DOMINANCE ⋆ jjk + pjm

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Jungkook me encarou com uma expressão preocupada enquanto segurava meus ombros com suas mãos grandes, firmemente. Eu conseguia sentir, pela primeira vez, o que seu olhar transpassava. Fazia um tempo desde que eu tinha o visto, já que nem mesmo na cafeteria ele apareceu. Como sempre, ele parecia impecável, mas estava usando roupas que o cobriam mais do que o normal. Ele estava inteiro de preto, com um sobretudo grande e que parecia extremamente quente. O clima frio fazia com que a ponta de seu nariz tomasse uma coloração levemente avermelhada, enquanto o mesmo acontecia com suas orelhas e sua boca. Seu formato era tão bonito, o lábio superior bem marcado e fino enquanto o inferior era um pouco mais gordinho...

— Está me ouvindo? — escutei sua voz grossa proferir, me fazendo despertar dos devaneios e lentamente acenar em um sinal positivo com a cabeça, o que o fez juntar as sobrancelhas e criar uma fisionomia brava — por que você está chorando?

— Chorando? — questionei, ajeitando melhor a postura e rapidamente enxugando minhas bochechas molhadas com a manga do moletom velho que eu usava, acabando por suspirar — eu não... Não estava...

— Vai mesmo insistir em mentir pra mim, Jimin?

Por algum motivo, o tom de voz que ele usou para fazer aquela pergunta me fez estremecer. Ela estava mais baixa, calma e rouca. Por que aquele homem era desse jeito? Eu não ousaria nunca em dizer que era coisa da cabeça dele, tsc! Isso nem passou pelos meus pensamentos.

— Vem, eu levo você até sua casa — senti uma de suas mãos deslizarem por todo o meu braço, até que cautelosamente segurasse a minha, trêmula. Nessa altura do campeonato não sabia se era pelo frio ou nervosismo, talvez eu nunca descobrisse. Quando retomei a consciência e abandonei meu curto pensamento romântico, acabei por o apertar um pouco mais forte do que deveria, arregalando os olhos e negando diversas vezes com a cabeça, já sentindo meus olhos marejarem quando lembrei o porquê de estar chorando daquele jeito e ter fugido de Yoongi.

— Não, por favor... — não pude conter o bico choroso que se formou em meus lábios cheinhos, trazendo sua mão até próxima ao meu peito e a mantendo ali, enquanto ele me encarava confuso — eu não posso ir pra casa...

Ele apenas assentiu, trazendo sua canhota até minha boca e lentamente passou seu polegar gelado contra meus lábios, descendo os dígitos compridos até meu queixo e o ergueu um pouco mais, podendo encarar perfeitamente meu rosto inchado e provavelmente ranhento pelo choro.

— Então eu te levo até a minha.

Ok. Confesso que acabei ficando mais feliz do que deveria com isso, mas sério! Ele era como o príncipe perfeito dos meus sonhos que eu não via fazia um bom tempo, eu sabia que ele não me largaria ali sozinho, mas também não imaginava que iria sugerir que eu fosse até sua casa. Toda aquela história sobre ele ser alguém envolvido com coisas ruins apareceu na minha mente, fazendo com que eu me questionasse. Eu deveria mesmo ir? Ou deveria sair correndo e fingir que não havia encontrado com ele?

Eu fui.

Incrível como quem é pobre consegue sempre descobrir que é muito mais do que imagina. Caralho, a casa dele era enorme!

Quando entrei em seu carro encarei o motorista na esperança que fosse Chanyeol, mas era só um velhinho que eu nunca tinha visto antes. Durante o caminho até que entrássemos no condomínio, acabei de lembrando da última vez que acabei indo parar em seu apartamento, depois do ocorrido do shopping. Então além daquele apartamento enorme ele também tinha uma casa?

Mas a cada residência que passava pela janela escura, eu ficava ainda mais impressionado. Quando achava que era exagerada o suficiente, a próxima era mil vezes pior. Não um pior ruim, né. Queria eu ter condições de ter qualquer casinha dessas ruas, a menor que tivesse, sério!