Gustavo Bruno
Eu nunca gostei do meu pai e isso não é segredo, só que eu tinha motivos para tal coisa será que essa menina também tem? Não é o que me parece, posso estar errado.
-Eu vou embora. - Eva passa por mim correndo.
-Inferno! - praguejo. - Solange você é amiga dela o que acontece entre as duas? - pergunto acendendo um baseado.
-Ariela odeia a mãe por motivos que Eva não tem culpa, Guga. - responde. - O pior é que agora todos sabem o que ela fazia, tadinha.
-Eu já volto, Ravi cuida. - aviso descendo do camarote.
-Vai na fé.
Vou passando pelas pessoas e todos vão abrindo passagem, eu já sei onde ela mora e subo na minha moto indo direto pra lá. Ao parar no pequeno portão da sua casa, abro sem cerimônia.
-Eva. - bato na porta com força. - Abre a porta.
A mesma abre a porta e está com o rosto vermelho de tanto chorar, entro sem pedir licença.
-Cadê sua filha? - pergunto olhando cada canto da casa.
-Não voltou pra cá... - sussurra. - Você não precisava vir aqui.
-Precisava sim e sabe porque? Pois quero saber essa história de prostituta, pois se acontecer algo aqui no meu morro eu posso resolver. Agora pode começar, tenho tempo todo não. - sento no sofá esperando ela começar.
Ela caminha devagar até mim e senta ao meu lado temerosa, seus olhos batem na minha arma na cintura.
Seus olhos marejados deixam seus olhos verde com um pouco de azul, mais lindos.
Que porra, porque estou observando isso?
-Eu era prostituta sim, mais isso faz muito tempo... Depois que tive Ariela eu nunca mais fiz isso, ela só me odeia por que o pai dela é rico e não liga pra ela. - sussurra. - Eu não queria arrumar briga no seu baile, eu não deveria ter indo mesmo... - murmura para si mesma.
Todo esse tempo que estou morando aqui no morro e comandando as coisas de perto, eu sempre vi Eva muito pouco. Sua filha eu sempre vi, já que a mesma sempre passa com um shorts enfiado no rabo para provocar os caras. Ela é muito diferente da mãe, se ela não tivesse explanado sobre a mãe eu nunca saberia que ela um dia foi da vida. Eu não julgo não, cada um faz o que quer da vida mais não impede que outras pessoas façam.
-Sua filha é bem conhecida pelos meus comandados, vive pra cima e pra baixo cada dia é um macho diferente. - falo sem papas na língua. - Ela é uma vadia, desculpa falar mas é o que ela é.
-Culpa mim, eu deixei sempre ela fazer o que quis...
-Culpa dela. - levanto do sofá. - Você precisa ser mais firme com ela, nem parece que ela é sua filha. - solto sem pensar, mas foda-se.
Vejo seus olhos marejados e ela me lançar um olhar triste.
-Devia colocar ela pra rua. - continuo. - Ela precisa aprender umas coisinhas.
-Não será preciso, tenho certeza que logo ela sai de casa... - fala pensativa. - Eu fui a mãe que poderia ser, eu estou tão cansada...
-Tem contato com o pai dela? - pergunto curioso.
-Ele sempre me quis como amante, mesmo depois de me humilhar e dizer que Ariela não era filha dele... Olha não se preocupe, tudo vai ficar bem.
-Eu preciso voltar pro meu baile, fé.
-Até. - abre a porta pra mim.
Subo na minha moto e volto pro baile, chego no camarote e vejo Ravi quase comendo uma puta.
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Nosso Amor Bandido - Livro Bônus
Roman d'amourPLÁGIO É CRIME! Livro Bônus do quinto livro dá série Paixões Perigosas. Eva, cinquenta e um anos de uma longa caminhada nessa terra maluca que vivemos. Sua vida tem mais desgraças que de uma pessoa normal, muitas vezes elas se pergunta se veio ao m...