Capítulo 16 - Vou estar aqui...

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2 meses depois...

Despedidas são difíceis. A separação é complicada para quem fica e para quem vai. Nos ultimos meses, eu e Matteo mal tínhamos nos falado. Ele tentou de todas as formas me convencer a ficar, e quando eu digo todas as formas, isso também inclui ameaçar não assinar a autorização da saída de Bella do país, já que para eu leva-la ambos precisávamos estar de acordo.

Obviamente não deu certo. O que não quer dizer que as discussõos não continuaram.

Quando ele finalmente se deu conta que eu não iria ceder, a estratégia dele mudou para tentar ir conosco nessa viagem. Infelizmente nossa esperança de resolver esse assunto não durou muito, tendo em conta que Matteo tinha shows agendados para no mínimo os próximos seis meses e mais a gravação do novo albúm dele.

Cada tentativa de resolver o problema falhou. Tentamos tudo o que estava a nosso alcance mas nada foi suficiente.

Olhei para a pilha de malas apoiadas no canto do closet e suspirei cansada. A ultima semana preparando os ultimos detalhes da viagem foi cansativa, mas enfim a hora da mudança havia chegado. Viajaríamos no dia seguinte à tarde e eu acabara de fechar a última mala.

Meu coração se apertou no peito ao imaginar meu futuro no próximo ano. Por mais que estivesse seguindo meu sonho, eu não me sentia feliz. Era como se um lado estivesse sendo preenchido enquando o outro era esvaziado. A sensação de vazio não tinha passado, somente susbtituído por outra.

Em meio aos meus pensamentos, A porta do closet se abriu e dois braços fortes me abraçaram por trás. Fechei meus olhos e joguei a cabeça para trás para apoiar em seu peito, porém ao invés de me segurar, Matteo cambaleou. O cheiro forte de bebida — a qual não consegui identificar — invadiu minhas narinas e voltei a me apoiar em minhas próprias pernas, evitando que nós dois caíssemos. Me virei buscando seus olhos e os encontrei vermelhos, assim como seu rosto. Os cabelos desgrenhados e a camisa amassada não faziam jus ao homem elegante que saiu pela manhã para trabalhar.

— O que aconteceu Matteo? Onde você estava? — Tomei coragem de perguntar. Minha voz não saiu mais alta que um sussurro.

— Eu... — Seus lábios tremiam e seu tom de voz se igualava ao meu. Seu olhar se perdia em algum lugar atrás de mim — Eu precisei de um tempo...

Assenti já sentindo meus olhos arderem. Aquele era o momento que mais temi. O momento em que não conseguiríamos mais adiar nosso sofrimento, algo que iria muito além das ultimas discussões que tivemos. Fechei novamente os olhos e suspirei deixando que uma lágrima solitária escapasse pelo canto. Esperei que ele começasse a gritar ou jogar tudo longe, mas quando somente o silêncio se fez presente, abri meus olhos novamente e ao contrário do que esperava, Matteo permanecia parado da mesma forma que antes. A unica coisa que havia mudado era que agora seus olhos injetados de um vermelho que eu já não podia definir se era pela bebida ou pelo choro, me encaravam de uma forma que já havia visto antes. O que vi em seu olhar foi o mesmo de quando ele foi para a Itália e tivemos que terminar há quase dez anos atrás.

Desespero.

Nos encaramos por longos minutos até que Matteo caminhou a passos largos até mim. Sua mão invadiu os fios dos meus cabelos enquanto a outra mão segurou minha cintura com firmeza. Apoiados com a testa uma na outra, sua respiração quente e com o forte cheiro de alcool batia contra meu rosto. Ao contrário do que possa parecer, aquilo não foi nada incômodo comparado à sensação de formigamento que surgiu no meio das minhas pernas quando ele me tomou em seus braços.

— Você está bêbado Matteo...

— Estou sóbrio o suficiente para saber o que estou fazendo.

— Melhor conversarmos sobre isso... — Minha boca tentava argumentar enquanto meu corpo pedia o contrário.

— Já conversamos demais Luna.

Sua boca desceu distribuindo beijos pelo meu pescoço e não pude evitar o gemido que saiu dos meus lábios. Segurei seu rosto e o aproximei do meu. Nossas bocas estavam coladas no segundo seguinte, sendo exploradas como se não se conhecessem antes. O gosto da bebida, agora se misturava ao beijo.

Matteo se inclinou um pouco mais e sem separar seus lábios dos meus, me pegou no colo da mesma forma que fez quando entramos no quarto do hotel logo após nosso casamento, provando o que havia falado sobre estar sóbrio.

A cama macia veio de encontro às minhas costas quando Matteo me colocou sobre ela e se deitou por cima de mim. Sua boca abandonou a minha para percorrer uma trilha de beijos até meu colo. Quando a blusa que eu estava se tornou uma barreira, ele a arrancou jogando em algum lugar do quarto. O mesmo aconteceu com meu sutiã, que foi rapidamente aberto e descartado deixando à mostra meus seios.

Suas mãos ágeis, passearam por toda a extensão nua do meu corpo. Sua boca tomou meu seio direito  me fazendo gemer mais alto do que pretendia.

Quando terminou o trabalho com meus seios, sua boca desceu mais beijando cada ponto sensível ao longo do caminho. Meu short acabou tendo o mesmo destino do resto da minha roupa. Arfei quando ele tocou o ponto molhado da minha calcinha e beijou alí se demorando um pouco mais.

— Matteo... — Minha voz saiu patéticamente implorando para que ele me tomasse.

— Eu sei meu amor...

Rapidamente, Matteo se levantou e tirou a própria roupa. Meus olhos brilharam de desejo com a sua ereção. Eu soube disso quando ele voltou a se deitar por cima de mim com um sorriso safado no rosto. Com apenas um puxão, minha calcinha foi rasgada e arrancada do meu corpo, sendo substituída por Matteo se encaixando no meio das minhas pernas.

Arquejei quando senti ele me preenchendo por completo.  Só então entendi o porque ele não quis conversar. Essa foi a forma que ele arrumou de tentar me convencer a não ir. A certeza disso veio quando seu sexo se chocou contra o meu e ele sussurrou no meu ouvido:

— Não vai...

E então a cada estocada, cada beijo, cada gemido, frases e palavras de súplicas eram sussurradas. Perdi as contas de quantas vezes escutei "Fica comigo".

Quando as lágrimas vieram junto à onda de prazer, Matteo fez seus ultimos movimentos, liberando-se dentro de mim.

Ao cair ao meu lado, me puxou para que deitasse sobre seu ombro e me apertou confortavelmente em seus braços.

Escutei a ultima e mais importante frase pouco antes de cair no sono.

— Eu te amo menina delivery, siga seu sonho. Vou estar aqui quando voltar.

After Rain - Livro 2 - (Em Revisão) - Lutteo Onde histórias criam vida. Descubra agora