha frente, entrando dentro da caixa de ferro – AI MEU DEUS!!! – Ela começa a espirra sem parar, um atrás do outro, percebo a Demi rindo dela, tentando disfarçar suas gargalhadas escrotas, bem… Ela mereceu, Ava afasta-se da porta dando espaço para que eu poder entra. Eu respiro fundo antes de entra, não entro aqui a muitos anos, não sei o que posso acha… Bem não sei de nada…  Dou dois passo ate fica em frente da porta, pego com a minha mão direita uma espécie de maçaneta, parece mas uma barra de metal a empurro com bastante forca… É tão pesada, grande… Mas isso não importa agora… Aquilo me causa uma sensação tão boa e ao mesmo tempo tão ruim… Meus olhos enchem-se de lágrimas ao ver tudo, todos os seus pertences ali… A mesa de centro com a jarra de flores em cima, seu panos de bordados que sempre estavam no outro sofá, a poltrona do meu avô do lado da dela. Não havia paredes mas tudo estava dividido por cômodos, era como se eu tivesse na sua casa… Mas sem ela, sem a minha adorável avó…
– Lana, por onde começamos? – Demi esta do meu lado, seu olhar é de preocupação, talvez seja pela minha cara de choro…
– É… – passo a mão no rosto – Bem, podemos olhar os guarda-roupa, pastas ou aquelas pilhas de papéis ali – Vejo umas pastas, sua cor é marrom, talvez seja um bom local para começa a procurar – Acho que vou olhar aqui – Digo andado até a pilha que está no chão, elas são frias, úmidas, deve ter sindo pelo tempo que está aqui. Abro a primeira, dou uma olhada mas só vejo contas de hospital da minha avó, algumas da sua antiga casa… Abro outra, nesta tem algumas fotos de um casal com uma menina eu acho, ninguém que eu conheça, mas, eles parassem tão felizes, atrás da foto há uma frase, esta frase… Não pode ser, oh meu Deus como isso é possível? Meu corpo gela, minhas mão treme, meu coração está tão acelerado, minha garganta queimar, eu mau consigo respirar, meus olhos estão vazando lágrimas sem parar… Como eu não os reconheço, como não posso lembra de momentos como estes? Olho novamente para frase desta vez leu em voz alta “Sempre estaremos com você Lana” Ando até o sofá, sento colocando as mãos no rosto sem conseguir conter o choro, as lágrimas não param de surgir mesmo eu querendo que parem.
– Lana! O que houve? – Demi aproxima-se de mim, ela coloca uns dos bracos sobre mim, para me abraça, tentando me reconforta, ela pega a foto da minha mão, ler a frase, não sei se ela entendeu, mas sua expressão é de pena – Eu sinto muito Lana…
– Eu nem sei quem eles são Demi… Será que outra Lana? Nem si quer uma lembrança, nada! Só o vazio…
– Eles são seus pais? Eles parecem com você, principalmente a mulher… – Ela dar uma risada sem graça mas logo volta ao normal – Lana o que acha que fizeram com você?
– Eu não sei – limpo a rosto e continuo – mas vou descobri… – De repente ouvimos um grito, era Ava.
Ela veio correndo, dando alguns pulos, completamente eufórica em nossa direção.
– EU ACHEIII!!! ALGUM IMPORTANTE!!
Demi não se controla, levanta do sofá em fúria.
– BORRA!! O QUE FOI?? LOUCA!– Demi está cada segundo perdendo o que resta de paciência.
Ava para automaticamente de pula, ela olha para Demi com uma expressão triste como se fosse chora por alguns segundos, logo a seguir ela fecha a cara fazendo um pico como uma garotinha birrenta.
– Ava o que você achou? Pode nos dizer… – Ela olha para mim ainda chateada, anda ate minha direção, senta ao meu lado com uma bolsa de plástica, meio suja, desgastada pelo tempo.
– É… Eu achei essas fitas velhas, tipo ano 2000, em três delas têm seu nome e essa aqui está escrito “Primeiro aniversário”
Levanto rapidamente do sofá, pego a bolsa velha corro para o outro cômodo onde estão sua cama, roupa, tudo que estava no quarto dela, sei que minha avó tinha um videocassete em algum lugar, então procuro até achar!
– ACHEI! –

Continuar

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⏰ Última atualização: Aug 27, 2019 ⏰

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