Capítulo 18 - Reencontro

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Passamos a manhã inteira respondendo perguntas junto com os outros competidores. Ao final da coletiva seguimos Ivana, nossa empresária, até um restaurante local. Tínhamos algumas horas até o horário reservado para nosso primeiro treino.

Enquanto esperávamos nossos pedidos, pedi licença e fui até o banheiro ligar para Rosa para me certificar que Bella estava bem. Minha filha pareceu animada do outro lado da linha ao contar como a tutora havia ensinado algumas palavras em francês para ela. Finalizada a ligação decidi mandar uma mensagem para Matteo enquanto voltava para a mesa, ainda eram 8hs da manhã em Buenos Aires e com a agenda de shows, ligar para ele esse horário não era uma opção.

Com o olhar vidrado no telefone enquanto digitava rapidamente o texto, acabei batendo de frente com alguém. O corpo forte em minha frente nem se mexeu, enquanto eu precisei ser amparada e quase derrubei meu telefone.

— Ai, desculpe... é... "Pardon" — Me corrigi rapidamente me lembrando que estava na França, enquanto tentava me equilibrar novamente. Agradeci mentalmente por estar usando botas confortáveis ao invés de sapatos de salto, caso contrário, a forma como me desequilibrei teria causado uma torção e isso não seria nada agradável para uma patinadora.

— Luna?

A menção ao meu nome me fez olhar para cima  novamente. Não demorei muito para identificar o homem na minha frente. Apesar de ele estar diferente desde a ultima vez que nos vimos. O cabelo mais longo, os musculos mais definidos e saliente por baixo da camisa de mangas e a barba ligeiramente por fazer, mas ainda assim era o mesmo garoto que se hospedou na minha casa anos atrás. O mesmo garoto que pelo pouco tempo que passou na minha vida quase me fez confundir meus sentimentos. Bom, eu disse quase.

— Michel! O que faz aqui?

— Acredito que o mesmo que você — Ele respondeu. Um sorriso brotando no canto de seus lábios.

— Patinar? — Perguntei sem entender a que ele se referia — Não sabia que estava patinando.

Ele riu alto.

— Não Luna, eu quis dizer trabalhando.

Me senti a pessoa mais idiota. É claro que ele não estava alí para patinar.

— Claro, desculpe. — Esbocei um sorriso envergonhado — No que você está trabalhando? Achei que estaria no mundo da música como era o seu sonho.

— Bom, parece que meu sonho mudou um pouquinho. Depois que eu viajei para a Itália, consegui um trabalho em um jornal local como estagiário. No começo eu entregava cafés, anotava recados e atendia ligações quando os assistentes saiam para almoçar. Aos poucos, vendo toda aquela movimentação entre os jornalistas, fui me apaixonando pela profissão. Em resumo, aqui estou eu cobrindo o mundial de patinação para o La Nazzione.

— Uau — Exclamei — Uma história e tanto.

— Sim. E para quem gosta de viajar o que é melhor que trabalhar como jornalista e viajar ao mundo escrevendo matérias?

— Patinar em outros países? — Falei.

Novamente sua risada ecoou no corredor em que estávamos.

— Tem razão. — Concordou — Mas e você? o que tem feito nesses ultimos anos?

— Quer o resumo ou tudo?

— Por enquanto aceito o resumo, talvez em um jantar mais tarde você possa me contar o resto.

Não precisei de muito para entender as intensões dele.

— Casada com o Matteo, uma filha, advogada e patinadora.

Mesmo tentando disfarçar, senti o sorriso que ele estava mantendo no rosto murchar com as informações.

After Rain - Livro 2 - (Em Revisão) - Lutteo Onde histórias criam vida. Descubra agora