Conhecendo Creepys

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Nós passamos uma eternidade naquela pedreira, completamente desorientadas, enquanto tentávamos desesperadamente encontrar o caminho de volta para casa. Foi então que avistei algo peculiar espremido entre as rochas.

─ Isa! Olha só o que encontrei, parece ser um pedaço de papel! ─ Chamei sua atenção, apontando para o objeto misterioso.

─ Hm? Vamos dar uma olhada. ─ Ela se ergueu do chão onde estava acomodada.

─ Claro, estou indo também. ─ Levantei-me e me dirigi até o papel, pegando-o com cuidado e desdobrando-o. Nele, estava escrita a seguinte mensagem: "Me deixem em paz". ─ Espere... reconheceria essa nota em qualquer lugar! ─ Olhei ao meu redor com entusiasmo.

─ Tio Sledy! Se apresente! ─ Isa exclamou, um sorriso contagiante estampado no rosto, igual ao meu.

─ Garotas perspicazes. ─ Ouvimos uma voz sinistra ecoando atrás de nós, nos forçando a nos virar e encará-lo, ainda mantendo nossos sorrisos.

─ Então era você! Huhuhu! Eu sabia! ─ Incrível, eu estava encarando a própria personificação da morte, mas estranhamente, o medo não me atingia. Será que as pancadas na cabeça me transformaram em alguém insensata, ou simplesmente não valorizava minha própria vida?

─ Que empolgação, estamos diante do Slenderman em carne e osso! ─ Isa estava extasiada.

─ Como vocês conhecem a mim? ─ Ele nos envolveu com seus tentáculos impressionantes.

─ Você está brincando, certo! Quem não ouviu falar de você nos dias de hoje? ─ Gritei, pulando de alegria.

─ Pode nos dar um autógrafo? ─ Isa pediu, com os olhos brilhando de excitação.

─ O que estão fazendo nessa pedreira a esta hora da tarde? ─ Ele perguntou, com uma pitada de ameaça em sua voz. ─ Com um palhaço assassino à solta.

─ Sabe, mal percebemos... Só agora nos demos conta da hora. ─ Nunca, jamais admita para o maldito Slenderman que está perdida, a menos que deseje se tornar refeição para o Pennyswaicy, literalmente.

─ Hm.

─ Tio Slendy? ─ Isa interveio.

─ O que é? ─ Ele respondeu de forma direta e incisiva (sem segundas intenções).

─ Você poderia nos mostrar a mansão dos Creepys? ─ Fiz uma expressão de "loli" e Isa imitou o gesto.

─ Qual é a razão por trás desse desejo de conhecer a mansão? ─ Ele nos observou desconfiado. Droga, agora vou ter que criar uma desculpa convincente para entrar na mansão e evitar um destino sombrio.

─ Queremos nos tornar Creepys. ─ Ampliei minha expressão de "loli", e Isa captou a mensagem instantaneamente.

─ Vocês estão mentindo. ─ Droga, é incrivelmente difícil enganar esse sujeito.

─ Não estamos! Faremos o que for preciso para provar! ─ Isa falou com determinação, e eu olhei para ela com um olhar de "você conseguiu", enquanto ela me lançava um olhar de "caramba, me ajude nisso", ao que eu apenas concordei.

─ Então vocês terão que tirar a vida de alguém. ─ Ele soltou, quase me fazendo ter um ataque cardíaco. Contudo, mantive a calma e repliquei rapidamente:

─ Tudo bem, mas quem devemos eliminar? ─ Perguntei.

─ A escolha de suas vítimas ficará por conta de vocês. Venham. ─ Ele começou a se afastar.

─ Para onde estamos indo? ─ Começamos a segui-lo.

─ Uma vez que estão tão ansiosas para visitar a mansão, vou conduzi-las até lá. ─ Ele declarou, caminhando com pressa.

Incrível! Vamos conhecer os Creepys! É um turbilhão de emoções para um único dia! Logo, a pedreira desapareceu de vista, e ele nos levou mais fundo na densa floresta. Andamos por um longo tempo, e Isa também estava exausta. Ugh, por que ele não pode simplesmente nos teleportar até lá? Ele só quer ser um idiota!

─ Chega para mim. ─ Isa se sentou sob uma árvore, cruzando os braços.

