VI

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POV Hiccup

Elsa mostrou-me o meu quarto e era tipo o triplo do meu quarto em Berk. Era um quarto clássico: grande, uma cama de casal, um guarda roupa espaçoso e uma casa de banho.

Deitei-me na minha cama de barriga para cima e olhei para o teto. Eu sei que não havia lá nada, mas ter um pouco de concentração nos meus pensamentos ajudava-me a entender isto tudo.

Quem é esse tal de senhor da Excalibur? O fantasma do rei Arthur? Só pode! Eu não sei porque ele quer os meus poderes e os da Elsa, mas eu não irei dar os meus poderes a um perfeito desconhecido, por mais que eu queira que eles parem de me colocar em sofrimento.

Ao que me deu a entender, o senhor da Excalibur está determinado a encontrar os poderes e os donos, e matá-los se for necessário. Admito que estou com medo de me expor e correr esse risco, mas nós temos que acabar com ele, antes de ele acabar com todos os reinos á nossa procura.

Sinto a necessidade de falar com a Mérida, a mulher da minha vida, para saber se ela está bem. Não nos falamos há meses, nem nos vemos. Só sabemos coisas um do outro a partir de outras pessoas.

Começava a ficar sonolento. A minha cabeça já não juntava palavra com palavra, por isso o sono acabou por me vencer.

Acordei e deparei-me que ainda continuava em Arendelle. E que eu sou o "filho morto", e que eu estava cá para controlar os meus poderes e para lutar contra o senhor da Excalibur

Saí de cima da cama e pentei o meu cabelo com as mãos. Abri a porta do quarto e vi o corredor um pouco movimentado.

- Oh... Hiccup, ainda bem que acordou.- disse uma rapariga ruiva com duas tranças

- Onde está a Elsa?- perguntei

- Á sua espera na sala de jantar. Já é hora para jantar. É na segunda porta á direita.- disse ela

- Obrigado.- disse e fui para a sala de jantar onde encontrei a Elsa no topo da mesa a comer... acho que era galinha?

- Senta-te Hiccup. Anna, traz outro prato para ele, se faz favor.- disse a Elsa e a rapariga que tinha me dado informações foi-se embora

Sentei-me ao lado de Elsa com alguma cautela. Ela parecia estar super interessada para ouvir o que eu tinha para dizer.

- Tu tens razão. Eu acho que me devia expor perante a humanidade.- disse confiante

- Não esperava ouvir isso da tua boca. Hiccup Haddock, és um rapaz cheio de surpresas.- disse a Elsa sorrindo

- Em breve, Hiccup de Arendelle.- disse e ela fez um sorriso confiante

- Eu prometo que te irei ajudar no que precisares. Chega de sofrimento e de afastamentos. Se estás aqui, é porque precisas de ajuda e eu irei te ajudar.- disse ela encorajando-me

Eu sorri mas depois olhei cabisbaixo pensativo.

- O que foi?- perguntou a Elsa confusa

- É um pouco difícil de perceber como eu fui parar a Berk.- disse sério

- Hiccup... A esta altura do campeonato não te posso contar. É muito perigoso. Tu ainda te podes descontrolar e...- disse ela desculpando-se

- E então? Eu pelo menos soube a verdade. Sendo dolorosa ou não, eu aguento.- disse sério

- Mas Hiccup, eu conheço-te. Eu não quero que sofras por uma coisa que não é culpa tua.- disse ela ressentida

- Eu aguento.- disse insistindo na frase

Ela suspirou fundo e depois olhou para mim com aqueles olhos azuis que mais pareciam gelo.

- Tu foste sequestrado, mas nunca ninguém soube porque os nossos pais nunca revelaram a tua nascença. Preferiram dizer que morreste no parto para nós nem o povo sofresse.- disse ela e instaurou-se um silêncio incomodativo

Os meus pais em Berk raptaram-me? Porque razão? Eles nem sabem que eu tenho poderes! Eu supostamente sou dado por morto por todos os reinos do mundo.

Eu compreendo porque os meus pais biológicos me quiseram não dar como vivo. O povo é o elemento mais importante de um reino, por isso, temos que fazer o melhor para ele.

- Amanhã vou para Berk.- disse decidido e irritado

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