XI

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POV Rapunzel

Hoje fazia um ano desde que o meu marido morreu. Nunca imaginei que fosse viúva, nem tão cedo.

Eu tinha planos com o Flynn ou o Eugene, como queirão; de facto, tinha planos de vida com ele muito bons. Ele foi morto, e agora?

É suposto eu ficar assim, solteira, para sempre? Governar um reino sozinha, sem marido ao lado? Em Corona é diferente, não se precisa de ter um marido para governar o reino, não é como Dunbroch, mas eu sinto carência masculina ao meu lado, porque não é fácil estar trancada numa torre durante 18 anos sem teres convivência com ninguém.

Os mais próximos do Flynn estavam perto da campa. Alguns, só vieram-me para me apoiar, mas outros, para me apoiar e quase cuspir na campa dele.

É verdade que ele foi... um insulto para Corona, por ser ladrão, mas eu o amava e confiava nele. Ele abdicou de muitas coisas para estar comigo, não para ser príncipe.

Além disso, convidei poucas pessoas para a celebração. Não queria que os meus amigos não ficassem preocupados comigo devido aos meus problemas. Convidei o Jack, a Moana Waialiki, a Anna e o seu namorado.

Não convidei a Mérida porque... ela deve estar muito fragilizada com a morte do pai, e ver funerais atrás de funerais não era saudável para ela. Ela precisa de descansar. A Elsa e o Hiccup têm que salvar o mundo do senhor da Excalibur. De certeza que devem estar ocupados.

Porque eu nunca tenho sorte no amor? O primeiro homem por quem me apaixonei faleceu. O segundo homem por quem me estou a apaixonar, é imortal; tem 309 anos e ainda tem corpo de jovem.

Acho que estou mesmo destinada a ser solteira para sempre. Quem me dera que não fosse assim.

Eu só observava a campa do Flynn. Ele era tão jovem para morrer. Nós tínhamos planos de vida. Um ao lado do outro; e o que os outros decidem fazer? Matar o meu marido.

- Rapunzel?- perguntou a Moana vindo na minha direção.

- Moana. Tudo bem?- perguntei confusa

- Isso digo-te eu.- disse ela preocupada.- No que pensas?

- Só em coisas que não interessam.- disse um pouco deprimida

- Hmm... ok. Tenho uma prenda para ti. Jackson, convém estares presente.- disse ela chamando-o

- Uma prenda?- perguntei com um sorriso. Eu adoro prendas, mas não era o momento oportuno para a receber

- Sim, reparei que precisas de voltar aos velhos tempos. Apesar de terem sido uma mentira, eles fizeram-te uma Rapunzel nova e com força de viver, por isso, acho que devias retomar essa vida.- disse a Moana dando-me uma caixa

Eu abri a caixa e vi logo uma luz amarela. Tirei lá de dentro uma flor amarela reluzente, grande, em comparação ás outras; e com os estames roxos. Era a flor para o meu cabelo, para ele voltar a ser loiro, longo e sobretudo, mágico.

- Eu não sei como te agradecer, Moana! Eu precisava mesmo disto! Onde arranjaste?- perguntei incrédula e feliz, apesar de estarmos num funeral

- Foi numa das minhas aventuras que eu encontrei-a no chão e eu sabia que tu necessitavas dela.- disse ela

- Obrigado. Obrigado, devo-te uma.- disse sorridente

- Punzie, tens de amassar isso de forma a que fique líquido para ingerires.- disse o Jack cauteloso

- Ou, como mesmo assim.- disse e dei uma dentada na flor.

Jack olhou para mim como nunca antes, pois eu quase comia como o meu cavalo, ou o cavalo de Flynn... Maximus.

As pessoas á nossa volta olhavam como se nós fossemos anormais; e por acaso, somos! Eu estava a sorrir num funeral e a comer uma flor á frente de toda a gente. Vão pensar que a princesa de Corona é maluca.

A Moana tem razão, acho que preciso de voltar aos velhos tempos. Eu antes era só uma menina fechada na torre e agora. Fui traída, sofri, mentiram-me e chantagearam-me; isso faz de mim a mulher que sou hoje.

- Rapunzel, olha.- disse o Jack sorrindo

Tirei o mini espelho que tinha na mala. Abri-o e vi que o meu cabelo, ainda curto, virou loiro de um momento para o outro.

- Como te sentes?- perguntou ele curioso

Eu sorri e olhei para baixo. De seguida virei-me para ele e tentei evitar o sorriso.

- Eu.- disse



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