─ O que aconteceu?

─ Estamos exaustas! ─ Eu disse um pouco alto, interrompendo e cruzando os braços com uma expressão indignada.

Num piscar de olhos, o chão desapareceu sob meus pés, e um dos tentáculos me ergueu, acomodando-me no ombro do Slenderman. O mesmo aconteceu com Isa, que estava agora ao meu lado. Sem perda de tempo, Slenderman retomou sua caminhada e, em menos de uma hora, já estávamos à porta da mansão. Após atravessar o imponente portão, ele nos pôs no chão, e entramos pela porta principal. Logo no hall de entrada, deparamo-nos com praticamente todos os Creepys acomodados em dois enormes sofás.

Agindo como pessoas sensatas, fizemos o que qualquer um faria em nossa posição: cumprimentamos todos eles da forma mais convencional possível.

─ Que emoção! ─ Saltei no colo do Tobi, abraçando-o com entusiasmo.

─ Sai de cima de mim, sua doida! ─ Ele tentava me afastar.

─ Não! :3

─ Liuuuuu! ─ Isa se jogou no colo dele.

─ Quem são essas, Slenderman? ─ Liu perguntou, ainda segurando Isa no colo.

─ São as novas Creepys da casa. ─ Slenderman nos apresentou discretamente.

─ Qual é o seu nome, garotinha maluquinha? ─ Liu perguntou, sorrindo. Enquanto isso, Tobi continuava tentando se livrar de mim, e eu não estava facilitando as coisas para ele.

─ Me chamo IsaChan723. ─ Isa sorriu de volta.

─ Prazer, eu sou... ─ Tentei começar a me apresentar.

─ Não precisam se apresentar, já conhecemos todas vocês!

─ Isso é meio estranho. ─ Liu parecia pensativo.

─ Oi, alguém quer brincar comigo? ─ Sally apareceu na sala.

─ Não, sou grande demais para brincar com crianças -_-. ─ Eu disse.

─ ... ─ Sally me lançou um olhar assustador.

─ Acho que começamos com o pé errado hehehe, Olá, meu nome é Isa. É um prazer te conhecer, Sally. ─ Isa sorriu gentilmente para Sally.

─ Como sabe o meu nome? ─ Sally perguntou, confusa.

─ Oi, eu sou Violeta, e honestamente, não tenho paciência para explicar.

─ Hm ─ Sally continuou me encarando com curiosidade.

─ Liu as levará para um tour pela mansão. Preciso resolver alguns assuntos. ─ Após essa declaração, Slenderman desapareceu.

─ Certo ─ Respondemos em uníssono com expressões igualmente confusas.

─ Venham comigo. ─ Liu segurou nossas mãos e nos conduziu.

Ele nos apresentou diversos cômodos da casa, inclusive o banheiro, e forneceu instruções detalhadas sobre como usar o vaso sanitário... mesmo que não tivéssemos qualquer necessidade disso no momento.

A noite caiu, e Liu nos levou ao quarto que compartilharíamos. Felizmente, havia dois banheiros no interior do quarto, o que nos trouxe um certo alívio. O quarto tinha duas camas de casal, uma em cada extremidade, com enormes guarda-roupas antigos embutidos.

Liu nos deixou para nos instalarmos, e como fomos rápidas, cada uma de nós se dirigiu a um dos banheiros para realizar nossa higiene, trocar de roupa e, finalmente, descansar.

No entanto, de forma estranha, só eu acabei acordando ao ouvir um barulho bizarro vindo de um dos banheiros. Será que Isa está dormindo profundamente ou está fingindo não escutar? Não tenho certeza, mas minha curiosidade ficou fora de controle, e me levantei da cama, dirigindo-me com cuidado até a porta do banheiro. Entrei e deparei-me com uma pessoa em pé diante do espelho, rindo. Inadvertidamente, fiz um barulho, e o homem girou rapidamente na minha direção...

Continua..............................................

𝐄𝐮 𝐞𝐬𝐭𝐨𝐮 𝐞𝐦 𝐈𝐭: 𝐀 𝐜𝐨𝐢𝐬𝐚! ─ ᴵᵗ ¹⁹⁸⁸Onde histórias criam vida. Descubra agora