IV

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POV Rapunzel

- Já são cinco, podes começar a beber.- disse a Elsa á minha frente bebendo um pouco de chá

Eu e Elsa somos primas. Os meus pais nunca gostaram da família de Arendelle, mas eu cá gosto. Tenho vindo mais frequentemente porque os pais da Elsa morreram num naufrágio há dois anos, penso.

Eu vivo em Corona, por isso é que me chamo Rapunzel de Corona, princesa do reino. Passei a maior parte da minha vida fechada numa torre porque acreditava nas histórias de uma velha na qual eu chamava de mãe, só que ela era uma oportunista e só se interessava em ficar mais jovem.

Mas depois um rapaz, que por sorte minha era ladrão, encontrou-me e encorajou-me a sair da torre e conhecer o mundo exterior. Nós namoramos e até casamos, mas quando os seus colegas fugiram das masmorras, a primeira coisa que eles fizeram foi matá-lo a sangue frio, por ele ter sido infiel e deixar com que os seus colegas fossem presos.

Chorei a sua morte pelo menos uma semana, mas depois deparei-me que eu não podia estar sempre agarrada ao passado, porque ele só me trás boas memórias que tornaram-se numa mentira.

Ás vezes, desejo voltar para aquela torre de onde vim. Ficar lá a fazer a minha rotina habitual, pois ser princesa é cansativo. Na torre tinha sossego e no castelo tenho problemas. As pessoas não me deixam em paz. Ora um jantar importante para ali, um evento para acolá... eu já não aguento isto.

Os meus pais não contribuem com nada. Eles só querem saber se eu estou no castelo ou não. Se eu estou em Corona ou não. São uns pais controlares, eu sei, mas eles têm razão por o ser, apesar de isso ser semelhante ao estar fechada numa torre.

Realmente, eu e a Elsa temo-nos ajudado muito uma com a outra. Somos ambas boas ouvintes para ouvir desabafamentos.

Quem tem ajudado muito a Elsa também é o Jack Frost. Eles conhecem-se praticamente, desde que a Elsa nasceu, pois o Jack é um guardião, e é imortal por isso. Sempre esteve ao seu lado, quando estava triste e contente. A isso eu chamo uma verdadeira amizade. Elsa está eternamente grata por isso, e não se farta de dizer isso.

Já tinha acabado de beber o chá e reparei que a Elsa estava a observar-me á algum tempo. Olhei para ela assustada.

- O quê?- perguntei

- No que pensas?- perguntou ela curiosa

- Em coisas.- disse como se tivesse a dizer: " Mete-te na tua vida".

- Ok, tu é que sabes.- disse ela bebendo o chá e olhando-me com um olhar profundo

Confesso que fiquei com medo. Apesar de Elsa querer sair daquele quarto para sempre, ela ainda sente a necessidade de esconder os poderes devido aos olhares e a opinião dos outros.

Senti uma brisa forte vindo do Este, pois nós estavamos ao ar livre, á sombra de uma árvore branca.

- De onde vem este vento?- perguntei curiosa

Os meus cabelos estão mais curtos que nunca, por isso nem com uma brisa tão forte como esta eles moviam-se.

- Do polo Norte.- disse ela revirando os olhos

De início pensei que ela estava a gozar mas depois vi que de repente abriu-se um portal azul á nossa frente. De lá saiu o Hiccup Haddock e o Jack Frost.

- Jackson e Hiccup. O que vos trás pelo meu reino?- perguntou a Elsa pousando a chávena de chá e levantando-se e indo na sua direção e eu fiz o mesmo

- Vim deixar o Hiccup aqui, contigo, por uns tempos.- disse o Jack

- Espera, o quê? Tu disseste que só a vinhamos ver.- disse o Hiccup frustrado

- Mudei de ideias.- disse ele dando de ombros

- E porque eu haverei de receber no meu reino um cretino como o Hiccup?- perguntou a Elsa formalmente

- Elsa, para de fingir, toda a gente aqui sabe que és irmã do Hiccup.- disse o Jack revirando os olhos

- Esperem, o quê?- perguntei confusa e incrédula

- Foi isso mesmo o que ouviste.- disse o Hiccup revirando os olhos

- Elsa, tu tens que ajudar o Hiccup, ele não pode continuar assim a esconder-se por muito mais tempo.- disse o Jack

- Porque tu te escondias?- perguntei confusa para o Hiccup

- Por isto.- disse ele fazendo uma chama na palma da sua mão

- Fixe!- disse sorrindo

- É... também achava ao início.- disse ele triste

A Elsa e o Jack foram falar em particular um pouco mais longe de nós.

- A Mérida precisa de saber disto. Ela não anda bem. Tu eras mesmo o amor da vida dela.- disse

- Ela também era o meu, mas as circunstâncias mudaram.- disse ele virando a cara

- Isso foi porque tu permitiste. Tu rendeste-te!- disse séria

Agarrei nas bochechas dele de forma a que o seu rosto tivesse virado para mim.

- Hiccup, olha para mim.- disse e ele olhou com alguma pena.- Nós estamos aqui para te ajudar. Nós temos saudades do Hiccup simpático, meigo e inocente que conheciamos. Por favor, faz isto por nós.

- Então, queres ver o teu quarto?- perguntou a Elsa tão calma que até irritar-me

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