Um hospício de hospital

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Dia seguinte

Eu estava andando aparentemente tranquila, mas, sério, isso não passa de uma grande mentira! HAHAHAHA! Na verdade, estava bolando um plano mirabolante para ferrar com aquele doutor sem ser pega, quando, do nada, uma enfermeira aparece do além só para encher o meu saco.

─ Ah, lá vem a enfermeira encher a paciência. ─ murmurei baixinho com um ar de desdém.

─ Violeta, estava mesmo à sua procura. ─ disse a enfermeira, chegando até mim.

─ O que foi? ─ perguntei com um desdém exagerado.

─ Sabe, houve um relatório completamente equivocado sobre o seu estado mental quando chegou aqui. Parece que trocaram o seu exame com o de um doente mental, sinto muito por isso. ─ ela baixou a cabeça, visivelmente constrangida. ─ Mas temos boas notícias, você receberá alta muito em breve.

Por fora, mantive a minha expressão de desdém, mas por dentro, meu interior estava explodindo em uma sinfonia de obscenidades. AEEEHHH!!! PORRA!!! CARALHO!!!

─ Entendo, mas por que não posso sair hoje? ─ perguntei com curiosidade fingida.

─ Porque precisamos que você assine alguns papéis antes de partir. ─ explicou ela.

─ Certo então. ─ respondi com um encolher de ombros, fingindo que compreendi tudo.

─ Aproveite e comemore como uma pessoa normal, está bem? ─ como se ela me conhecesse profundamente.

─ Tudo bem. ─ respondi de forma calma enquanto a via se afastar e desaparecer nos corredores. ─ UHUUUUU!!! ─ comecei a correr e pular pelos corredores. ─ AMANHÃ EU VOU SAIR DAQUI!!! ME INVEJEM SEUS BOQUETEIROS!!! ADEUS INJEÇÃO NO BUMBUM!! ADEUS COMIDA RUIM SEM SAL!!!

No dia seguinte...

─ Tchau, Violeta Swan! ─ disse o doutor, acenando para mim do portão com um sorriso amigável.

─ Tchau. ─ acenei de volta, caminhando em direção à minha libertação.

Tenho absoluta certeza de que todos vão sentir saudades de mim, afinal, eu transformei aquele lugar em um verdadeiro oásis de harmonia e tranquilidade. Eles provavelmente irão me lamentar muito. Enquanto caminhava, eu sorria de forma sarcasticamente vitoriosa.

─ E então? Vamos direto para casa ou vamos celebrar a sua libertação, Violeta? ─ perguntou meu irmão, com um olhar expectante.

─ Claro que vamos celebrar, óbvio! ─ respondi com um sorriso cúmplice.

─ Mas como? ─ ele perguntou, mesmo sabendo que só estávamos nós dois ali.

Eu estava vestindo um legging preto, uma blusa de manga comprida também preta, um par de tênis All Star da mesma cor, e uma jaqueta preta com uma estampa de Naruto.

─ Assim. ─ Tirei a jaqueta, ficando apenas de blusa, amarrei-a na cintura e me aproximei de um poste, começando a sarrar nele enquanto entoava a canção "Novinha de pau se selfie do Berti". ─ Ueueueueueueu, novinha de pau se selfie do Berti! Está com mel!

Meu irmão riu da cena, provavelmente para evitar chorar de constrangimento.

─ Meu pintinho amarelinho! Cabe aqui na minha mão! Na minha mão! Quando quer comer bixinhos! Com seus pezinhos ele sisca o chão! ─ continuei cantando, sarrando o poste como se não houvesse amanhã.

─ Ei, moça, está tudo bem? ─ uma garotinha aparentando ter uns quatro anos se aproximou de mim com olhos curiosos.

─ Sai de perto dela, menina! Quem sabe o que essa mulher maluca pode fazer com você! ─ resmungou uma senhora de idade avançada, com uma voz carregada de desconfiança.

𝐄𝐮 𝐞𝐬𝐭𝐨𝐮 𝐞𝐦 𝐈𝐭: 𝐀 𝐜𝐨𝐢𝐬𝐚! ─ ᴵᵗ ¹⁹⁸⁸Onde histórias criam vida. Descubra agora