DOMINANCE ⋆ jjk + pjm

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Apesar da forte pancada, acredito que eu não tenha ficado tanto tempo assim desacordado. Com a cabeça dolorida e a audição abafada, apoiei minhas pequenas palmas sobre o piso gélido e sem graça, tendo a pouca sanidade que ainda me faltava baqueada quando vi uma poça de sangue logo a minha frente. Trêmulo, levei a destra até minha testa, sentindo-a ficar úmida no mesmo instante, então assim que a fitei, estava completamente ensanguentada.

No momento em que vi tanto sangue em minha frente e sabendo que vinha de mim, senti meu coração acelerar de uma maneira inexplicável e minha respiração descompassar. Eu não poderia ter um ataque de pânico ali, eu estava sozinho. Não estava?

— Agora... — escutei um tom de voz familiar. Eu não conseguia me recordar de quem era, ainda não conseguia ouvir direito, então virei o rosto em direção a voz, me deparando com um cara ajoelhado e com o rosto muito próximo ao meu, porém, diferente de mim, ele parecia ainda mais destruído. Seu olho estava completamente inchado, a boca sangrava, mas o que me chamou mais atenção, foi que um corpo estava agachado logo ao seu lado, com a mão segurando fortemente sua nuca, o que o mantinha tão próximo a mim. Depois de poucos segundos o fitando, eu havia me lembrado. Era o cara do banheiro e tal recordação me fez tremer e sentir ainda mais vontade de chorar, porém novamente eu escutei aquela voz — Você vai pedir desculpas pra ele antes que eu precise te arrebentar mais uma vez.

Ele parecia tão calmo mas ao mesmo tempo tão intenso. Intenso como...

Jungkook?

Jungkook! Isso!

— M-me desculpe, garoto... — foi a vez do velho dizer, parecia com ainda mais medo do que eu. Não consegui esboçar qualquer reação que não fosse assentir de forma frenética e assustada, aceitando suas desculpas mas sem realmente o fazer, apenas agi pelo impulso, agora finalmente erguendo o rosto para que pudesse encarar aquele que segurava o homem ali. Mas, diferente de mim, Jungkook não me encarava. Seu olhar escuro e o maxilar trincado deduravam que ele parecia completamente irritado, mas por algum motivo, eu me sentia completamente mais tranquilo sabendo que ele estava ali. Mesmo com a feição calma que transpassava algo aterrorizante. Mas eu não conseguia sentir medo. Eu sentia proteção.

O vi puxar o homem com força pra cima, apontando o dedo em seu rosto, mas ao que senti uma pulsada forte na cabeça, levei novamente a mão suja de sangue até ela, gemendo e acabando por não escutar o que Jungkook havia dito. Não demorou muito até que sentisse algo me envolver, pegando-me.

A última coisa que vi dessa vez fora o rosto preocupado de Jungkook, apenas observava seus lábios se moverem, mas sem realmente escutá-lo. Ele parecia me perguntar algo em desespero, segurando meu rosto enquanto tentava me manter acordado.

Foi quando eu apaguei pela segunda vez.

†

— Eu não me importo, Chanyeol. Eu só quero que o encontre e acabe com ele.

Em um resmungo, aos poucos eu consegui abrir meus olhos. A dor em minha cabeça estava extremamente menor, porém não havia sumido. Quando suspirei, senti o aroma gostoso dos edredons que eu estava envolto, cheiravam como se tivessem acabado de serem lavados com rosas.

Quando eu finalmente me toquei, não estava mais no banheiro traumático daquele shopping gigantesco. Eu estava em um quarto, deitado e aconchegado em uma cama. Uma cama muito gostosa, por sinal.

Me sentei com calma, não queria levantar rápido demais pra acabar desmaiando pela terceira vez. Quando olhei para a janela me deparei com as costas de Jungkook, que falava ao telefone e parecia tentar se distrair com a paisagem de fora. Mas assim que ele virou pra mim e notou que eu já havia acordado, foi breve em se despedir e desligar o aparelho.