Capítulo 8

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O Sabor da Verdade

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entiam-se levemente ridículas. Estavam encarando-se há quase 30 minutos, haviam tomado uma cerveja cada uma, e agora Hermione tomava um choconhaque bem carregado enquanto a outra fumava um dos seus cigarros tomando um whisky de fogo. Foi quando Pansy sentiu que conseguia falar de novo.

- Durante a primeira guerra, meu pai participou da Causa, lhe usaram o Imperius, e mesmo que te pareça uma desculpa não foi... Meu próprio avô lhe enfeitiçou para participar do círculo do Lorde das Trevas e conseguir algumas honrarias em troca... – Pansy fumou seu cigarro com tranqüilidade, observando como a outra lhe observava ansiosa – Então, pouco tempo depois da guerra, lhe inocentaram.

- Uhum... – a castanha fez que sim com a cabeça, sentindo-se estranha por estar escutando, por fim, a história da Parkinson.

- Não, você ainda não sabe a minha parte nessa história. Quando o Lorde das Trevas ressurgiu, todos os Comensais deveriam voltar para ele, a partir da Marca Negra, mas meu pai não o fez, lhe chantagearam durante algum tempo, mas conseguimos usar como desculpa a doença da minha mãe.

- Doença? – Hermione não sabia se era verdade ou mentira.

- Minha mãe adoeceu de propósito, quando começaram as chantagens ao meu pai, ela se envenenou, e assim seu corpo se debilitou a tal ponto que já não podia andar mais, estava sempre sentada ou deitada... Os pais de Draco ao início tentaram ajudar, explicando a situação...

- Os Malfoy? – perguntou desacreditada.

- Lucius estava numa situação bastante ruim, mas sempre foi amigo do meu pai. Assim que enquanto puderam manter seu posicionamento a favor da minha família o fizeram, mas não durou muito tempo... Apenas até o fim do quinto ano, quando foi preso... E depois quem se responsabilizou por nossa família foi Snape... Ele não queria que eu tivesse o mesmo destino que Draco, não queria mais um Comensal da Morte por punição aos pais...

Hermione não podia acreditar no que estava ouvindo. Aquilo tudo realmente havia passado? Era verdade ou uma grande mentira?

- Mas... O Lorde das Trevas não conhece o perdão, e os jurou de morte, meu pai e minha mãe, como se ele pudesse julgar as pessoas ao seu bel prazer, sem pensar nas conseqüências. Foi quando tudo começou... Draco deixou de vir a Hogwarts, já não sabíamos o que fazer, os Zabini queriam interferir, mas nem eu nem meus pais queríamos, já que era uma das únicas famílias ricas neutras, então eu...

Pansy riu amargamente, enquanto tragava o cigarro outra vez.

- Era a minha chance para que perdoassem meus pais, eu sabia que se o Potter ganhasse ou perdesse meus pais morreriam, mas se eu ajudasse de alguma maneira o Lorde das Trevas, talvez ele não assassinasse os meus pais, nem a mim. Foi quando, de repente, sem pensar muito eu gritei para todos que deveriam entregar o Potter – ela olhava as mãos – Acho que doeu mais em mim do que nele.

Tomou um gole longo do whisky, estalando a língua a continuação e olhou a Granger nos olhos.

- Então houve toda aquela correria, alunos da Sonserina e outras casas sendo jogados para dentro dos vagões do Expresso de Hogwarts, mandados de volta a Londres. Mas eu não, eu desaparatei assim que saí das redondezas de Hogwarts para minha casa em Edimburgo, talvez houvesse tempo para contar o que estava acontecendo e fugir com meus pais, mas quando eu cheguei...

Pansy havia corrido para dentro dos jardins, amaldiçoando o tamanho deles, odiando ter que andar tanto para conseguir chegar a casa, como se cada passo fosse distante demais para conseguir entrar pelas portas principais. Quando entrou a casa parecia estar em ordem, a lareira ainda estava acesa e as taças de vinho sobre a mesinha de centro na frente do fogo, mas ao se aproximar viu como os corpos estavam estirados sobre os sofás, jogados sem mais.

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