Capítulo 23

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Sem Amarras

A semana se passou com uma estranha pressão em seus peitos. Como se amarras apertassem seus corações e o presságio da separação cobrisse seus olhos com nuvens cinzentas. A tempestade estava prestes a cair pesada do céu. Elas andaram de mãos dadas durante todo o trajeto até Hogsmead, para se encontrarem com Harry e Draco no Três Vassouras. Havia parado de nevar, mas o dia estava frio e cinza, os alunos de Hogwarts as olhavam pelo canto dos olhos e fofocavam sobre elas, mas sequer lhes incomodava, haviam coisas mais importantes e problemáticas naquele momento.

Harry tinha uma carranca imensa e Draco bebia sua cerveja amanteigada despreocupadamente, quando elas se sentaram.

- Ele ainda não respondeu? – o moreno perguntou.

- Não.

- Hermione, acho que você deveria falar com ele pessoalmente! – reclamou, sério – Você se meteu nisso e agora está nas tuas mãos resolver os problemas.

- Não vou conseguir aturar se ele começar a gritar barbaridades sobre a Pansy, Harry. É mais seguro eu esperar a resposta aqui, quieta no meu canto.

- Mas-

- Potter, deixe a menina em paz – resmungou Draco – Você é muito chato!

Então Pansy riu, e depois todos caíram na gargalhada juntos. Nunca melhor dito: era rir para não chorar. Então, depois de umas quantas cervejas amanteigadas, a morena decidiu que era melhor beber para superar o nervoso e a pressão e bancou uma ronda de whisky de fogo (e outra cerveja para Hermione, que se negou a beber whisky).

- Um brinde pelo momento presente! – exclamou, batendo os copos, uns contra os outros e virando o líquido de uma vez, assim como Draco, enquanto Harry os encarava meio assustado e Hermione ria bebendo a cerveja o mais rápido que conseguia.

E, de repente, uma coruja meio capenga entrou pela porta do Três Vassouras, assustando alguns alunos que estavam muito próximos da entrada e fazendo outros se esquivarem com rapidez. A coruja aterrissou na mesa deles e bicou o dedo de Hermione com força, fazendo sangrar mais do que o normal, ela deu um gritinho e abriu a carta com pressa, sabendo que era de Ron, e a coruja voou de novo. Ele não esperava uma resposta. Então ela leu alto:

- "A bicada foi pra descontar a raiva, espero que não tenha machucado muito. Aproveite até o fim de Hogwarts, estarei te esperando. Ron."

Houve um silêncio momentâneo e então, quando Hermione começou a chorar desesperadamente, Pansy ficou estática, com os olhos arregalados e a boca entreaberta. Harry suspirou e se virou para Draco, pegando no bolso da jaqueta do namorado um cigarro bruxo e o acendeu com a varinha maquinalmente.

- Desde quando você fuma, Potter? – perguntou o loiro ironicamente.

- Desde que Ron aprendeu a engolir o orgulho imenso dele para deixar que Hermione namore a Pansy – disse simples, deixando visível que ele estava tremendo, enquanto segurava o cigarro e o levava aos lábios.

Então foi como se um sino começasse a tocar muito alto nos ouvidos delas e Pansy se levantou, fazendo a cadeira cair com estrondo e chamar a atenção de algumas pessoas do bar.

- CARALHO! – gritou, puxando Hermione para si, levantando-a da cadeira e a beijou.

Sentiu seus lábios baterem com força e gerar uma pequena dor, e os entreabriu, introduzindo a língua na boca da namorada que parecia atônita e em estado de choque e a beijou profundamente, os braços apertando-a mais contra si. Então a castanha reagiu e correspondeu ao beijo com desespero, agarrando os cabelos de Pansy e deixando sua língua dançar com a da outra num ritmo frenético e enlouquecedor.

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