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Meus dias sempre foram resumidos em papéis, contratos e desfiles. Minha rotina nunca mudava, isso começou a me tornar apático. Pensar nisso não me faz nem ter vontade de levantar, mas eu precisava ir para o trabalho.
Caminhando pelo corredor da minha casa eu percebia o quão grande ela era, mesmo cheia de móveis caros, decorações incomuns e alguns empregados, ela era vazia. Sempre foi o sentimento que eu tive. Já no banheiro eu ponderava sobre como o sol suavemente atravessava a janela perto do box e adentrava o cômodo claro. A única luz que eu realmente enxergava era aquela. Sentindo a água quente deslizar pelo meu corpo eu podia ter um minuto de descanso, apenas eu e minha mente. Mas talvez isso não fosse realmente bom.
Dinheiro nunca foi um problema para a família Jeon, e eu, sendo o herdeiro disso tudo, preciso administrar sozinho. Seria irônico se eu contasse que nem mesmo gosto de moda, mas aprendi a suportar. Eu fui criado pra isso.
Nunca me senti verdadeiramente um filho, minha mãe me tratava mais como um profissional extremamente especializado, que desde pequeno era treinado pra fazer tudo de um jeito perfeito. Ela não admitia erros.
Sempre com as roupas perfeitas e a postura impecável, eu passei milhares de reuniões ao lado dela, prestando atenção em tudo e guardando dentro da cabeça para que eu pudesse usar hoje. Se ela ainda fosse viva, acredito que estaria orgulhosa, mesmo que seu filho não fosse verdadeiramente feliz.
Eu tenho poucas memórias sobre o meu pai, mas sabia que sua aura era escura. Assim como minha mãe, me herdou todas as coisas que ele havia conquistado, mesmo que fossem ilegais. Um deslize dele foi o suficiente para que fosse morto, junto com a mulher que tinha me criado.
Ter nas mãos responsabilidades tão grandes fazem o meu corpo pesar, não havia percebido que passei tempo demais no banho pensando no passado. Eu precisava me arrumar.
Coloquei meu terno, totalmente preto e os acessórios que eu gostava de usar. Meus brincos, meu relógio e aproveitei para passar um pouco mais do meu perfume preferido. Coisas fúteis que conseguiam sobrepor artificialmente todos os sentimentos ruins que eu carregava, mas que mesmo mínimo, me faziam sentir melhor.
O caminho sempre foi o mesmo, eu dirigia até a sede principal da empresa, deixava o carro no estacionamento e caminhava até o café do outro lado da rua. Aproveitava para me distrair um pouco com Baekhyun, que sempre tinha aquela energia inexplicável mas que era gostosa de sentir, além do café maravilhoso que ele sabia fazer.
Abri a porta, ouvindo o barulho dos pequenos sinos que avisavam que um cliente novo estava entrando. O aroma de café com bolo era perceptível desde a fachada, mas lá dentro era muito mais intenso e bom. Não era uma cafeteria chique, muito menos cara. Mas era a minha preferida.
Segurei a porta para a mulher que estava saindo, a oferecendo um sorriso simpático antes de seguir meu caminho e sentar em uma das mesas.
Mas algo diferente me chamou a atenção.
Aquele garoto atrás dos balcões que me encarou enquanto eu me sentava não trabalhava aqui antes. Então ele era novo? Seu rosto parecia tão jovem, apesar de tão bonito. Seus lábios cheinhos e avermelhados, as bochechas fofas e os olhos levemente claros. Por que uma pessoa tão bonita trabalharia em uma cafeteria de esquina?
Afinal, por que eu tinha reparado tanto nele?
Assim como os outros funcionários que passaram por aqui, eu não me importo se não forem o Baekhyun. As pessoas não costumam a durar muito, conheço bem o dono do lugar e sei que qualquer deslize te faz ir embora.
Inutilmente eu olhava o cardápio, passando rapidamente os olhos pelos preços desinteressantes enquanto conseguia ver de canto de olho o garoto moreno se aproximando. Quando ele parou do meu lado pude perceber como seu corpo era pequeno, mesmo sentado, eu me sentia muito maior.
Acabei por franzir o cenho quando notei suas bochechas coradas, ele realmente era uma das pessoas mais bonitas que eu já tinha visto, mesmo que trabalhe com modelos famosos todos os dias. Perdido em pensamentos, encarei o crachá com seu nome, notando que ele estava ali há muito tempo, em silêncio.
— Então... Você é novo por aqui, não é? Senhor... Park Jimin — indaguei, o vendo reagir como se minha voz tivesse quebrado uma barreira em sua mente. Sua reação foi desengonçada, notei que ele havia ficado sem jeito e por algum motivo isso me fez o achar ainda mais atraente — não precisa travar comigo, não vou te machucar. A não ser que você queira.
O que? Por que eu disse isso?
Eu não costumo a reagir assim com as pessoas. Principalmente as que eu nem mesmo conheço. Mas por que eu sinto meu coração bater um pouco mais rápido agora?
Em resposta ao meu nervosismo, acabei levando as mãos até as coxas, levemente as apertando e sempre tentando o disfarçar. O olhar do garoto seguiu meus movimentos, mas em momento algum ele quis me encarar nos olhos. Foi quando com um estalar de dedos chamei sua atenção com o barulho, o ouvindo se desculpar.
Sua voz parecia tão trêmula que me questionei se ele estava com medo, ou até mesmo passando mal por algo. Existia alguma coisa nesse garoto que me trazia uma quentura no peito, como se algo estivesse acendendo dentro de mim, que estive por tanto tempo apagado.
Mas isso tudo era besteira. Eu não poderia me sentir tão atraído assim por um atendente de café.
Encarando seu rosto tão sereno, mas ao mesmo tempo confuso, eu tentava decifrar o que se passava por trás daquele sentimento estranho que me formigava. Era como se ele fosse um livro gigantesco que me enchesse de curiosidade, mas eu não soubesse ler. Eu queria e eu ia aprender.
Era como um sentimento de preocupação e carinho. Eu estava instigado, fiquei por tanto tempo pensativo que até havia me esquecido que eu só queria tomar um café rápido antes de trabalhar.
Imaginei que pudesse ser seu primeiro atendimento, isso explicaria tudo. Ou talvez ele soubesse quem eu era e acabou ficando nervoso em me atender? Existiam tantas opções.
Mas eu não deveria ligar para nenhuma delas. Eu não gosto desse tipo de coisa, essa vontade e essa dúvida. Mas algo mais forte dentro de mim me dizia que eu deveria tentar descobrir quem ele era e o motivo de me trazer todas essas sensações que eu negligenciei durante todos esses anos.
Então, dei o primeiro passo pra conhecer Park Jimin e compreender o que ele fez comigo naquele dia.
trouxe uma visão do jungkook pra vocês já começarem a entender um pouco do passado dele e a forma que ele pensa, isso vai ser muito importante depois
até a próxima!
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DOMINANCE ⋆ jjk + pjm
FanfictionPark Jimin sempre levou uma vida comum, convencido de que o pouco que tinha conquistado era o suficiente para sobreviver por um bom tempo. Morando em um apartamento barato com seu melhor amigo, tinha a certeza de que estava nos trilhos certos, afina...